Conexão 4G chega ao trecho RJ-MG, após TO e GO

Conexão 4G chega ao trecho RJ-MG, após TO e GO

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Quase metade das estradas do país ainda não possui cobertura de internet. Segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em 2023, havia internet em 55,1% dos trechos de rodovias federais pavimentadas, sendo a maioria dos trechos desconectados das regiões Norte e Nordeste. A Ecorodovias, que administra mais de 4 mil quilômetros e possui 11 concessões no Brasil, está mudando este cenário em alguns trechos sob responsabilidade da companhia com o projeto “Smart Roads” (rodovias conectadas).

A iniciativa implementa a internet 4G por meio de parcerias nos trechos de administração das concessionárias subsidiárias da Ecorodovias. Dois deles já foram finalizados, um na Ecovias do Araguaia (GO), que compreende a 851 km entre os estados de Tocantins e Goiás, e, o outro, foi na EcoNoroeste, no interior de São Paulo, que opera atualmente 442 km de rodovias, mas que terão outros 158 km adicionados em 2025, totalizando 600 km. A próxima concessionária a receber internet 4G será a EcoRioMinas, responsável pela administração da BR-493/RJ, 465/RJ e a BR-116 entre RJ e MG, totalizando 727 km.

“Nós fizemos uma parceria com a Tim para o contrato da Ecovias do Araguaia e da Ecoronoeste. Para 2025, levaremos esse sistema para a EcoRioMinas, que vai do Rio de Janeiro até Governador Valadares, em Minas Gerais”, anunciou Afranio Spolador, diretor de TI da Ecorodovias, durante o 7º Fórum Infra 2024-2026, da revista O Empreiteiro, realizado em outubro, em São Paulo, onde o diretor palestrou sobre o projeto 4G da companhia.

“Nossa proposta é uma cobertura que as operadoras não são obrigadas a fazer, e esse é o nosso principal motivo. Porque o sinal de celular nas rodovias, além de promover segurança, causa um impacto social positivo em todo o seu entorno. A partir do sinal de internet, você beneficia um comércio perto da estrada, quem mora no campo ao redor da rodovia, escolas e até postos de saúde”, enfatizou o diretor.

Rede móvel em mais de 800 km, entre TO e GO

“Imaginem vocês, viajar cerca de 8h sem sinal. Era assim na BR-153, onde a cobertura inicial era apenas de 20% em 851 km”, contou Afranio, se referindo à situação encontrada pela Ecorodovias antes da implementação do 4G no trecho de administração da Ecovias Araguaia, entre Tocantins e Goiás.

Segundo a companhia, ao todo, foram implantadas 66 torres, beneficiando todos os 28 municípios do Sistema Anápolis-Aliança do Tocantins, além de outras seis cidades do entorno. Através das instalações, de acordo com a Ecorodovias, 88 escolas públicas e 31 unidades de saúde foram beneficiadas, além do impulsionamento do agronegócio na região.

O projeto 4G na Ecovias do Araguaia foi inclusive destaque no Prêmio GRI Infra Awards 2023, o maior reconhecimento em desenvolvimento sustentável na infraestrutura do Brasil, ficando em segundo lugar na categoria Prêmio Conexão – Transformação Na Vida Urbana.

Próximos passos

O próximo projeto do Smart Roads a ser realizado será nos 727 km da EcoRioMinas, a ser implantado em 2025. Atualmente, a cobertura de internet do trecho é de 50%.

Sobre os desafios para ampliar a ideia de conectar mais rodovias, o diretor disse que não está nos serviços de engenharia. “Acreditamos que o setor pode, inclusive, contribuir muito para isso. Vimos na construção das torres que as empresas de engenharia conseguem levantá-las muito rápido. Os entraves são mais no licenciamento ambiental e no envio de energia elétrica para essas torres”, explicou Afranio, que acrescentou: “Já do ponto de vista regulatório, falta a garantia de home pelas operadoras de telecomunicação, para que elas sejam obrigadas a colocar home”, salientou o diretor, completando que são as próprias operadoras responsáveis pelas instalações das torres.

Em relação à opção pelo 4G, ao invés do Wi-Fi ou 5G, o diretor explicou a fácil implementação e acesso pelos usuários. “O sistema de Wi-fi nos obriga colocar mais quantidade de torres, cerca de uma a cada 600 metros, causando mais obstrução na via, necessidade de infraestrutura metálica e exposição a riscos de vandalismo, o que acontece muito nas rodovias. Para o 4G a estrutura é menor, além de ser um serviço de emergência de forma mais fácil para os usuários, pois, com o celular, a pessoa pode pedir socorro de dentro do carro”, destacou.

Dentre as vantagens ainda do 4G, o diretor enfatizou ser uma tecnologia já consolidada, que funciona em movimento, mesmo com eventual troca de antenas. “O 5G também precisaria de mais antenas, e o sinal do 4G é mais que suficiente para os principais serviços que precisamos nas rodovias. Nosso objetivo é levar o básico bem feito, e garantir que as rodovias estejam conectadas”, finalizou.

Afranio Spolador – Diretor TI Ecorodovia

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