Em nenhum caso de denúncias de corrupção, com gente enriquecendo do dia para a noite, através de redes subterrâneas de desvios que abastecem bolsos desonestos em detrimento do emprego correto do dinheiro público, pode haver tergiversações.  Por isso, não dá para compreender os subterfúgios, as evasivas e as cenas de pastelão dentro ou fora da CPI. Quem tergiversa, protela e se amofina é porque tem medo próprio ou fica em pânico pelos cúmplices.

No caso da Delta, tanto pelas obras importantes que já construiu, quanto pelos contratos  que a colocam como uma das maiores empresas comprometidas com as obras em andamento do Programa de Aceleração do Crescimento, é justo que as investigações se aprofundem. E, nesse caso, a CPI precisa trazer a público esclarecimentos claros sobre o objeto das denúncias. Ela não pode tratar a empreiteira com punhos de renda.

A sociedade quer saber o que aconteceu e, sobretudo, o que está acontecendo. Quais são os elos ocultos das suspeitas ligações com a rede de escândalos dentro da qual assoma o homem que não fala – o empresário Carlos Augusto Ramos,  alcunhado de Carlinhos Cachoeira.

Da mesma forma, a essa altura já no âmbito municipal, também não há porque não se avançar, até o teto dos limites legais, nas apurações do que aconteceu ao longo dos sete anos em que Hussain Aref Sabb dirigiu o Aprov, o setor responsável pela aprovação da construção de edificações na cidade de São Paulo. Houve ilicitudes? Qual o alcance dessas ilicitudes? E quais os prejuízos desses “malfeitos” para a organização urbana da capital? Estas, algumas das indagações cujas respostas a sociedade está exigindo. 

Fonte: Nildo Carlos Oliveira