Sistemas redundantes garantem operação do Centro de Transmissão da Sky

Augusto Diniz – Jaguariúna (SP)

A maior operadora de TV por assinatura via satélite do País, a Sky, está erguendo em Jaguariúna (SP) novo Centro de Transmissão. Segundo a empresa, este será um dos maiores e mais modernos do mundo. Previsto de entrar em funcionamento no primeiro trimestre de 2016, a sua construção e montagem recebeu sistemas resistentes e redundantes para assegurar operação ininterrupta dos serviços.

Os trabalhos, sob o comando da Engemon, começaram no início do ano passado. A Sky contratou a empresa na modalidade turn key. Hoje, há 75% de avanço de obra (civil e montagem) no empreendimento.

Os cuidados começam na construção do prédio, como relata o engenheiro eletricista Carlos Nomura, diretor da Engemon. “A construção seguiu duas premissas de fechamento: tempo de resistência ao fogo para áreas críticas e estanqueidade contra água”, menciona.

Na fachada externa, foram usadas placas de concreto pré-moldado com espessura de 12cm, mais drywall resistente ao fogo (rosa) e lã de rocha na face interna dos painéis. Para locais onde não existem paredes de concreto, utilizou-se fechamento em drywall com dupla placa rosa em ambas as faces mais lã de rocha.

A estrutura do prédio é toda pré-moldada. A cobertura é de estrutura metálica e telha termozipada; as lajes são do tipo steel deck. Foi aplicada ainda sobre a laje impermeabilização em manta.

No térreo, onde se localiza a área técnica do centro, encontram-se quatro salas de equipamentos – chamadas main entrance room (MER) – e mais duas com datacenters. O prédio, com 16.837,28 m² de área construída, além da área técnica, possui mais dois andares de salas de administração.

Carlos Nomura: Infraestrutura elétrica e de ar condicionado é fundamental

Ainda sobre a área técnica, o piso elevado chama a atenção pelas dimensões e a estrutura montada para passagem das redes de infraestrutura. Com 1 m de altura, o piso elevado tem 566 kg/m² de capacidade para carga pontual e 1.464 kg/m² para carga distribuída. Ele é composto por chapas de aço com concreto celular em seu interior. “Trata-se de um material muito resistente ao peso, para suportar racks com vários equipamentos de transmissão e recepção, além de datacenters”, conta Nomura.

O piso elevado mantém em seu interior pipe racks em diferentes níveis, percorrendo várias direções, para atender toda a área técnica do Centro de Transmissão da Sky. “Há passagens de redes redundantes, em caso de falha em alguma rede principal por algum motivo”, lembra.

O empreendimento teve uso intensivo de préfabricados na estrutura, fechamento e cobertura

A Engemon é responsável pelas instalações de infraestrutura no centro, incluindo elétrica, ar condicionado, hidráulica, telecom e fibra ótica – a aquisição e instalação de racks, equipamentos, datacenters e antenas é de responsabilidade da Sky.

“Nesse tipo de empreendimento, a infraestrutura elétrica e de ar condicionado são fundamentais, já que os datacenters e equipamentos não podem parar nunca”, afirma o engenheiro. Por conta disso, os dois sistemas têm cuidados redobrados.

Um conjunto de cinco geradoras, com 2.500 Kva cada, dará suporte em caso de queda de energia proveniente da rede elétrica da concessionária. Além disso, outro de 1.000 Kva atenderá a área administrativa, também em caso de necessidade.

Em uma face do prédio, no térreo, estão as salas que irão comportar os geradores, feitas de bloco estrutural de concreto. Três caixas de óleo externas os atenderão. Próximos, dois tanques de óleo de 30 mil l cada e casa de bombas de diesel abastecerão as caixas, quando necessário. “O sistema permite alguns dias de autonomia de energia”, avalia Nomura.

O ar condicionado é outro sistema relevante em um empreendimento desse tipo. Equipamentos e datacenters, por regra, devem operar em temperaturas ambientes constantes e aceitáveis. No caso da área técnica do Centro de Transmissão da Sky, o ar condicionado é configurado para ter saída a partir do piso elevado.

Estão sendo instalados quatro equipamentos de 350 TR cada para missão crítica, mais dois equipamentos de 155 TR para áreas administrativas do prédio. Um tanque de termoacumulação de água gelada de 150 mil l dá suporte ao sistema de ar em caso de algum imprevisto na interrupção do funcionamento dos chillers.

