Vinte anos após as primeiras concessões públicas de rodovias, qual a avaliação do setor de concessões em geral, do ponto de vista da CCR, questiona a revista O Empreiteiro. “Ao longo desses 20 anos, o Brasil compreendeu como esse modelo é capaz de garantir os investimentos necessários para a atualização de nossa infraestrutura”, analisa Renato Vale, diretor-presidente do Grupo CCR. “Isso revela o amadurecimento do negócio de prestação de serviço em infraestrutura no País e o reconhecimento, por parte dos usuários, de que as concessões de rodovias, de aeroportos, de projetos de mobilidade urbana geram volumes importantes de investimentos para a modernização do País.”
“O Brasil compreendeu como as concessões podem garantir os investimentos necessários à atualização
da nossa infraestrutura”
Se o ingresso de capital privado como forma de acelerar melhorias e ampliações necessárias ao desenvolvimento da infraestrutura do País foi retirado da discussão meramente ideológica e incorporado como política de Estado, não significa, porém, que esteja de todo consolidado e isento de ajustes. A avaliação do Grupo CCR é de que o modelo necessariamente precisa de constante evolução, de modo sobretudo a garantir mais segurança ao processo, gerando confiança e atraindo novos investidores e mais investimentos. “É fundamental que, no modelo de concessões, o poder concedente, seja o governo federal ou os governos estaduais, mantenha e aprimore o marco regulatório, de forma a consolidar um ambiente de previsibilidade para os investimentos”, defende o diretor-presidente do grupo.
Para a próxima rodada de concessões no País, fixada na segunda fase do Programa de Investimento em Logística (PIL), anunciada em junho, com investimentos estimados de R$ 198,4 bilhões (R$ 69,25 bilhões previstos entre 2015 e 2018), importa, segundo Renato Vale, “que o governo se assegure de que os projetos oferecidos têm viabilidade econômico-financeira e ambiental”. Isto é, que faça uma lição de casa básica, pré-condição para o sucesso dos futuros leilões. Segundo Vale, a CCR segue atenta a novas oportunidades de negócios em infraestrutura e tem expectativa positiva em relação ao setor no Brasil. “Acreditamos que o lançamento da segunda etapa do PIL, além de oferecer concessões em áreas cruciais para o desenvolvimento do País, é a iniciativa capaz de dar uma sinalização importante para o restabelecimento da confiança dos investidores.”
Investimento anticrise
O dirigente da CCR está entre os que acreditam que o investimento na melhoria da infraestrutura do País é o “meio mais eficaz de garantir a retomada do crescimento econômico”. Como toda empresa de engenharia sabe, obras de infraestrutura movimentam grandes contingentes humanos, volumes expressivos de equipamentos e insumos e produzem a base sobre a qual atividades econômicas se estruturam e se multiplicam, para o desenvolvimento econômico e social de um país. E, para Vale, “o modelo de concessões, via parcerias com a iniciativa privada, pode alavancar esses recursos de forma eficiente e produtiva”.
“O investimento na atualização da infraestrutura do País é o meio mais eficaz de garantir a retomada
do crescimento econômico”
Como responsável por concessões públicas estratégicas, entre elas a da rodovia Presidente Dutra (que liga os dois grandes polos produtores do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro), do sistema Anhanguera-Bandeirantes (mais importante corredor rodoviário entre a capital e o interior de São Paulo) e do aeroporto internacional de Belo Horizonte (quinto mais movimentado do País), cabe ao Grupo CCR difundir, diariamente, a viabilidade operacional de suas atividades e o benefício efetivo delas para o Brasil. As concessões se posicionam como (e precisam ser) modelos cujas marcas são a eficiência e a modernidade, exemplos de negócios saudáveis. Não é demais lembrar que um país é um sistema, em que tudo se relaciona, se comunica, colabora, isto é, em que nada funciona isoladamente, tudo é interdependente. Precisamos das concessionárias, de seu talento, de mais eficiência, de menos (má) política. Uma concessão modelar influi positivamente no resultado geral do todo.
