Bombardier planeja entregar 1o trem ainda este ano

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Aexpectativa é grande na fábrica da Bombardier em Hortolândia (SP). É que em dezembro será entregue o primeiro trem com sete vagões do monotrilho da Linha 15-Prata do Metrô de São Paulo.

“Nosso maior desafio é entregar o primeiro trem. Estamos concentrados nessa tarefa”, conta o engenheiro Manoel Gonçalves, gerente de produção da empresa. Depois do primeiro, serão produzidos na unidade mais outros 52 trens com sete carros cada destinados ao novo ramal do metrô paulistano.

Engenheiro ManoelGonçalves, da Bombardier

A Bombardier quer transformar a planta do interior de São Paulo no centro mundial de produção de monotrilhos de alta capacidade, atendendo não somente o mercado brasileiro, mas também o internacional, como a Índia, que também aposta fortemente no sistema para resolver o problema de transporte público.

O monotrilho de alta capacidade é aquele que atende de 10 mil a 50 mil pessoas por hora e por direção. No caso da Linha 15, serão atendidas até 48 mil pessoas. O intervalo entre as composições do monotrilho da Zona Leste paulista será de 75 segundos – semelhante ao metrô. São Paulo será a primeira cidade da América Latina a ter o monotrilho como sistema público de transporte de alta capacidade.

Ensaio no exterior e fábrica brasileira

Os testes do monotrilho paulistano começarão a partir de janeiro no site da Bombardier em Kingston, Canadá. Lá está sendo reproduzida, em quase 3 km de extensão, uma linha do sistema com condições semelhantes à Linha 15. O teste será feito durante todo o ano de 2013 e depois o trem usado como ensaio virá para o Brasil para ser utilizado no monotrilho da Zona Leste.

Os trens foram desenhados com peso mínimo possível, de estrutura de alumínio, com motor compacto – 30% a menos de peso em relação ao trem convencional de um monotrilho. Haverá livre passagem entre os carros do trem e a velocidade máxima será de 80 km/h. O sistema será totalmente automático, sem a presença do condutor.

A unidade fabril da Bombardier, com mais de 3 mil m², é composta de oito estações de trabalho: montagem das laterais, estrado (piso) e cobertura; fechamento da caixa; instalação de portas e alguns componentes; teste de prova d´água; instalação de equipamentos (tração, geração de energia etc.); instalação de truncagem, motor e roda; teste estático e elétrico; e acabamentos.

Linha de montagem doprimeiro trem da Linha 15

A fábrica de Hortolândia levou 18 meses para ficar pronta e foi inaugurada em abril deste ano. O local era da antiga unidade fabril da Cobrasma – Companhia Brasileira de Materiais Ferroviários. A proposta da empresa canadense é fazer um carro de trem por dia na planta.

O investimento para abertura da fábrica foi de US$ 15 milhões. Há 250 funcionários atuando na unidade.
Atualmente, a fábrica tem 50% de índice de nacionalização. Oito profissionais da Bombardier vieram do Canadá para acompanhar a produção de trens em Hortolândia.

Linha 15

A montagem eletromecânica da Linha 15 começa no final deste ano. Com custo total de US$ 1,4 bilhão, o primeiro trecho entre Vila Prudente-Oratório, de 2,9 km, será inaugurado até o final de 2013 com 27 trens.

A Linha 15-Prata ligará Vila Prudente a Cidade Tiradentes e terá, no total, 24,5 km com 17 estações, ficando totalmente pronta em 2016. O consórcio da obra é integrado pelas construtoras Queiroz Galvão e OAS e a Bombardier.

A Bombardier já tem experiências no mundo com monotrilho, como é o caso de Kuala Lumpur (Malásia), Las Vegas e Newark (Estados Unidos) e Riad (Arábia Saudita). O modelo Innovia Monorail 300 é o que será adotado no sistema paulista.

Mais de 100 mil veículos ferroviários da Bombardier circulam hoje no mundo, incluindo VLTs, metrôs, trens interurbanos e regionais, além de trens de alta velocidade.

Fonte: Padrão


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