Sete anos depois de assistir à desativação de uma das mais importantes fábricas da região – a fábrica da Case –, Sorocaba, no interior paulista, entusiasma-se agora com o anúncio de que a unidade está sendo reaberta e que o município deverá ser transformado em base global de exportações de peças e máquinas agrícolas e de construção.
A informação de que a Case Construction e a Case IH, da holding CNH Global N.V., subsidiária do Grupo Fiat, reabrirão a fábrica até começo de 2010, foi dada pelo presidente da CNH Latin América, Valentino Rizzioli. Ele disse que, com a retomada das atividades da unidade, serão alcançados três objetivos: o aumento da produção de máquinas naqueles dois segmentos, hoje fabricadas nas unidades de Curitiba (PR), Piracicaba (SP) e Contagem (MG); fabricação de componentes usados em outras máquinas Case e Case IH e a possibilidade de geração de 1,2 mil empregos diretos.
Pelos números expostos por Rizzioli, não se trata, no fundo, apenas de uma reativação. A planta, que empregava cerca de 600 pessoas em 2001, quando foi fechada, terá infra-estrutura moderna e o espaço construído, nem de longe lembrará o anterior, em sua dimensão. Se, antes, com uma área construída da ordem de 90 mil m², produzia 500 máquinas/ano e empregava 600 pessoas, hoje ela contará com um espaço construído de 150 mil m² e terá capacidade instalada para produzir 8 mil unidades/ano.
A fábrica, com concepção funcional moderna, estará alinhada ao sistema mundial da CNH e ao World Class Manufacturing, adotado pelo Grupo Fiat. A fabricação das máquinas será seqüenciada e em fluxo contínuo, o que permitirá produção mais rápida, favorecendo o aumento da competitividade e da comercialização das máquinas. Ela será dotada de equipamentos de corte de chapas a laser com alimentador automático, estações robotizadas de solda, transportadores aéreos para peças e componentes e outras inovações em plantas do gênero.
No mesmo terreno está sendo construindo aquele que já é considerado pela direção do grupo como o maior centro de distribuição de peças da CNH na América Latina. – “O maior e o mais moderno do Grupo Fiat” – acrescenta Rizzioli. Ele terá 60 mil m² de área construída, equipamentos de movimentação e embalagem de última geração e um estoque de 154 mil diferentes tipos de peças para atendimento imediato aos clientes, onde quer que eles se encontrem.
O centro de distribuição estará classificado na categoria Green Building – certificado conferido aos prédios construídos conforme os critérios das providências de sustentabilidade ambiental, dotados de equipamentos para o reaproveitamento da água pluvial e do uso de energias alternativas, como a luz solar.
O projeto de reabertura daquela unidade resulta de um investimento da ordem de R$ 1 bilhão previsto no plano do grupo para o período 2007-2010 e é da responsabilidade do escritório Lima Pinheiro Arquitetos, de São Paulo. O centro de distribuição é de responsabilidade do Escritório Técnico Arthur Luiz Pitta Engenheiros Associados (Etalp), também de São Paulo.
Fonte: Estadão