De acordo com o estudo “Análise dos aeroportos brasileiros no cenário internacional”, de Thaís Sena Balter, Marcio Peixoto de Sequeira Santos e Elton Fernandes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o crescimento do transporte aéreo brasileiro, que tem sido maior a cada ano e deve aumentar substancialmente nesta década, pode ser limitado por questões de infraestrutura.
Apesar de ter se tornado a sexta economia mundial em 2011, o país ainda precisa melhorar em alguns setores, como o transporte aéreo, considerado subutilizado em relação às dimensões continentais do território e às longas distâncias entre as metrópoles. Os Estados Unidos, com território continental similar, é o país com o maior número de usuários por habitante. Até os países europeus, apesar das dimensões menores, se destacam no setor. Além disso, o Brasil não tem indicadores públicos suficientes para que seus aeroportos sejam avaliados em comparação com os de outros países.
Assim, estudos de desempenho, como os Airport Benchmarking Report, da Air Transport Research Society (ATRS), não incluem os aeroportos brasileiros. Se esses indicadores forem obtidos, será possível fazer diagnósticos que indiquem pontos a serem melhorados.
Segundo a International Air Transport Association (IATA), o desenho do terminal e o nível dos serviços oferecidos são dois desses indicadores e têm uma relação estreita com o número de passageiros atendidos e de bagagem e cargas movimentadas.
Müller e Gosling (“Framework for Evaluating Level of Service for Airport Terminals”, Transportation Planning and Technology, 1991), citados pelos autores do estudo, consideram que o nível de serviços expressa a qualidade do aeroporto, mais até do que as instalações técnicas.
A Federal Aviation Administration, do Departamento (Ministério) de Transportes dos Estados Unidos (Ashford, “Airport Terminal Level of Service”, 1987, também citado pelos autores do estudo), recomenda que os terminais de aeroportos domésticos tenham uma área de venda de passagens, operações de empresas aéreas, restituição de bagagem, salas de espera, alimentação e lojas, concessões, banheiros, circulação, manutenção e mecânica de 23,02 m²/passageiro nos horários de pico. Para os terminais internacionais a FAA recomenda 37,26 m²/passageiro. No Brasil, o único aeroporto com área de terminal por passageiro acima das recomendações é o Internacional Tom Jobim (Rio de Janeiro). O mais próximo é o Internacional Eduardo Gomes (Manaus), que deverá alcançar esse índice em 2014.
Fonte: Padrão