Obras têm 75% de avanço e se concentram agora na montagem das complexas redes do empreendimento

Segurança contra incêndio é crucial no prédio, ressalta o engenheiro da Engemon. O tanque de água de reserva de incêndio possui 444 m³. Além dos sistemas de hidrantes, de sprinkler convencional e de detecção de fumaça, serão ainda instalados sistemas de sprinkler dry-pipe (seco), de pré-detecção e de combate a incêndio com gás.   

Bases receberão antenas de transmissão e recepção de sinal

Bases das antenas

O terreno de 33.682,30 m² no total é composto também por bases para antenas de transmissão e recepção. De acordo com Carlos Nomura, por conta do solo argiloso, foram feitas sondagens pela Engemon que detectou a necessidade de se fazer 16 estacas profundas em cada uma das bases das antenas de transmissão – que pelo projeto original, não estavam previstas.

“Preocupamo-nos com a base. Uma antena de transmissão sobre a base não pode se mover 1°, que ela sai da direção do satélite em 700 km”, explica. “Por isso, a base não pode ter qualquer tipo de movimento.

Foram feitas oito bases de concreto, cada uma com 8 m x 8 m, e 1,4 m de altura no solo. Elas devem suportar antenas de 10 t com altura de 15 m. O volume de concreto por base de antena de transmissão (incluso estacas) é de 113,36 m³.

Maquete do empreendimento, quando pronto, com antenas no lado externo, área técnica no piso térreo e salas administrativas nos segundo e terceiro andares

Foram ainda concretadas três grandes bases para 48 antenas de recepção – cada base possui 33 m x 30 m, e 60 cm de altura no solo. Elas receberão antenas com altura de 4,5 m e de 300 a 400 kg de peso cada uma. O volume de concreto de cada uma das três bases é de 633,15 m³.

A Sky realizou medições de interferências eletromagnéticas da rodovia ao lado. Já a Engemon promoveu testes de vibração nas bases. Indaiatuba foi escolhida para instalação do Centro de Transmissão pelo baixo índice pluviométrico e por localizar-se em uma área aberta, condições favoráveis para funcionamento de um centro de transmissão desse tipo.

O local onde está sendo instalado o centro fica em uma área de extinta fábrica da Johnson & Johnson. O lugar se transformou em condomínio industrial, chamado Flex Park, com várias empresas já instaladas, às margens da rodovia SP-340.

As vias de acesso do empreendimento são de blocos de concreto que suportam o tráfego pesado, incluindo caminhões, carretas e guindastes para instalação de equipamentos e serviços de manutenção.

No pico, em agosto desse ano, a obra recebeu 350 trabalhadores – hoje são 290. O local conta ainda com quadra poliesportiva e área de recreação.

O novo Centro de Transmissão da Sky irá atender não somente operações da empresa no território nacional, mas também na América do Sul. Serão 200 empregos diretos gerados.

O projeto tem custo total de R$ 1,3 bilhão, e envolve também o desenvolvimento e lançamento no ano que vem de um satélite para atender a operação.

Ficha Técnica – Centro de Transmissão da Sky em Jaguariúna (SP)

– Projetos de arquitetura e engenharia – L&M Engenharia

– Gerenciamento – MHA

– Construtora – Engemon Engenharia e Telecomunicações

– Obras civis – Afonso França Engenharia

 Pré-fabricado – CPI

– Painéis pré-fabricados – Stamp

– Telhas termozipadas – DânicaZipco

– Ar condicionado – Heating Cooling

    – Outros fornecedores – UPS, PDU, RPP e Fan Coil de precisão (Emerson); chiller (Trane); grupos geradores (Sotreq/Caterpillar); painéis de média tensão e baixa tensão, transformadores, busway e sistemas de BMS (Schneider); sistema de combate de incêndio (NOVEC, 3M e SEVO); sistema de combate de incêndio convencional (Alvenius e Grundfos); sistema de controle de acesso (Tyco); sistema de CTFV (Tyco e Panasonic); e pisos elevados, 3form, forro modular e fachada em softwave (Hunter Douglas e Tate).

Fonte: Programa de Aceleração do Crescimento

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