A construção pesada no novo cenário

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Os últimos meses desenharam um cenário com preocupantes efeitos para a economia nacional. A alta da inflação e retração do PIB, com estimativa de queda de 1,5% neste ano, endossam o que já vimos percebendo desde o final do ano passado: o enfraquecimento da indústria e a estagnação do setor da construção.

A infraestrutura é, sem dúvida, um dos setores que mais impactam e também um dos que mais sofrem com as variações do mercado. As empresas trabalham, frequentemente, com margens de lucro apertadas, apresentando baixa rentabilidade.

Além disso, a falta de pagamento das obras, desde o ano passado, acarretou num arrocho de nossas empresas, com a paralisação das obras em andamento no Estado e, consequentemente, demissões de mais de 60 mil trabalhadores neste período. O Sicepot-MG vem acompanhando esforços dos governos federal e estadual para superar este momento.

Não por acaso, o governo federal lançou o Programa de Investimento em Logística (PIL), contemplando rodovias, portos, aeroportos e ferrovias, reafirmando que o setor de infraestrutura é a mola propulsora da economia do País. Entre a estimativa de R$ 198 bilhões em investimentos, Minas Gerais foi contemplado com R$ 2,5 bilhões para um trecho de 305 km das BRs-381/262 e uma faixa adicional na Fernão Dias. 

Com o mesmo propósito de reaquecer a economia do Estado, o governo de Minas Gerais vem retomando, aos poucos, obras paralisadas desde o ano passado e lançou, em maio, o Procedimento de Manifestação de Interesse, ofertando para a análise da iniciativa privada a concessão de toda a malha rodoviária estadual. É um ponto de partida, e as empresas vêm buscando maneiras e mecanismos que viabilizem a participação neste plano de concessão. Ainda assim, é importante frisar que a experiência e o conhecimento técnico sobre as rodovias mineiras por parte de todas as nossas empresas, sejam elas pequenas, médias ou grandes, são fundamentais para o sucesso deste programa.

É relevante o reconhecimento da infraestrutura no desenvolvimento por parte do poder público, porém, nosso setor espera um horizonte com mais robustos investimentos. Essas duas iniciativas, contudo, ainda no planejamento, são indicativos de retomada dos investimentos, mas ainda há muito por fazer. Outras obras de porte e de relevância social e econômica para o Estado ainda não foram contempladas.

Acredito na capacidade do País, que sempre soube superar as adversidades, principalmente no setor da engenharia, o primeiro a sofrer com o desaquecimento da economia, mas também o mais ágil para alavancar uma retomada, com incremento imediato no nível de emprego. E, como representante de 312 empresas, afirmo que nosso setor está preparado para a retomada das atividades. Vamos perseguir este objetivo e estamos abertos para colaborar na busca de alternativas que viabilizem estas metas.

 

*Emir Cadar Filho é presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de Minas Gerais (Sicepot-MG)

Fonte: Redação OE

 


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