A companhia cumpre plano decenal para a modernização contínua das linhas de transmissão e das subestações de até 138 KV. Atualmente investeR$ 310 milhões nas oito distribuidoras
Nildo Carlos Oliveira – Campinas (SP)
Ogrupo, que hoje responde por 13% do mercado nacional de energia, e é apontado como líder no segmento de distribuição, está realizando, no regime turn key, amplos serviços para modernizar e ampliar linhas de transmissão e construir e atualizar subestações.
Nas obras de ampliação das subestações existentes, sempre que necessário são realizados o retrofit de todo o sistema de barramento, de modo a aumentar a capacidade de suas instalações. Esse trabalho de modernização é considerado da maior importância, uma vez que muitas das subestações em operação foram construídas já há mais de 20 ou 30 anos e hoje precisam ser repontencializadas para melhorar o atendimento da demanda do crescente mercado de energia, em suas regiões de atuação.
Flávio Barbosa, gerente da áreade transmissão e subestações
As obras de engenharia que ela executa resultam de planejamento de longo prazo. São invariavelmente elencadas pela Gerência de Construção de Linhas de Transmissão e Subestações, que tem a a tarefa de analisá-las sob o ponto de vista de viabilidade técnica, econômica e de cronograma. Depois disso, cuida das respectivas especificações e participa do processo de contratação, se responsabilizando pela análise técnica das propostas. Após a adjudicação dos contratos, assume, ainda, a gestão dos empreendimentos. Operam, nesses trabalhos, empresas do porte da Siemens, ABB, WEG e Toshiba, dentre outras renomadas internacionalmente.
A qualidade do serviço e a evolução técnica
O engenheiro Flávio Barbosa, gerente daquela área da CPFL Energia, diz que nunca é fácil montar linhas de transmissão, da mesma maneira como jamais será fácil construir subestações. Os problemas que aparecem nessas obras decorrem, a rigor, dos processos e desenvolvimento de cada empreendimento.
É que muitas das obras do gênero carecem de instituição de servidões de passagem e de licenciamentos ambientais, que demandam ações do Judiciário e dos órgãos ambientais. Como estas instituições estão sobrecarregadas, por conta do crescimento brasileiro, o tempo de resposta nem sempre é o esperado pelo planejamento do empreendimento.
Subestação Jundiaí 5 foi um dos empreendimentos entregues pela CPFL em 2012. Capacidadede 66,5 MVA, com R$ 9,8 milhões de investimento
Além do que, a CPFL Energia realiza os seus trabalhos dentro dos “critérios de respeito aos clientes e segundo a consciência da sustentabilidade”, afirma o engenheiro.
São diversas as interfaces que surgem, da fase do projeto à execução. Quando empreende a repotencialização de uma linha de transmissão, a empresa fica atenta a um conjunto de complexidades. O projeto, por exemplo, precisa prever todas as providências destinadas a mitigar possíveis impactos ambientais.
Além disso, há as questões técnicas das especificações. Dependendo das circunstâncias, a empresa opta pelo uso de condutores especiais para aproveitar as torres disponíveis. Nesses casos é dimensionado o dobro da capacidade das linhas, recorrendo-se à montagem de cabos de tecnologia especial – embora com o mesmo peso – para conduzir o dobro da energia prevista. Com isso, evita-se a necessidade de troca de torres, ou da construção de novas torres, o que implicaria possivelmente mais serviços e maior custo final.
O processo de modernização incorpora um novo modelo de torres. “Atualmente usamos redes compactas. As estruturas, nesse caso, precisam ter o menor porte possível e, ao mesmo tempo, suportar a maior capacidade de peso possível.“ Ele informa que, para isso, são utilizados postes que detêm tecnologia construtiva avançada. “São de concreto centrifugado que, embora mais esbeltos do que aqueles do passado, possuem maior resistência mecânica”, afirma.
Em linhas gerais, a modernização atingiu toda a gama de equipamentos utilizados nas linhas e nas subestações e isso acaba influindo também na dimensão dos sítios que essas estruturas ocupam. Se, há alguns anos, uma subestação ocupava de 8 mil m2 a 10 mil m² de área, atualmente há subestações maiores e de maior potência, mas com área física menor. Uma subestação pode ser montada em área de até 6 mil m².
A evolução nessa área pode ser observada nas operações das subestações. Elas são totalmente digitalizadas e os sistemas automáticos de telecomando e proteção podem ser acionados à distância, a partir dos grandes centros urbanos.
“Isso é algo que há 30 anos poderia ser considerado impensável”, afirma Flávio Barbosa, acrescentando: “Chegamos a um estágio de evolução, nesse campo, que até torna possível a leitura da temperatura de um dispositivo de um transformador instantaneamente, a partir de um centro de operações à distância. E qualquer ocorrência pode ser detectada mediante a rastreabilidade do processo, identificando-se as causas que a geraram para restabelecimento imediato da normalidade.
O impacto em áreas urbanas
Flávio Barbosa diz que a logística tem resolvido satisfatoriamente os problemas de instalação de linhas de transmissão em áreas distantes dos grandes centros urbanos. Considera, porém, que esse trabalho sempre é mais complexo em áreas densamente urbanizadas. Cita vários exemplos e entende que a opção pelo uso de linhas compactas, que provocam menor impacto ao longo do traçado, é uma decorrência natural dos estudos contínuos para reduzir as complexidades inerentes ao processo.
“No Rio Grande do Sul”, afirma, “estamos fazendo hoje muitas linhas urbanas de grande importância estratégica para o fornecimento de energia. Invariavelmente há complexidades no meio do caminho relacionadas às trat
ativas com prefeituras e órgãos estaduais e federais ligados ao meio ambiente. A rigor, investigamos o melhor traçado e procuramos utilizar os avanços da tecnologia, de modo a apressar procedimentos nas diversas instâncias burocráticas”.
O engenheiro explica que às vezes as condições do traçado obrigam o grupo a estudar a necessidade de desapropriações. Por isso, os estudos para a execução de uma obra têm de ser rigorosos.
Ele assinala que a CPFL Energia é uma empresa integrada, que avalia todos os passos de um projeto, convencida da premissa de que a boa tecnologia minimiza impactos à população e traz benefícios a um número maior de usuários. “Tecnologia avançada e bom sistema de gestão” – esses são, segundo ele, dois fatores que explicam o crescimento do grupo, que há 100 anos vem prestando serviços no País.
Fonte: Padrão