Os números apontam para um horizonte setorial satisfatório neste começo de 2013. O Produto Interno Bruto (PIB) obteve crescimento da ordem de 4% em 2012 e voltará a crescer entre 3,5% e 4%, ao longo do ano que está se iniciando. São projeções feitas pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), por intermédio de seu presidente, Sérgio Watanabe; do vice-presidente de Economia, Eduardo Zaidan, e da economista Ana Maria Castelo, da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O crescimento da construção civil, ocorrido em 2012, foi menor do que aquele registrado em 2011, quando chegou a 4,8%. E a estimativa para o PIB do País, em 2012, é de alta de 1,6%. Contudo, a taxa de investimento deverá situar-se em torno de 17,5% do PIB, enquanto o emprego formal da construção deverá aumentar 5,9% em relação a 2011. Os indicadores mostram que ao longo de 2013 poderá acontecer uma recuperação da taxa de investimento. Ela poderá situar-se no patamar de 19% do PIB.
Eduardo Zaidan e Ana Maria Castelo atribuem a atual situação do desempenho setorial às seguintes dificuldades: redução dos investimentos das empresas; queda dos investimentos do setor público para a infraestrutura; baixo ritmo de contratação de moradias para a faixa 1 do programa Minha Casa, Minha Vida (para uma meta de 1,2 milhão de moradias nesta faixa, apenas 340 mil tinham sido contratadas até 31 de outubro de 2012); paralisação, durante alguns meses, dos serviços de obras rodoviárias do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit); e morosidade na concessão de licenciamentos imobiliários na capital paulista, o que afetou negativamente o começo de obras. Esse último problema ocorreu por conta, principalmente, do escândalo registrado no Aprov (o departamento de aprovação de projetos, da prefeitura paulistana). Apenas para lembrar: na administração Gilberto Kassab, o Aprov protagonizou uma denúncia de corrupção que envolveu o seu então diretor, Hussain Aref Saab.
Eduardo Zaidan, Sérgio Watanabee Ana Castelo, no Sinduscon-SP
Empreendimentos imobiliários, lançados em 2012, começarão a sair do papel em 2013; um número crescente de moradias do programa Minha Casa, Minha Vida, não deixará de ser construído. E estão aí as obras esportivas (arenas) e aquelas de mobilidade urbana, em diversas capitais, que entrarão em processo de construção. Por outro lado, encontram-se em andamento as obras resultantes das novas concessões aeroportuárias, além de rodovias e ferrovias. Em linhas gerais, os investimentos em infraestrutura deverão crescer em 2013.
No estado de São Paulo, a Secretaria de Logística e Transportes anunciou que a Corporação Andina de Fomento/Banco de Desenvolvimento da América Latina aprovou empréstimo de US$ 200 milhões para o pacote de obras de recuperação e modernização de rodovias paulistas. A contrapartida do governo de São Paulo é de US$ 85 milhões. A assinatura do contrato deve acontecer em março de 2013.
O governo paulista decidiu fazer deslanchar as obras do Rodoanel Leste. Ainda no dia 21 de dezembro último foram iniciadas as escavações de dois túneis da estrada, em Ribeirão Pires, ambos com 1.100 m de extensão. O trecho Leste deverá estar concluído até março de 2014, com investimentos de R$ 2,8 bilhões. O trecho Norte, com 44 km de extensão, deverá ficar pronto até dezembro de 2014.
(Nildo Carlos Oliveira)
Fonte: Padrão