O projeto dos chineses no Brasil ainda não foi detalhado, mas as primeiras informações dão conta de que a montadora pretende produzir 150 mil veículos por ano, começando com a fabricação do modelo A3.
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Em um investimento estimado extraoficialmente em torno de US$ 700 milhões, o objetivo da Chery é funcionar no País até 2012. O local de instalação deve ser divulgado em julho.
Independentemente do atraso, o economista Oswaldo Guerra, especialista em competitividade e estratégias empresariais, diz que a Bahia tem poucas chances de conquistar este investimento. “Para o Nordeste sercompetitivo, tem de fornecer grandes incentivos fiscais. Com a crise, a arrecadação de tributos caiu e o governo da Bahia está fazendo contenções de gastos”.
Para Guerra, os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais têm mais possibilidades de levar a fábrica da Chery.
“Na ausência de incentivos, (as indústrias) preferem ficar em áreas onde há aglomeração de outras fábricas. Assim é mais fácil ter fornecedores.
Esses estados também estão mais próximos do mercado consumidor”, explica. O economista lembra que para atrair a montadora Ford para o Estado, o governo baiano ofereceu isenção de ICMS, terreno, infraestrutura e um porto exclusivo para a empresa.
Ele acredita que a Bahia não teria como repetir esses incentivos.
A SICM informa, ainda por meio da assessoria, que a Bahia tem condições favoráveis para ganhar essa disputa, como a disponibilidade de três terrenos de um milhão de metros quadrados no Polo Industrial de Camaçari, logística de ferrovia, porto e aeroporto próximos, infraestrutura energética, suprimento de gás natural e de água. Outras vantagens seriam a presença da Ford e seus fornecedores em Camaçari e da indústria petroquímica que produz insumos para as empresas automobilísticas.
Oswaldo Guerra diz que São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro também podem oferecer esses benefícios. Para ele, a possibilidade de a Bahia levar vantagem nesta disputa é se a Chery tiver o interesse de produzir para exportação. “Não me parece que é essa a proposta, mas se for, a Bahia teria vantagem por ter portos mais próximos da Europa”, diz.
De acordo com assessores do governador Jaques Wagner, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Miguel Jorge, que também está na China, leva propostas do governo baiano para trazer duas empresas para o Estado, mas os nomes das companhias não foram revelados.
Fonte: Estadão
