Os sucessivos anúncios sobre o impacto dos projetos e obras das arenas esportivas, mobilidade, reestruturação urbana, entre outros, desde 2007, tendo como alvo a Copa do Mundo, criaram expectativas que não se materializaram. Os governos estaduais, de certa forma, têm sustentado seus programas, aplicando um volume de recurso superior ao da União em 2013, enquanto os empreendedores privados continuam ativamente engajados nas oportunidades de negócios, ampliando as fronteiras econômicas regionais
Joseph Young
Os próprios fabricantes reconhecem que, a despeito do treinamento proporcionado aos operadores das máquinas das prefeituras, inclusive sobre manutenção preventiva, parte desses equipamentos não receberá serviço mecânico adequado ao longo do tempo — por falta de recursos ou gestão adequada — e acabará encostada nas oficinas ou garagens. Outra parte acabará por ingressar no mercado de máquinas usadas, com o preço depreciado pelo excesso de oferta.
Essa é a ponta do iceberg — a parte visível do desânimo que tomou conta do mercado de infraestrutura desde 2013. Os fabricantes de equipamentos investiram no aumento de produção, ampliaram seus quadros técnicos — mas o “salto” na demanda não se materializou.
Quando, em 2007, o Brasil conquistou o direito de sediar a Copa do Mundo de 2014 e em 2009, os Jogos Olímpicos de 2016, os três níveis de governo começaram a listar as obras de novas arenas esportivas, sistemas de mobilidade urbana, saneamento, ampliação das redes hoteleiras nas cidades etc. O próprio mercado de infraestrutura e construção, que inclui a indústria de máquinas, apostou nas promessas de novos projetos, repetidas à exaustão pelos governantes.
Na época, os céticos, que duvidavam da capacidade de gerenciamento do governo, foram solenemente ignorados, mas tinham razão. Idealizar e anunciar obras é material para discurso. O complicado é contratar os projetos e executá-los no prazo, com rigor no cumprimento orçamentário e na qualidade. Nesse caminho sobraram agências e secretarias extraordinárias, mas faltaram gestores profissionais.
As 12 arenas, reluzentes e cobertas, foram entregues a um custo que saltou de R$ 3,67 bilhões, quando do anúncio da Copa no Brasil, para R$ 8 bilhões, ao final das obras. O preço médio de cada arena ficou em torno de R$ 665 milhões, quando, na Alemanha, em 2006, cada estádio custou cerca de R$ 300 milhões.
Alguns poucos sistemas de transporte foram concluídos a tempo de atender ao mundial de futebol. O restante das obras de mobilidade urbana ficou para depois, exceto aquelas que foram simplesmente riscadas da lista de prioridades, porque nem tiveram os estudos de engenharia iniciados.
A sensação que ficou é de que apenas um número restrito de empresas de engenharia dominou esse conjunto de obras executadas — sobrou pouco a fazer para os demais participantes do mercado. Não houve aquela enxurrada de obras de todo porte nas cidades-sede, como a propaganda oficial fazia crer.
Atrasos
Para agravar ainda mais o cenário, megaobras lançadas havia muito tempo com pompa e circunstância sofreram atrasos sucessivos, como a mais notória delas — a transposição, agora integração, do rio São Francisco —, que passou um longo período hibernando e só foi retomada depois da reformulação de contratos, reunindo novos consórcios de construtoras e preços substancialmente maiores.
Outro exemplo que já faz parte da história recente dos atrasos desse tipo é a ferrovia Norte-Sul, que resiste bravamente a ser concluída. A Transnordestina já teve sucessivas dilatações do cronograma por causa da concessionária privada, sem que o poder concedente — o governo — levantasse objeções. Nesse meio-tempo, foi lançado o PAC 2, quando muitas obras do PAC 1 já apresentavam atraso.
Como o Dnit e a Valec tocaram burocraticamente seus programas de obras nos anos recentes, em meio à greve e às denúncias de descaminho de recursos públicos, dinheiro novo somente foi injetado pelas novas concessionárias de rodovias federais e de alguns aeroportos — cujas licitações a União retomou depois de um longo hiato.
A demora foi debitada ao conflito ideológico visceral dentro do próprio governo, que não desejava ampliar o papel do capital privado na infraestrutura, a despeito dos números que comprovam tacitamente a precária capacidade de administração dos órgãos contratantes federais — os quais não conseguem “gastar” nem sequer os recursos para obras já provisionados em orçamento. Seus quadros estão aparelhados e inchados por indicações políticas, e os escalões técnicos encolhem ano a ano.
Investimentos
Os últimos leilões de concessão de rodovias federais, realizados em novembro e dezembro de 2013 (ver edição OE 526), representam investimentos da ordem de R$ 25,2 bilhões ao longo do período de 30 anos. E os operadores privados dos aeroportos do Galeão (RJ) e Confins (MG) programaram a aplicação de R$ 9,2 bilhões de investimentos durante os 25 anos da concessão. Nos aeroportos de Guarulhos (SP), Viracopos (SP), Brasília (DF) e São Gonçalo do Amarante (RN), as concessionárias ainda vão investir R$ 11,3 bilhões, após entregarem as obras voltadas para a Copa do Mundo.
