O Novo Marco Legal do Saneamento (Lei Federal 14.026/2020) trouxe à tona desafios que acompanham as grandes metrópoles há tempos. Com o objetivo de fornecer água à 99% da população e coleta de esgoto para 90% dos domicílios, a meta parece ainda mais desafiadora, quando nos deparamos com uma população crescente, que vive em condições precárias na beira dos mananciais, tornando o processo ainda mais moroso e complexo. “Em muitos locais, as máquinas não conseguem avançar e precisamos contar com o trabalho conjunto das concessionárias e Prefeituras para desenvolvermos estratégias para trabalharmos em pontos importantes, como saneamento básico adequado e fornecimento de água para garantir dignidade para milhares de pessoas”, comenta Viviane Fernandes, superintendente de Saneamento da Carioca Engenharia.
Com 77 anos de atuação no mercado, a Carioca Engenharia esteve à frente de importantes projetos de habitação, saneamento e urbanização, que colaboram para o acesso, a segurança, a salubridade e o desenvolvimento dessas regiões. Tais como Urbanização de Rio das Ostras (RJ), Reurbanização da Rocinha (RJ), SEHAB Paraisópolis (SP), Baixada Viva I, II e III (RJ) e Rio Orla (RJ).
As questões são extensas e atingem importantes polos econômicos, como São Paulo, com rios transformados em esgoto a céu aberto e que trazem dejetos de diversas comunidades que ainda não têm um sistema de coleta adequado. “Nosso desafio é desenvolver soluções de engenharia que diminuam este impacto, fazendo com que o esgoto seja enviado para as estações de tratamento, antes de desaguarem nesses córregos.”, reforça a executiva. Ainda na cidade, o projeto Várzeas do Tietê (etapa quatro), um investimento do Estado de São Paulo, deve conectar 49.435 economias de esgoto.
O contrato abrange a execução do Projeto Executivo, Execução dos Coletores Tronco e entrega da rede em carga. Com total de 23 km de extensão, na sua maior parte Coletores Tronco e em menor quantidade de interligações, a obra para implantação da rede está em andamento, com perfuratrizes, escavadeira, retroescavadeiras, caminhões basculantes, hidrovácuo, Munck, dentre outros equipamentos de apoio. Ao todo, serão realizados 24 coletores tronco, com diâmetros variando entre 300mm a 1.500mm. “As características de ocupação populacional, profundidade da rede existente a ser conectada, características geotécnicas e localização urbana de grande movimento, direcionam a decisão do método executivo a ser empregado. São avaliados também as características do solo, nível de interferências subterrâneas, área de manobra para movimentação de equipamentos e tubulação, interface com moradores, pedestres e trânsito local”, comenta Manoel Casadó, gerente de contrato da Carioca Engenharia.
O CT Itaquera (Coletor Tronco Itaquera) apresenta maior complexidade técnica, trata-se de uma rede de 1.500mm com 881m de extensão em sedimentos quaternários, cuja composição do solo na região do Coletor varia entre argiloso mole a muito mole e arenoso fofo com NSPT , na sua maioria, menor que cinco e vários pontos inferior a um, sempre abaixo do nível d’água do lençol freático.
Por se tratar de uma região com grande movimentação urbana (tráfego intenso a médio com linha de ônibus articulado), área residencial precária (fundação direta) a poucos metros (em planta) da rede coletora, os problemas de logística são somados aos desafios técnicos. “Com rápido crescimento e ocupação de áreas, há coletores cujo eixo da rede passa sob invasões atuais, outros sob linha férrea, córregos, adutoras de grande diâmetro e vias arteriais do município de São Paulo (Radial Leste). Outra característica limitante é a composição das camadas de solo, aterros não controlados, argilo arenosos a arenosos, e geralmente abaixo do nível do lençol freático, ou seja, Várzea”, reforça Casadó.
AVANÇOS TECNOLÓGICOS PROPORCIONAM ECONOMIA E CELERIDADE ÀS OBRAS
A tecnologia também merece destaque nos projetos. Em parceria com a concessionária Águas do Brasil, a Carioca também executa a construção de estações de tratamento de esgoto nas cidades fluminenses de Petrópolis (Itaipava, Independência), Paraíba do Sul e Lumiar. As estações de Itaipava, Independência e Paraíba do sul terão vazão de 30l/s cada e a estação de Lumiar possui vazão de 20l/s.
Em parceria com a Tigre Água e Fluentes (TAE), estes projetos contam com um pacote tecnológico exclusivo. Ao empregar a avançada tecnologia do Biobob e o eficiente processo do Bioreator Combinado (BRC), a TAE alcançou resultados ambientais extraordinários. Destacando-se pela melhor performance de custo operacional, a implementação dessas inovações resultou em reduções de até 40% no consumo de energia e na geração de lodo em comparação com as tecnologias convencionais. Além disso, a tecnologia permitiu uma notável diminuição da área ocupada, chegando a 35%.
Isso possibilitou a instalação das estações de tratamento de efluentes em áreas mais próximas à população, especialmente no município de Petrópolis (RJ), reduzindo o impacto nas comunidades e simplificando as redes de coleta. “As ETES, compostas por processos físicos e biológicos, proporcionarão a qualidade de lançamento necessária ao efluente tratado, atendendo aos padrões e exigências legais no âmbito federal e regional, promovendo a remoção de sólidos grosseiros, sólidos sedimentáveis, sólidos suspensos, óleos e graxas, matéria orgânica, nitrogênio amoniacal e fósforo”, comenta Viviane. Além disso, entre as inovações, será implantado o lean construction na obra da Estação de Tratamento do Centro, em Paraíba do Sul (RJ).
A metodologia reduz desperdícios e aumenta a produtividade das obras, além de unificar a solução de problemas e a gestão tecnológica. “O desafio das ETE´s Itaipava e Independência foi realizado considerando o prazo total de engenharia de 4 meses, onde fizemos o desenvolvimento de todo o projeto básico, executivo e também assinamos o contrato com o Grupo Águas do Brasil para realização das obras. Isto só foi possível pela total sinergia entre as empresas no entendimento das necessidades do Cliente e de um grande alinhamento de valores”, reforça Viviane
