A execução dos trechos de Contorno e da duplicação no planalto da Tamoios pela Dersa foi a forma que o governo paulista encontrou para viabilizar a PPP destinada a duplicar a rodovia na serra
José Carlos Videira
Essa convivência provoca, há anos, enormes congestionamentos e transtornos a todos os usuários. De acordo com o diretor presidente da Dersa – Desenvolvimento Rodoviário S/A, responsável pelo empreendimento, Laurence Casagrande Lourenço, a via perimetral que contornará as duas cidades também deve tornar mais ágil o acesso ao porto de São Sebastião, contribuindo, assim, para melhorar o tráfego de caminhões e a logística do terminal portuário da Petrobras. “Na época de veraneio e feriados prolongados, as vias locais chegam a receber um fluxo entre seis e sete vezes maior que a média”, afirma Lourenço.
O empreendimento representa investimento de aproximadamente R$ 3,1 bilhões do governo paulista e está sendo executado pelas construtoras Serveng e Queiroz Galvão. A obra faz parte ainda do programa de duplicação e modernização da Rodovia dos Tamoios, que já conta com seu trecho de planalto todo duplicado, do km 11 ao km 60, e em operação, desde o início do ano passado. “A Dersa está finalizando algumas intervenções no trecho do planalto, cuidando da implantação das passarelas, das passagens de fauna, das baias de contenção, entre outros serviços”, informa o presidente da estatal.
O trecho de serra da Tamoios também será duplicado, por meio de parceria público-privada entre o governo de São Paulo e a Concessionária Tamoios, controlada pela Queiroz Galvão, que já opera e faz a manutenção da rodovia no seu trecho de planalto. “Quando todas as etapas estiverem concluídas, a concessionária também ficará responsável pela operação de toda a estrada, o que inclui a Nova Tamoios Contornos”, informa.
5 túneis duplos e 44 pontes e viadutos
No seu traçado, a Nova Tamoios Contornos terá pista dupla com duas faixas de rolamento de 3,6 m e acostamento de 3 m por sentido. Em alguns trechos, no entanto, a via terá pista simples e acostamento nas mesmas dimensões. A obra contempla ainda cinco túneis duplos, perfazendo 13,346 km de extensão total (cerca de 6,7 km em cada sentido) e 44 pontes e viadutos, somando 8,029 km no total.
Divididas em quatro lotes, a Serveng ficou responsável pelas obras referentes aos lotes 1 e 2, e a Queiroz Galvão cuida da execução dos lotes 3 e 4. A expectativa é de que, em meados do ano que vem, a nova rodovia já comece a ser liberada ao tráfego, pelos lotes 1 e 2.
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A previsão é de que a construção da Nova Tamoios Contornos, iniciada em outubro de 2013, seja concluída em 2018. Até novembro, o avanço total da obra atingia 27,2%.
Avanço de obras
Em novembro, entre os principais trabalhos das duas construtoras responsáveis pela implantação da Nova Tamoios Contornos estavam a execução de obras de arte especiais. Pontes e viadutos utilizavam fundações executados com tubulões, estacas raiz e pré-moldadas. Nos túneis, os trabalhos se concentravam em avanço das escavações, supressão vegetal, pregagens e enfilagens.
Os serviços de terraplenagem incluíam remoção de material brejoso, cortes e aterros, cravação de estacas, aplicação de colchão de areia, reposição de rachão, entre outras intervenções. Muros e contenções exigiram pregagens, injeções de calda de cimento e aplicação de concreto projetado.
Construção de bueiros, canaletas e escadas de descida de água compunham os trabalhos de drenagem.
Lourenço conta que as intervenções para a modernização, duplicação do trecho do planalto e da serra e implantação dos contornos da rodovia dos Tamoios foram altamente complexas. “Exigiram tecnologias de alto nível e um volume substancial de investimento”, diz. Segundo ele, não dava para fazer todo o projeto nem por concessão nem por parceria público-privada (PPP).
A Dersa assumiu a gestão desse empreendimento por intermédio de uma parceria de cooperação técnica e financeira com o Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Lourenço lembra que, para viabilizar a obra e conseguir trazer recursos privados para o empreendimento, o governo estadual assumiu o papel de empreendedor.
A Dersa construiu a duplicação do trecho do planalto e executa a obra da implantação dos Contornos em Caraguatatuba e São Sebastião.
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Com isso, segundo Lourenço, foi possível fechar a equação e passar para a iniciativa privada a etapa de duplicação na Serra do Mar. “Dessa forma, o Estado de São Paulo consegue viabilizar projetos de infraestrutura complexos e melhorar sua posição na mesa de negociação”, afirma. Segundo ele, se os parceiros privados pedirem muito, o Estado pode fazer com a Dersa.
NOVA TAMOIOS CONTORNOS (TÚNEIS, PONTES E VIADUTOS) |
|||
Extensão (em Km) | |||
Lotes | Pontes e viadutos | Túneis | |
1 6,2 | 1,810 | 1,297 | |
2 18,4 | 3,534 | – | |
3 5,0 | 1,090 | 6,658 | |
4 4,3 | 1,595 | 5,391 | |
TOTAIS | 33,9 | 8,029 | 13,346 |
NOVA TAMOIOS CONTORNOS
GRANDES VOLUMES | |
Concreto | 335.021,92 m³ |
Aço | 17.689.786,24 kg |
Cobertura asfáltica | 119.922,69 m³ |
Pavimento de concreto | 11.100,00 m³ |
Movimentação de terra* | 2.131.212,65 m³ |
(*) Até novembro/15 |
Túnel submerso depende da união
O Submerso, túnel que viabilizará a travessia Santos-Guarujá, no litoral paulista, depende de autorização do governo federal para que São Paulo aumente seu nível de endividamento para poder contratar financiamento integral para tocar a obra, orçada em R$ 2,8 bilhões. Segundo o diretor presidente da Dersa, responsável pelo empreendimento, Laurence Casagrande Lourenço, todas as pendências relacionadas ao tribunal de contas foram sanadas, e as questões quanto à licitação não impediriam o início das obras.
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“Fica difícil falar em começar a obra se posso ter de parar por falta de recursos”, frisa Lourenço. Ele conta que o Estado de São Paulo tem um pedido de aumento de endividamento parado na Secretaria do Tesouro Nacional, desde 2014. “E o governo federal simplesmente não responde nem sim nem não”, diz. Se respondesse negativamente, conta, seria possível recorrer à justiça, “porque o governo paulista tem o direito de se endividar, pois está em dia com suas obrigações fiscais”.
Quanto às críticas ao túnel no lugar de uma ponte, Lourenço é enfático. “A Dersa tem boa experiência com túneis e com pontes. Não temos paixão por essa ou aquela solução.” Segundo ele, qualquer engenheiro especializado em pontes gostaria de ter em seu portfólio uma ponte estaiada com o maior vão livre do mundo. “Do ponto de vista de análise do objeto, o Submerso é o primeiro projeto da Dersa a passar pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente sem nenhum voto contrário”, afirma. Lourenço lembra que nos debates técnicos, a maioria entendeu as razões pela adoção do túnel em vez de ponte, e a justiça deu ganho de causa à Dersa, e o Ministério Público não acatou pedido de ação pública contra o modelo construtivo.
Fonte: Revista O Empreiteiro