Cerca de 600 pessoas, dentre as quais os principais líderes setoriais da Engenharia e da Construção do País, participaram, na noite de 7 de agosto, no Clube Monte Líbano, em São Paulo, de um dos eventos mais esperados do ano para o setor: a divulgação do Ranking da Engenharia Brasileira, edição 2007, elaborada com exclusividade pela Revista O Empreiteiro, com a diplomação das empresas que mais se destacaram nos seus segmentos, no ano passado. Paralelamente à premiação, aconteceu o lançamento da edição especial 500 Grandes da Construção. O ranking foi elaborado com base na pesquisa realizada todos os anos, que revelou um crescimento de 17,36% na receita bruta consolidada de 2006tomando como referência as 190 maiores empresas dos quatro segmentos da engenharia, construção, projeto e consultoria, montagem industrial e serviços especiais de engenharia, cujas receitas, somadas, alcançaram o patamar de R$ 33 bilhões. O crescimento obtido deveu-se, sobretudo, aos clientes privados, com atuação nos pólos da mineração, metalurgia e siderurgia, nos agronegócios, papel e celulose, petroquímica; às obras desenvolvidas por governos estaduais e ao programa de investimentos da Petrobras nas áreas de petróleo e gás. Setor luta por mais espaço Mais do que uma noite de comemoração, o evento foi uma oportunidade para a reflexão sobre a realidade do setor que, devido à falta de um projeto claro de desenvolvimento para a Nação, tem alcançado taxas de crescimento bem abaixo do seu potencial. Levantamento realizado pela O Empreiteiro mostra que a Engenharia e a Construção cresceram apenas 55% nos últimos 12 anos, considerando o período 2006-1995, atravessando três períodos de governo. De acordo com Joseph Young, diretor editorial da O Empreiteiro, em seu discurso de abertura da solenidade, o tema tem se tornado recorrente. “Parece um círculo vicioso. Mas não há como deixar de voltar, sistematicamente, ao tema comum, que é uma reivindicação de todos: o crescimento do País.” Para ele, as empresas de Engenharia e da Construção, nos últimos 25 anos, vêm sofrendo as conseqüências da falta de um planejamento de longo prazo, consolidado em um projeto de Nação. O crescimento de 17,36% em 2006 é um indício positivo, mas que nos remete à constatação de que, considerando o período dos últimos 12 anos, o crescimento do conjunto das empresas do setor continua muito aquém daquele que poderia ter sido, se o País tivesse um Projeto de Nação e viesse cuidando de suas estradas, projetos energéticos, portos, hidrovias e de outras áreas vitais de sua infra-estrutura. Cresceu apenas 55% naquele período, numa média medíocre de 4,75%ao ano, em um País onde tudo está para ser construído”, lamentou o editor. Ele lembrou que, não fossem as iniciativas de alguns governos estaduais, da iniciativa privada – sobretudo nos pólos da mineração, metarlurgia, siderurgia e as fronteiras abertas com os agronegócios, petroquímica, papel e celulose – e a Petrobras, com seus programas de petróleo e gás, o setor não estaria saindo do lugar. “E talvez até nem soubéssemos para onde ir”, alertou Young. Ele conclamou os líderes setoriais presentes ao encontro a se articularem, para evitar que cheguemos a 2022, ano do Bicentenário da Independência, sem um Projeto de Nação. Falando ao final da cerimônia, Luiz Fernando dos Santos Reis, presidente do Sindicato Nacional da Construção Pesada (Sinicon), corroborou os números do ranking e salientou que o governo insiste em dizer que quer fazer. Contudo, acaba não fazendo, o que, em seu entender, caracteriza a falta de planejamento e de gestão da atual administração do País. Representando todas as entidades representativas do setor, presentes ao evento, Luiz Fernando entregou a Joseph Young uma placa comemorativa em homenagem aos 45 anos da revista O Empreiteiro, celebrados também naquela noite. O dirigente destacou “o importante trabalho que a publicação vem realizando em prol do setor, como fórum de discussão das suas necessidades e seu esforço pelo desenvolvimento”. As melhores do ano Dentre as empresas que mais se destacaram em 2006, no segmento da Construção, foram agraciadas a Construtora Norberto Odebrecht S.A; Construtora Andrade Gutierrez S.A.; WTorre Engenharia e Construção S.A; Schahin Engenharia S.A. Galvão Engenharia S.A; Via Engenharia S.A.; Norcon – Sociedade Nordestina de Construção S.A; Planar S.A. Engenharia e Equipamentos; Serpal Engenharia Construtora Ltda; Método Engenharia Ltda e Oriente Construção Civil Ltda Já na área de Montagem Mecânica e Elétrica as escolhidas foram a UTC Engenharia S.A.; Tomé Engenharia e Transportes Ltda; IESA Óleo & Gás S.A; Daltec Construções e Montagens Industriais Ltda; e Milplan Engenharia, Construção e Montagem Ltda A Engevix Engenharia S.A; Tecnosolo S.A; Cobrape – Cia. Brasileira de Projetos e Empreendimentos; PCE Projetos de Consultorias e Engenharia Ltda e a Time Now Engenharia S.A. foram escolhidas as melhores no segmento de Projetos e Consultoria. E na área de Serviços Especiais de Engenharia foram destacadas a Metasa S.A. – Indústria Metalúrgica; Mills do Brasil e Fundsolo Serviços Geotécnicos e Fundações Ltda A organização do evento abriu espaço para destacar os programas de interesse comunitário desenvolvidos pelas entidades de engenharia. Este ano, foi homenageado o Projeto Ampliar do SECOVI, de São Paulo, representado pela sua presidente, Maria Helena Mauad. Também recebeu o reconhecimento dos presentes o engenheiro Sérgio Palazzo, que há 40 anos vem batalhando para difundir a tecnologia do Método Não-Destrutivo para as travessias subterrâneas.
Fonte: Estadão