O comitê do consumidor da China Association for Quality apurou que a Sany é a líder em MTBF (sigla em inglês de tempo médio entre falhas) entre usuários de escavadeiras hidráulicas pequenas (abaixo de 15 t) e médias (acima de 15 t e abaixo de 25 t). Na pesquisa periódica realizada em novembro passado, com frotistas de máquinas, a chinesa Sany somou um índice de 1.048,35 horas; seguida pelas japonesas Komatsu, com 1.009,2 horas, e Kobelco, com 999,86 horas; e outras duas marcas chinesas, Liugong, com 881,44 horas, e Yuchai, com 748,09 horas.

A pesquisa indicou também que o sistema hidráulico tem, entre todos os outros, a maior frequência de falhas, vindo a seguir o sistema elétrico, em que as marcas chinesas têm mais problemas do que marcas do exterior. Nos quesitos chassis e estrutura, os equipamentos produzidos na China mostram índice menor de falhas, se comparados aos modelos trazidos de fora.

David Cui, presidente da Sany Latin America, não ficou surpreso com os números dessa pesquisa: “Nossa marca se equipara à Huawei, a gigante em telecomunicações, em termos de qualidade e responsabilidade corporativa”. Para tanto, disse que o uso de componentes globais tem forte contribuição, como os motores fornecidos pela Cummins e Mitsubishi; os elementos de hidráulica que vêm da Rexroth e Kawasaki; e as transmissões da Eaton. Outra particularidade apontada pelo dirigente é a relativa independência da empresa: “Somos uma empresa 100% privada, listada na bolsa de Xangai, onde as decisões são ágeis”.

David lembra ainda da mobilidade do “time de resposta rápida”, que presta assistência técnica da fábrica nos principais mercados. No Brasil, essa equipe é composta de 25 técnicos, além do suporte dado pelos sete distribuidores da Sany. Ele disse que não tem o que se queixar do mercado brasileiro, onde ingressou em 2010, com 18 funcionários e receita bruta de R$ 6 milhões. Em 2012, os seus quadros já somavam 310 funcionários, com vendas alcançando R$ 350 milhões. Para este ano, a previsão é de chegar a R$ 450 milhões em vendas.

Embora produza uma gama diversificada de equipamentos, entre linha amarela, guindastes, bombas de concreto, empilhadeiras para contêineres e crava-estacas, como o maior fabricante chinês de equipamentos de construção, a prioridade no Brasil está em escavadeiras e guindastes, que possuem redes separadas de distribuidores. A linha de bombas de concreto é atendida hoje pela Putzmeister, grupo alemão de longa tradição cujo controle a Sany assumiu em janeiro de 2012, tornando-se líder nesse segmento, num ousado movimento que mudou de forma radical a competitividade neste setor, inclusive em termos tecnológicos.

A fábrica em São José dos Campos (SP) opera atualmente em regime CKD, com a maioria dos componentes importados da China e programas de nacionalização em curso. Produz guindastes de 60 t e 80t, aos quais vão se juntar outros dois modelos no curto prazo, e uma linha extensa de escavadeiras hidráulicas, partindo das miniescavadeiras de 5,5 t e 7,5 t, passando pelas unidades de 13,5 t e 21,5 t — esta última "finamizável" —, 23,5 t, 33,5 t e até a de 36,5 t. Em 2012, foram 500 máquinas montadas, sendo 150 guindastes e 350 escavadeiras. A frota atual no País soma 1.700 unidades em operação. Uma segunda fábrica em Jacareí (SP) está em fase de estudos, além de manter sedes regionais em Recife e Vitória.

A tecnologia toda é desenvolvida na China, onde a fábrica de Lingang, em Xangai, é considerada a maior do mundo—capaz de produzir uma escavadeira a cada 5 minutos. A capacidade atinge 40 mil unidades/ano, desde a miniescavadeira de 5,5 t até o modelo maior de 70,5 t. Esta produção se justifica pelas exportações em alta e pelo tamanho do mercado doméstico, calculado em 168 mil escavadeiras/ano, em que a marca é líder com 11,3% de participação. A fábrica de guindastes e bombas de concreto se localiza em Changsha e a de equipamentos para lavra de carvão, em Shenyang — estes destinados a minas subterrâneas no próprio país. Conta com outras três fábricas na China e quatro nos Estados Unidos, Alemanha, Índia e Brasil. São no total 50 mil funcionários em 150 países.

Fonte: Padrão