Canal adutor do sertão alagoano

O Canal do Sertão é um empreendimento destinado a levar água para o sertão do Estado de Alagoas, beneficiando 42 municípios e aproximadamente um milhão de pessoas. O traçado inicia na captação de água do Rio São Francisco em Delmiro Gouveia e, quando concluído, alcançará o município de Arapiraca, totalizando 250 km de percurso.  Trecho IV O trecho IV da obra, entregue em maio de 2021, foi executado pela OEC – Engenharia e Construção e compreende uma extensão de 30,4 km, desde o município de Senador Rui Palmeira até o de São José da Tapera, beneficiando mais de 200 mil pessoas. 

 Uma das fases mais desafiadoras do projeto ocorreu na construção do sifão invertido, que consistiu na implantação de duas linhas paralelas de tubos em aço carbono com 2,4 metros de diâmetro, com extensão de 2,8 quilômetros, cada, sendo 2,64 quilômetros em trecho enterrado e mais 160 metros em trecho aéreo apoiado em pilares. Ao todo, foram utilizados 465 tubos de aço, soldados no local.  A instalação do sifão era estratégica para o planejamento da obra. Este marco possibilitou a interligação entre dois canais trapezoidais, permitindo a transposição da travessia do Riacho Grande, que possui um desnível de 65 metros de altura, garantindo que o fluxo da água seja contínuo e por gravidade.

Outro marco importante foi a conclusão do Túnel Cacimba Cercada. As escavações foram concluídas com antecedência de um mês em relação ao cronograma planejado, superando os índices de produtividade previstos, mesmo durante o período de pandemia. O túnel Cacimba Cercada tem 750 metros de comprimento, em maciço rochoso com classes de maciço variando de II a V. O túnel foi escavado através do método NATM (New Austrian Tunnelling Method) Drill & Blast, com avanço conforme classe de maciço mapeada pela equipe de ATO (Acompanhamento Técnico de Obra).

Para a região, a obra também funcionou como um vetor de trabalho e renda: empregou, em média, 530 pessoas por mês. O empreendimento recebeu investimento de R$ 783 milhões, do Ministério do Desenvolvimento Regional, que foram geridos pela secretaria alagoana de infraestrutura. Trecho V Em janeiro de 2022, a OEC venceu a concorrência realizada pelo Governo Estadual de Alagoas para a construção do  quinto trecho do Canal do Sertão. A empresa foi contratada para elaborar os projetos executivos de engenharia, fornecer materiais, equipamentos e executar as obras civis para implantação de um trajeto de 26,6 quilômetros, entre o KM 123,4 e o KM 150, passando pelos municípios de São José da Tapera, Olha D’água das Flores e Monteirópolis.

  Mais de 800 empregos devem ser gerados no pico da obra, com aproveitamento da mão de obra majoritariamente local. Cerca de 130 equipamentos pesados deverão ser utilizados nos trabalhos. O prazo total previsto no contrato é de 40 meses, sendo 27 para execução da obra. Com a conclusão do quinto trecho, o Canal do Sertão Alagoano completará uma extensão de 150 quilômetros.  Ao final do projeto, a maior obra de infraestrutura hídrica de Alagoas e uma das maiores do Brasil, terá 250 quilômetros de extensão, alcançando a cidade de Arapiraca e beneficiando mais de um milhão de pessoas em 46 cidades do sertão e agreste alagoano.

A execução do novo trecho foi licitada por R$ 429,8 milhões. Um dos grandes desafios de engenharia para a obra será a construção do terceiro túnel, com 1,5 quilômetro de comprimento, com classes de maciços rochosos que variam de II a V – a escala vária de I (mais dura) à V (menos dura). Assim como no trecho anterior, o túnel será escavado por meio do mesmo método – NATM Drill & Blast -, com avanço de acordo com a classe de maciço mapeada pela equipe de ATO, com os respectivos tratamentos previstos no projeto executivo. O projeto prevê tratamentos específicos para cada tipo de maciço, com aplicação de concreto projetado, armação metálica (tela), tirantes, cambotas e drenos curtos. Devido às características da rocha nos trechos iniciais do emboque e desemboque do túnel e a fim de garantir uma maior segurança e estabilidade, serão executadas enfilagens autoperfurantes em trechos com baixa cobertura de rocha.

Além disso, estão em fase de implantação do Plano de Execução BIM (Building Information Modelling, ou Modelagem da Informação da Construção). Trata-se de um conjunto de processos e ferramentas cuja implantação facilita e viabiliza uma transformação digital profunda na Indústria da Arquitetura, Engenharia e Construção, com um alcance que contempla desde a etapa de elaboração de projetos até as fases de construção e gestão do ativo. O protocolo de troca de dados adotado é o IFC (Industry Foundation Classes), um padrão aberto que garante o intercâmbio da informação, viabilizando a utilização de diferentes softwares durante o desenvolvimento do projeto.

 O projeto contemplará a construção de 18 canais trapezoidais, totalizando cerca de 20 quilômetros; um túnel de 1,5 quilômetro; um sifão invertido com 1,5 quilômetro; quatro pontes canal com 1 quilômetro de extensão, além de três comportas. Ao longo de sua história de 78 anos, a OEC – Engenharia e Construção foi responsável pela execução de mais de 2.900 obras de grande porte em mais de 30 países ao redor do mundo, a exemplo de usinas hidrelétricas, térmicas e nucleares, pontes, viadutos, túneis, linhas de metrô e trens urbanos, aeroportos, portos, ferrovias, refinarias, obras industriais e de mineração.

 Em 2021, a OEC recebeu pelo décimo ano consecutivo o Global Best Projects, prêmio concedido pela revista norte-americana ENR – Engineering News-Record, distinção considerada pelo mercado como o Oscar da engenharia mundial. Por sua atuação orientada à Sustentabilidade, desde 2014 a OEC vem recebendo o Selo Ouro do programa GHG Protocol, que reúne os inventários de emissões de gases de efeito estufa. Atualmente emprega mais de 18 mil trabalhadores de diferentes nacionalidades em mais de vinte obras espalhadas por países das Américas e da África.

Deixe um comentário