Eles são muitos. E estão unidos pelo mesmo sentimento: sentem que todos os anos são depenados pelo IPTU. Obviamente se sentem extorquidos por outras taxas e impostos e também pelo aumento escandaloso dos condomínios. A tal ponto, que se perguntam: “Somos proprietários de quê?”.
Os aumentos de que cidadãos de Guarulhos, Campinas, Osasco, Ribeirão Preto e de outras tantas cidades estão se queixando, em muitos casos não se justificam, mas acabam por atingi-los fatal e indiscriminadamente. Aumentos de mais de 500% não podem ser considerados mesmo um simples abuso. Ponham abuso nisso.
As alegações para essas práticas em que legislativos e executivos municipais se dão as mãos, num acordo contra a população, baseiam-se em mil e um argumentos, alguns esfarrapados. Uma casa que, por obra do destino, foi beneficiada por uma linha de metrô que passa ao longe ou pela construção de um shopping Center a alguns quilômetros de distância, de imediato é ser considerada como situada em ponto estratégico de valorização imobiliária. E tome IPTU.
Há exemplos em que a justificativa é a melhoria urbana – manutenção periódica de limpeza de uma praça e a canalização de um córrego. E tome mais IPTU por conta de providências que são apenas obrigações naturais do poder público, em sua rotina de trabalho.
O que o cidadão pode fazer, quando os poderosos se unem contra ele para a melhoria dos vencimentos deles próprios e daqueles que lhe dão sustentação política? Lastimavelmente não temos organização política e, os partidos, são os serviçais do poder.
Chega um tempo em que o cidadão fica sem chão e a quem apelar? Nesse caso só lhe resta a possibilidade de vender a qualquer preço o imóvel na área eventualmente mais valorizada, e buscar um barraco nas longínquas periferias para abrigar a família. Até que o poder público consiga localizá-lo e apanhá-lo de novo, para continuar a depená-lo.
Fonte: Nildo Carlos Oliveira
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