O Grupo CCR, que emprega 13 mil colaboradores, administra 3.265 km de rodovias, aeroportos, metrô, barcas, entre outras empresas concessionárias, e movimenta um extenso número de fornecedores, gerando riquezas, tem a responsabilidade, como protagonista que é, de puxar a fila, de elevar o nível da qualidade da execução e dos serviços prestados. Sim, isso é grande.
Principais fatos na história do grupo
1998 – CCR é formalmente constituída para administrar concessões rodoviárias estaduais e federais.
2002 – CCR abre capital e ações da empresa começam a ser negociadas na BM&FBovespa.
2003 – CCR adquire 38,25% do capital social da STP, que opera os meios eletrônicos de pagamentos Sem Parar/Via Fácil.
2005 – Empresa amplia atuação no Estado de São Paulo com a aquisição da concessionária ViaOeste, que administra 168 km de rodovias, incluindo trechos da Castello Branco (SP-280) e Raposo Tavares (SP-270).
2006 – A assinatura da primeira parceria público-privada do País tem participação da CCR: a de operação e manutenção da Linha 4-Amarela do Metrô de São Paulo.
2008 – Aquisição de 40% do capital social da concessionária Renovias, cujas rodovias ligam Campinas (SP) ao sul de Minas Gerais, e vitória na licitação para a concessão do trecho oeste do Rodoanel Mário Covas (SP-21).
2009 – Empresa adquire 45% da Controlar, concessionária responsável por inspecionar toda a frota de veículos da cidade de São Paulo, do ponto de vista da emissão de poluentes.
2010 – CCR conclui a aquisição de 100% do capital social da SPVias, que administra 515 km de rodovias. Entra em operação o primeiro trecho da Linha 4-Amarela do metrô paulista.
2012 – Empresa compra 80% do capital social da concessionária Barcas S.A. Transportes Marítimos, a quinta maior operadora de transporte aquaviário do mundo.
– Marco da expansão das atividades do grupo para o setor aeroportuário, com a aquisição parcial de ações dos aeroportos internacionais de Quito, no Equador, de San José, na Costa Rica, e de Curaçao.
2013 – Em associação com outras companhias, a CCR vence a licitação do Veículo Leve sobre Trilhos do Rio, formando a concessionária do VLT Carioca.
– Conquista concessão do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins (MG), para administrá-lo e explorá-lo comercialmente por meio da concessionária BH Airport.
– Vence leilão do trecho sul-matogrossense da BR-163, rota estratégica de transporte do agronegócio, com o compromisso de duplicar cerca de 800 km da rodovia até o quinto ano da concessão.
– Ganha a licitação da parceria público-privada para a operação e construção do Metrô de Salvador e Lauro de Freitas, na Bahia. Prazo de concessão: até 2043. Compromisso: ampliar a Linha 1 e construir a Linha 2, totalizando, ao fim, 41 km de rede e 23 estações.
2014 – Grupo comemora 15 anos de atividades.
– Começam, em Mato Grosso do Sul, pela MSVia, as obras de melhorias e duplicação da BR-163. Desafio: prazo curto e questões ambientais críticas envolvendo a proteção do Pantanal.
2015 – CCR planeja investimentos que podem chegar a R$ 5 bilhões até o fim do ano.
