Programa televisivo de humorismo e reportagens mostrou, segunda-feira última, na Câmara dos Deputados, que alguns parlamentares ignoravam aspectos da importância dos trabalhos que ali poderiam estar fazendo. As perguntas do repórter foram até bobinhas: o que significavam as siglas CPMF e CSS. – Pegadinhas que poderiam surpreender pessoas apressadas pelo Viaduto do Chá, mas não parlamentares que a rigor deveriam estar ligados às discussões, passadas e presentes, a respeito das intenções do governo de encontrar outro meio para enfiar o dedo no bolso do contribuinte a pretexto de sacar mais recursos para a saúde. Nenhum deles lembrou o pomposo nome da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira ou da Contribuição Social para a Saúde.
A ignorância sobre siglas não quer dizer que eles não saibam o que diz respeito aos seus próprios interesses ou aos interesses dos que ajudaram a patrocinar a construção do caminho que os levaram até ali. Se fosse apurado, em profundidade, o alcance político das distorções das chamadas emendas parlamentares, possivelmente seria identificada a origem nebulosa de muitos desses interesses. E aí, quem sabe, as coisas poderiam ser consertadas ou, os erros, erradicados.
Veja-se o caso, no plano estadual, da denúncia levantada na Assembléia Paulista, onde cada deputado tem o direito de apresentar ao orçamento do Estado indicações para o repasse de até R$ 2 milhões em verba para obras diversas em suas bases eleitorais: construção e ampliação de hospitais, construção de viadutos, melhorias urbanas. Mas, vamos e convenhamos, "vender" emendas? Isso significa chegar ao fundo do poço da absoluta anti-cidadania.
De vento em popa
A energia eólica no Brasil vai de vento e m popa. É auspiciosa a informação de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) acaba de aprovar recursos de mais de R$ 290 milhões para a instalação de cinco parques eólicos, estes na Bahia. As 45 usinas eólicas já em operação, no Rio Grande do Sul, Ceará e Rio Grande do Norte já respondem por cerca de 794.334 kW de potência instalada.
Fonte: Estadão