América Latina e África Portuguesa: mercados naturais

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Transformando-se de exportadora passiva para uma empresa com presença mais ativa em vários países, comprometendo-se gradualmente com o cenário internacional de infra-estrutura, a Engevix criou recentemente uma diretoria internacional, com o objetivo de priorizar este processo. Com bases fixas no Peru, México e Angola e contratos e projetos em desenvolvimento em vários países, a empresa prepara-se para viver novas realidades em 2008. “Buscamos aumentar nossa carteira de contratos nos mercados onde estamos e desenvolver novas oportunidades em países nas regiões de foco estratégico. Temos convicção de que nossas atividades internacionais passarão por mudanças consideráveis e positivas em 2008 e no decorrer dos próximos anos”, afirma Alessandro Carraro, diretor internacional.

Na visão da empresa, hoje os principais mercados para ela estão concentrados na América Latina e nos países africanos de língua portuguesa. “A América Latina é o caminho natural para as empresas brasileiras pela proximidade geográfica e cultural. Os países de colonização portuguesa possuem uma ligação histórica com o Brasil, gozando de linhas de crédito (BNDES) e tratamento diferenciado pelo governo brasileiro, como é o caso de Angola”, explica. “No geral, procuramos estar alinhados com as estratégias do governo brasileiro (MRE) nas relações internacionais”, acrescenta Carraro.

Em Angola, onde a Engevix conta com uma filial e a presença de grandes empresas brasileiras do setor da construção civil pode ser detectada com facilidade, seu trabalho está direcionado para a conquista de novos contratos de energia e infra-estrutura. Lá, já responde pela reabilitação do aproveitamento hidrelétrico de Cambambe, pela elaboração de estudos e projetos executivos para reabilitação das redes de distribuição de energia elétrica na região norte e pela engenharia ambiental para projetos da Sonangol.

Dois lados

Por um lado, a Engevix tem como principal vantagem no exterior a sua experiência de 42 anos em diversos projetos industriais, de energia e infra-estrutura no Brasil e no mundo, cuja qualidade é reconhecida. Seu acervo técnico, o conhecimento tecnológico e a longa experiência nos setores de grande expansão no mundo somam-se ao fato de possuir colaboradores que estão na empresa há muitos anos, alguns com mais de 30 anos de casa e que participaram dos mais importantes projetos desenvolvidos pela Engevix ao longo do tempo, “o que faz com que nossa capacidade acumulada seja bastante competitiva globalmente”, destaca o executivo. Acrescente-se a estes pontos a flexibilidade em trabalhar com diversos parceiros em vários segmentos.

Mas, por outro lado, Carraro conta que a empresa sente dificuldade de mão-de-obra qualificada, tanto no Brasil, onde o aquecimento de alguns setores propiciou que muitos profissionais fossem absorvidos pelos projetos em andamento, quanto no exterior. “Da mesma maneira, vários países não possuem pessoal qualificado suficientemente para atender à demanda atual”, diz. No entanto, há outras situações a enfrentar, como na parte operacional, onde há entraves com processos imigratórios, principalmente em países africanos, e dificuldades com a logística em geral.Além disso, a desvalorização do real tem encarecido nossos profissionais e nossos serviços”, aponta.

Embora sem ter recorrido ainda a financiamentos para exportação, pois os projetos de que participa no momento já possuem financiamento de agências multilaterais internacionais, como Bcie, CAF e BID, Alessandro Carraro informa que em algumas propostas em andamento está sendo considerada a utilização de programas de financiamento do BNDES para bens e serviços exportados, mais especificamente o BNDES-Exim.

Atuação

Dos diversos contratos em carteira, entre os mais recentes destacam-se os desenvolvidos no México, onde este ano foi concluído o projeto de EPC (Engineering-Procurement-Construction) da pequena central hidrelétrica (PCH) El Gallo, de 30 MW, que é o segundo desta natureza desenvolvido naquele país. A Engevix respondeu pelos projetos civil e eletromecânico, construção civil e gerenciamento das obras.

Na Nicarágua, desenvolve estudos de viabilidade de duas pequenas centrais hidrelétricas. Na Costa Rica, o estudo de viabilidade do Trem de San Jose. No Peru, estão a seu cargo a assessoria técnica à Prefeitura de Lima no projeto do trem metropolitano daquela cidade, a supervisão de obras rodoviárias e de obras da PCH Laguna Dias e da usina hidrelétrica (UHE) Machu Picchu.

Na Bolívia, estão sob sua responsabilidade o projeto e a supervisão de obras da barragem de Misicuni, em Cochabamba, e a supervisão de obras rodoviárias. Por último, na Venezuela trabalha no projeto executivo da UHE La Vueltosa, de 771 MW total, construída em duas fases. Um total de 78 colaboradores da Engevix trabalham no momento em contratos espalhados por Angola, México, Peru e Bolívia. “Em alguns destes países temos projetos em consórcio e o número de colaboradores já corresponde ao percentual da empresa nos respectivos contratos”, informa Alessandro Carraro.

Fonte: Estadão


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