Fonte: CCR – Setembro 2015
Principais investimentos da CCR em rodovias
Empresa |
Investimento |
Obras |
MSVia (MS) |
R$ 700,8 milhões |
Duplicação de cerca de 90 km da BR-163/MS, construção e implantação das nove praças de pedágio, construção das 17 bases operacionais definitivas do Serviço de Atendimento ao Usuário e implantação de equipamentos e serviços de TI |
NovaDutra (SP/RJ) |
R$ 184,7 milhões |
Construção do trevo do km 162 em Jacareí (SP), construção de novas pistas marginais em Guarulhos (SP, do km 211,6 ao km 216 sentido SP) e modernização e recuperação de pontes e viadutos |
AutoBAn (SP) |
R$ 183,6 milhões |
Construção da terceira faixa da Via Anhanguera (SP-330), entre os km 128 e km 147 |
RodoNorte (PR) |
R$ 196,3 milhões |
Duplicação da BR-376 (Rodovia do Café – Ponta Grossa a Apucarana, PR) |
ViaOeste (SP) |
R$ 102,6 milhões |
Prolongamento do contorno de São Roque (SP) na Rodovia Raposo Tavares (SP-270), implantação da intersecção em nível no km 58 da rodovia e melhorias no dispositivo de intersecção em nível do km 74 |
SPVias (SP) |
R$ 70,5 milhões |
Recuperação de pavimento e faixas adicionais |
ViaLagos (RJ) |
R$ 51,7 milhões |
Conclusão da divisória de pistas |
RodoAnel Oeste (SP) |
R$ 45,7 milhões |
Obras de conservação |
Fonte: CCR/Setembro 2015
Concessões e participações do grupo
Empresa |
Setor |
Atuação |
CCR NovaDutra |
Rodoviário |
Administração dos 402 km da rodovia Presidente Dutra, entre São Paulo e Rio de Janeiro |
CCR ViaLagos |
Rodoviário |
Administração dos 57 km da Rodovia dos Lagos, que liga o Rio de Janeiro com a Região dos Lagos, que incluem Búzios e Cabo Frio |
CCR RodoNorte |
Rodoviário |
Administração de 487 km de rodovias. Sistema abrange BR-277 e BR-376, ligação Curitiba com Ponta Grossa e principais cidades do norte paranaense; e PR-151, entre Ponta Grossa e Jaguariaíva |
CCR AutoBAn |
Rodoviário |
Administração dos 320 km do Sistema Anhanguera-Bandeirantes, no interior paulista |
CCR ViaOeste |
Rodoviário |
Administração dos 168 km do Sistema Castello Branco (SP-280)-Raposo Tavares (SP-270), que liga a capital com o oeste paulista |
CCR RodoAnel |
Rodoviário |
Administração dos 32 km do trecho oeste do Rodoanel Mário Covas, via de interligação rodoviária |
Renovias |
Rodoviário |
Administração de 345 km das rodovias SP-215, SP-340, SP-342, SP-344 e SP-350, na região centro-leste do Estado de SP |
CCR SPVias |
Rodoviário |
Administração de 516 km de trechos das rodovias SP-280, SP-255, SP-127, SP-270 e SP-258 |
CCR MSVia |
Rodoviário |
Administração dos 845 km do trecho da BR-163 que atravessa o Mato Grosso do Sul |
ViaRio |
BRT |
Participação na concessionária que vai administrar a Transolímpica, no Rio, via expressa que ligará a Barra da Tijuca (Zona Oeste) a Deodoro (Zona Norte) |
STP (Serviços e Tecnologia de Pagamentos) |
Cobrança eletrônica |
Operação dos sistemas de cobrança eletrônica de pedágios e estacionamentos (marcas Sem Parar e Via Fácil, entre outras) |
Samm |
Comunicação multimídia |
Transmissão de dados em alta capacidade, presente nos Estados de SP, RJ e PR. Rede com mais de 3 mil km de fibras óticas subterrâneas |
ViaQuatro |
Metroviário |
Participação na operação da Linha 4-Amarela do Metrô de São Paulo |
CCR Metrô Bahia |
Metroviário |
Construção e operação do sistema metroviário de Salvador e Lauro de Freitas (BA) |
CCR Barcas |
Aquaviário |
Operação do transporte aquaviário de massa no Estado do Rio de Janeiro. Com uma frota |
VLT Carioca |
Ferroviário |
Participação na construção e na futura operação da linha do Veículo Leve sobre Trilhos que ligará regiões portuária e central do Rio |
Aeroporto de Quito |
Aeroportuário |
Participação na Quiport, concessionária do Aeroporto Internacional de Quito Mariscal Sucre, Equador |
Aeroporto de San José |
Aeroportuário |
Participação na Aeris, concessionária do Aeroporto Internacional Juan Santamaria, San José, Costa Rica |
Aeroporto de Curaçao |
Aeroportuário |
Participação na Curaçao Airport Partners, concessionária do Aeroporto Internacional de Curaçao |
BH Airport |
Aeroportuário |
Administração do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte Tancredo Neves, Confins (MG) |
Fonte: CCR/Setembro 2015
Fonte: Revista O Empreiteiro