A Pesquisa CNT de Rodovias 2014 classificou como regular, ruim ou péssimo praticamente a metade (49,9%) do pavimento das rodovias brasileiras, por apresentar buracos, trincas, afundamentos, ondulações, entre outros problemas. Em relação à superfície do pavimento, 44,7% da extensão pesquisada está desgastada. A 18ª edição da pesquisa avaliou 98.475 km, em 30 dias de coleta, que correspondem a toda a malha federal pavimentada e aos principais trechos estaduais. Em relação à pesquisa do ano passado, houve acréscimo de 1.761 km (1,8%).

 

Neste ano, o número de pontos críticos aumentou, passando de 250 (em 2013) para 289 (em 2014). Quedas de barreira, pontes caídas, erosões na pista e buracos grandes são considerados pontos críticos. Segundo a CNT, essa situação compromete a segurança das pessoas e a logística, o que aumenta o custo do transporte e torna o País menos competitivo.

 

Os problemas nas rodovias contribuem ainda para aumentar os custos de operação e o tempo de viagem, afetando tanto o transporte de cargas quanto o de passageiros. Conforme o estudo, o acréscimo médio do custo operacional devido à qualidade do pavimento das rodovias brasileiras é de 26%. Se for considerada apenas a região Norte, onde há ainda maiores deficiências na malha, esse índice sobe para 37,6%.

 

O estudo também mostrou que o volume de recursos destinados ao transporte no Brasil é insuficiente para melhorar a qualidade das rodovias. Segundo o levantamento, os valores autorizados não chegam a ser investidos devido a problemas de gestão e excesso de burocracia.

 

Pesquisa avaliou 98.475 km, em 30 dias de coleta, que correspondem a toda a malha federal pavimentada

 

O Plano CNT de Transporte e Logística indica a necessidade de R$ 293,88 bilhões somente para o modal rodoviário. Neste ano, o investimento público federal autorizado para as rodovias é de apenas R$ 11,93 bilhões. Até o dia 30 de agosto, somente R$ 6,54 bilhões (54,8%) tinham sido pagos.

 

A Pesquisa CNT de Rodovias 2014 também apontou problemas na sinalização e na geometria das vias. Ao se considerar que 87,1% dos trechos são formados por pistas simples de mão dupla, torna-se ainda mais grave a constatação de que 39,9% não têm acostamento. E, em 49,7% da extensão com curvas perigosas, não há placas de advertência nem defensas completas. Em 57,4% dos trechos, foi encontrado algum tipo de problema na sinalização, sendo que em 26,4% não há placas de limite de velocidade e em 47,6% a pintura da faixa central está desgastada ou é inexistente.

 

A situação das rodovias sob gestão pública está muito pior em relação às concessionadas, segundo a CNT. De acordo com a pesquisa, 74,1% das rodovias concedidas tiveram classificação “Ótimo” ou “Bom”. Nos trechos sob gestão pública, esse percentual é de 29,3%.

 

Na pesquisa, há ainda um ranking com 109 ligações rodoviárias. São trechos formados por uma ou mais rodovias federais ou estaduais, com grande importância socioeconômica e volume significativo de veículos de cargas e/ou passageiros, interligando territórios de uma ou mais Unidades da Federação. Ao considerar o estado geral dessas ligações, as dez melhores estão no Estado de São Paulo e são todas concedidas à iniciativa privada. A pior classificada está localizada nos Estados de Tocantins e Bahia.

Fonte: CNT