O governo federal está apostando tudo – até a entrega de um ministério – para ver o seu candidato no topo das pesquisas e, depois, na cadeira da prefeitura paulistana. E o candidato dispõe de dinheiro, retórica, promessas. Poderia estar no topo das pesquisas. Mas, patina e não chega lá.
A essa altura, pelo esforço concentrado em todas as zonas paulistanas, ele deveria, no mínimo, já ter desbancado o segundo colocado lá para as beiradas das imensas periferias das pesquisas. Lastimavelmente isso não está ocorrendo. A cada novo esforço realizado para virar a mesa, o candidato que está em segundo lugar parece não mudar de posição. E, o que está em primeiro lugar, continua impávido no terreno onde consegue pisar.
Para os dois candidatos teoricamente mais fortes é como se a propaganda não estivesse pegando. E, por que tanta propaganda maciça e massiva não pega? Esta é a questão que pode ser colocada para explicar o imobilismo das posições que os candidatos conquistaram.
O candidato da situação tem martelado os problemas da cidade, como se as soluções mágicas para resolvê-los só agora estivessem em suas mãos e nunca, jamais, nas mãos ou na cabeça dos outros candidatos.
Vamos venhamos. A cidade continua inexoravelmente a mesma. Nada tem mudado dentro dela, exceto o aumento gradativo dos problemas, como reflexo de seu crescimento desordenado. Saúde? Continuam aqueles mesmos de ontem e de anteontem. Escolas, idem. Creches? Idem. Saneamento? Idem. Transporte urbano? Idem, apesar do pequeno acréscimo das linhas metroviárias.
Enquanto as promessas são lançadas aos ventos, a população analisa. São as mesmas promessas que se repetem, ano a ano, ao final de cada quatro anos de administração. É que a cidade tem deixado de pertencer a sua população. E o povo, sabendo que de nada tem adiantado malhar em ferro frio, busca uma saída, que pode não ser necessariamente a melhor, mas que ao menos pode servir como um alerta aos que tradicionalmente o tem ludibriado.
A população não pode ser responsabilizada pela posição que o candidato de B ou C tem ocupado até aqui nas pesquisas. Eles apenas colhem os frutos que têm plantado por essas terras, durante anos a fio.
Fonte: Nildo Carlos Oliveira