As obras de ampliação do Porto de Navegantes, em Santa Catarina, permitirão que o terminal receba navios de nova geração, com até 400 metros de comprimento, e capacidade para 24 mil TEUs (unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés ou 6 metros). Atualmente, o porto pode receber navios de até 350 metros, com capacidade de movimentação de até 11 mil TEUs. O maior navio que atracou no porto foi o APL Yangshan, da francesa CMA CGM, com 347 metros de comprimento e capacidade de 10,8 mil TEUs.

Para as obras de ampliação e modernização, iniciadas em janeiro, a Portonave, detentora da operação em Navegantes, vai aportar R$ 1 bilhão. Elas envolvem não apenas a infraestrutura portuária, mas também a dragagem para aprofundamento dos canais, já que as embarcações de maior porte possuem calado maior. De acordo com a empresa, serão 27 meses para a conclusão das obras, que serão realizadas em duas fases. Cada uma delas corresponde a um lado do  porto, de modo a permitir que ele siga operando durante a construção.

Segundo o diretor-superintendente da Portonave, Osmari de Castilho Ribas, o investimento tem como objetivo tornar o porto capaz de receber navios de até 400 metros de comprimento, que são os maiores em transporte de cargas circulando atualmente, apesar de este não ser o foco agora. A ideia é, na primeira fase, permitir navios com 366 metros, que são considerados de última geração no mercado internacional.

Em uma segunda etapa, após a conclusão total dos trabalhos, o terminal terá condições de receber embarcações de 400 metros. “Precisamos capacitar o nosso terminal para receber a geração de navios de 366 metros. Mas já estamos nos preparando para até 400 metros. Os navios desse porte não devem chegar em curto prazo, mas temos de olhar para o longo prazo”, afirmou Ribas em entrevista recente.

Conforme o Ministério de Portos e Aeroportos, atualmente 19 portos brasileiros estão aptos para receber navios com mais de 300 metros, entre eles, Santos (SP), Paranaguá (PR), Pecém (CE), Fortaleza (CE), Suape (PE) e Açu (RN), além de Navegantes. Sem contar os terminais aquaviários da Transpetro, subsidiária da Petrobras para logística e transportes.

Portonave pertence ao grupo suíço MSC e começou a operar em 2007 como o primeiro terminal privado de contêineres do Brasil. Entre janeiro e novembro do ano passado, a companhia representou 15,4% do mercado de movimentação de contêineres no País. Para atingir essa marca, o porto movimentou 1,3 milhão de TEUs ao longo do ano, representando crescimento de 10% em relação a 2022.