Augusto Diniz – Passo Fundo (RS)
Para entregar em final de março último a fábrica de guindastes da Manitowoc, em Passo Fundo (RS), a construtora Santin precisou correr contra o tempo. Foram oito meses de intensos trabalhos, onde o destaque foi a realização das obras civis na medida em que a terraplanagem se encerrava em um determinado trecho do terreno disponível para construção da unidade fabril.
Instalada em um terreno de 450 mil m², dos quais 35 mil m² são de área construída, a planta industrial é resultado de um investimento de R$ 70 milhões. A gigante americana deverá produzir no primeiro ano 44 unidades de máquinas no local – estima-se dobrar a produção já em 2013. Uma futura ampliação está prevista – a planta permite acomodar mais três bases de produção.
“Se você quer ser player global, tem que estar no Bric (grupo composto pelos países emergentes Brasil, Rússia, Índia e China). Ponha recursos no Brasil e tenha longo tempo de atuação no mercado”, justifica sobre a abertura da fábrica no País Glen Tellock, presidente mundial da Manitowoc. O Brasil era o único dos quatro países do Bric que não tinha produção local da empresa.
O trabalho de construção da fábrica levou oito meses, incluído o período de terraplanagem – este serviço foi feito pela própria prefeitura da cidade, a partir de acordo realizado com a multinacional americana. “Para ganhar tempo, tivemos que fazer as obras por modulação. Na medida em que se fazia a terraplanagem, íamos construindo a edificação”, explica Júlio Salvador, diretor da Santin. “No segundo mês de obra, já tínhamos iniciado a montagem elétrica”, complementa Fernando Santin, também diretor da empresa.
A obra avançou no período 2 mil m² a cada 25 dias. A fundação escavada a 18 m de profundidade também ocorreu seguindo a construção modular. O uso do pré-fabricado – este fornecido pela Sulcam – foi intensivo. Vigas e pilares (223 deles) pré-fabricados compuseram a estrutura da fábrica, que possui altura média de 12 m na área de produção. A cobertura com terçamento metálico possui telhas de aço galvanizadas e translúcidas para entrada de luz natural no ambiente de chão de fábrica.
O piso, por exigência do cliente, foi feito para suportar até 20 t por m². A solução adotada para isso foi adicionar fibra ao concreto, perfazendo um total de 20 cm de espessura de piso. Caso a mistura não fosse realizada, o piso poderia ter até 1,20 m de espessura para atender a necessidade do cliente.
Outra exigência da Manitowoc foi que a parte elétrica da fábrica tivesse barramento blindado (conhecido como busway). Criado para dar flexibilidade e mais segurança ao sistema de distribuição de energia, o barramento blindado em instalações elétricas são condutoras de corrente de carga elétrica de até 6.000 A.
Dos 35 mil m² construídos, 2 mil m² são de área administrativa (salas e refeitório) e que se localizam em um dos extremos do galpão da fábrica.
A unidade promete ser modelo de sustentabilidade na localidade, apostando em energias renováveis na área administrativa e na eficiência energética para a área de produção. A fábrica contará com sistema de reaproveitamento da água da chuva nos sanitários e da iluminação natural na área industrial, que possui telha translúcida. O projeto terá duas estações de tratamento de efluentes (uma dedicada para os efluentes industriais e outra para os efluentes sanitários), que ainda estão em construção.
A concepção da unidade da empresa mundial de guindastes seguiu o padrão da matriz, mas o projeto básico e executivo foi feito pela Santin. Cerca de 100 pessoas trabalharam na obra.
Fonte: Padrão