A força do fundador em todos os passos da empresa

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A Camargo Corrêa, que em 2010 comemora 71 anos de atividades, continua a pontuar seu desempenho inspirada na capacidade e na ousadia do fundador, Sebastião Camargo, um empresário que tinha uma visão de futuro para a sua empresa e para o País

 

 

Bastião ou China. Ele não se importava como fosse chamado. O que importava é que para ele todas as portas estavam abertas. E todos o admiravam. Desde cedo, ele parecia predestinado a construir grandes obras de engenharia. Seu nome virou legenda, tanto na empresa que fundou quanto nas histórias – e são tantas – que se contam a respeito dele.
Sebastião Camargo: desde o seu falecimento, ocorrido no dia 26 de agosto de 1994, a empresa e os funcionários reverenciam-lhe o passado e respeitam-no por haver contribuído para uma ampla abertura, no segmento da construção pesada, para a construção de hidrelétricas e outras obras de grande porte.

Ele nasceu em Jaú, interior paulista, em 1909. Aos 17 anos transportava terra numa carrocinha puxada à tração animal, começando, dessa forma, sua vocação de “empreiteiro”. Em 1939, em parceria com Sylvio Brand Corrêa, fundou a Camargo Corrêa & Cia. Ltda. Engenheiros Consultores, nome assim registrado na Junta Comercial de São Paulo.
Na época, com a II Grande Guerra se espalhando pela Europa, o governo brasileiro cuidava de ampliar o mercado interno do País, substituindo devagar e sempre, os produtos importados. Foi nessa fase histórica que a empresa assinou o seu primeiro contrato: construir um trecho de 12 km da estrada Banhado Grande-Mina de Pescaria-Mina do Espírito Santo, em Apiaí (SP). Com essas e outras obras, ela se credenciaria para vôos mais altos: construção de trechos rodoviários mais longos, execução de leitos ferroviários e pistas de aeroportos. Seis anos depois do final da 2ª Guerra Mundial,  assumiria o nome que a projetaria para o futuro: Construções e Comércio Camargo Corrêa.

 

*Sebastião Camargo – 1939

Já notabilizada pela atuação em obras de infraestrutura, ela edificou as usinas hidrelétricas Euclides da Cunha, Limoeiro e Graminha, no estado de São Paulo. Mas foi na década de 1960 que ganharia contornos de empresa de grande porte. Construiu o Complexo Urubupungá, que incluía a hidrelétrica de Jupiá (1.400 MW de potência instalada) e Ilha Solteira (3.200 MW), adotando conceitos e técnicas considerados absolutamente inovadores, tais como o desvio do rio pela casa de força, uso de stop-logs flutuantes, lançamento de concreto a baixas temperaturas e outros procedimentos executivos mais tarde empregados nas hidrelétricas de Porto Primavera, Água Vermelha, Nova Avanhandava, Rosana, Salto Santiago, Segredo, Salto Osório, Itaipu e Tucuruí (primeira e segunda fases) – obras que a revista O Empreiteiro pôde acompanhou in loco.

Mais tarde ela se lançaria a construir outras obras, aqui e no exterior: a hidrelétrica Guri, na Venezuela, Porce III, na Colômbia e, no Brasil, os metrôs paulistano e carioca, além de obras desse tipo em outras capitais e obras rodoviárias do maior significado técnico, como as rodovias dos Imigrantes, Ayrton Senna e Bandeirante; a ponte Rio–Niterói e, mais recentemente a ponte estaiada sobre o rio Negro, em Manaus (AM).

 

Os continuadores
Antônio Miguel Marques, até então presidente da Camargo Corrêa (N. da R.: o executivo é hoje – 2012 – membro do conselho da empresa), reconhece que a empresa, hoje, se recicla, porque o mundo se recicla. Mas, os valores deixados pelo fundador, são preservados e continuam muito fortes. Vão passando de geração à geração, presentes em todas as atividades ali desenvolvidas.

Embora seja considerada líder mundial em obras de hidroeletricidade, ela está se projetando em outros segmentos como o de óleo e gás. Volta seu foco também para os mercados de mineração e metalurgia e dá ênfase às obras destinadas ao transporte público de massa.

Miguel Marques lembra que a empresa evoluiu muito na técnica, por exemplo, de construção de metrôs. Se, no passado, essas obras constituíam motivo de perturbação, hoje não mais, ou, pelo menos, não perturbam tanto. Haja vista, que a empresa participou da construção da linha 2 do metrô paulistano e a cidade talvez nem haja se apercebido que “homens estavam trabalhando”. A experiência da empresa nesse campo tem sido utilizada nas obras da linha 4 (Amarela) do metrô paulistano.

Ao mesmo tempo, a Camargo Corrêa vem se voltando para obras de saneamento. E seus avanços se refletem em uma das maiores na área em toda a América Latina, uma estação de tratamento de esgoto em construção na Grande Buenos Aires, que terá capacidade para tratar até 33 m3/s.

Ela dedica atenção às atividades para exploração do pré-sal. Como proprietária do Estaleiro Atlântico Sul, em Suape-PE, está preparada para produzir os navios e plataformas necessários a essa nova etapa de extração e exploração de petróleo no fundo do oceano. Nessa e em outras obras, o “empreiteiro” Sebastião Camargo, Bastião, ou China continua a ser uma inspiração para as novas gerações que estão tocando a empresa.

 

 

Fonte: Padrão


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