Para ter uma ideia do volume de empreendimentos rodoviários ainda em curso, as oito concessionárias vitoriosas em licitações federais antigas fecharam acordo em setembro de 2013 com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) sobre a retomada de um conjunto de 572 obras que estavam paradas ou paralisadas, por motivos legais ou de licenças ambientais, sem contar aquelas que estão em andamento normal.
Outro programa promissor lançado recentemente envolve a modernização de 270 aeroportos regionais e reserva recursos da ordem de
R$ 7,3 bilhões. Por causa da pulverização dos aeroportos regionais pelo vasto território nacional, uma questão prioritária será a gestão eficaz dessas obras, localizadas, muitas vezes, em regiões remotas.
A nova etapa de concessões ferroviárias enfrentará dificuldades, considerando que os principais grupos nacionais que atuam em infraestrutura já estão engajados nas concessões rodoviárias e dos aeroportos. O ingresso da estatal chinesa China Railway Construction Co. nestas licitações pode sinalizar uma nova etapa, em que o capital global desempenhará papel mais relevante como investidor nas futuras concessões.
O programa Minha Casa, Minha Vida, voltado à habitação social, já contratou a construção de 3,4 milhões de unidades desde seu início em 2009 e entregou 1,6 milhão de moradias até junho deste ano. Sua diversidade geográfica abriu um importante mercado para construtoras imobiliárias de médio porte de diversas regiões, que passaram a se dedicar a este segmento direcionado à população de baixa renda, a rigor, ignorado pelos incorporadores e construtoras de grande porte, preferencialmente voltados ao público A e B.
A segunda etapa do programa começou em 2011 e está para concluir a meta de contratar 2,4 milhões de moradias (já incluídas no total mencionado). Paradoxalmente, esse volume massivo de obras habitacionais não ensejou maior uso de pré-moldados ou processos industrializados de construção, com raras exceções.
Governos estaduais tocam mais obras que a União
Intrigada pelo fluxo interminável de obras novas anunciadas pelo governo na imprensa e as notícias recorrentes de que os órgãos contratantes federais não conseguiam “gastar” as verbas já empenhadas no orçamento, a revista
O Empreiteiro efetuou uma pesquisa minuciosa nos portais de transparência da administração federal e de alguns estados, cujos resultados foram publicados na sua edição de março passado.
A União pagou, em 2013, por intermédio dos diversos ministérios, R$ 12,416 bilhões por obras e serviços executados, contratados via licitação, enquanto seis Estados – São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e pagaram o equivalente a R$ 18,415 bilhões nesta mesma rubrica.
A apuração em 2012, nos portais de transparência, apontou que o governo federal desembolsou R$ 11,4 bilhões por obras e serviços executados, contra o total de R$ 11,3 bilhões pago por cinco Estados – São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Pernambuco.
Esses números representam um alerta aos players do mercado de infraestrutura. Ao invés de apenas esperarem por Brasília, as fronteiras econômicas regionais estão se mobilizando e articulando novos ciclos de crescimento, investindo em infraestrutura, atraindo novas indústrias e empreendimentos comerciais, consolidando polos que vão catalisar mais negócios.
Rio de Janeiro — o Estado e a cidade – está no “olho do furacão”, diz o título da matéria publicada nesta edição, que mostra os desafios à frente do governo e dos agentes econômicos locais para aproveitar as oportunidades criadas pelos Jogos Olímpicos de 2016. Estes estabelecem condições incomuns para um novo ciclo de desenvolvimento regional, alicerçado na renda gerada pela exploração do petróleo.
Há claros condicionantes, como a conclusão das principais obras de infraestrutura na região, para melhorar a logística que hoje é problemática. Outras questões vão do saneamento da Baía de Guanabara, sempre prometida e adiada, à pacificação das favelas urbanizadas, além do fortalecimento das indústrias locais, que dependem das atividades de exploração do petróleo e da modernização da infraestrutura urbana dos municípios que vão abrigar uma população crescente.
Novas fronteiras
Goiás e Mato Grosso constituem uma fronteira em frenética atividade, com as colheitas recorde de grãos ano a ano. Aqui, o desafio há décadas é a logística terrestre, que deve melhorar com a duplicação de 400 km da BR-163 e BR-364 com recursos do PAC, de Rondonópolis a Cuiabá e dali a Posto Gil, ao custo de R$ 1,8 bilhão.
A ALL ampliou em 260 km sua ferrovia do Alto Araguaia até Rondonópolis, no corredor de exportação até Santos (SP), e seu complexo intermodal nesta cidade prevê a instalação de 20 empresas, com investimentos de R$ 700 milhões em cinco anos.
Goiás, que atraiu empreendimentos industriais em anos recentes no valor de R$ 10 bilhões – de automóveis e alimentos a produtos farmacêuticos —, o governo estadual aposta numa Plataforma Logística Multimodal em Anápolis, próxima às ferrovias Norte-Sul e Centro-Atlântica, BR-060 e BR-153 e ao lado do futuro Aeroporto de Cargas, cuja pista será concluída com recursos públicos até setembro. O restante da infraestrutura do aeroporto será responsabilidade da concessionária vencedora da licitação. A localização é estratégica — Anápolis está a menos de 1 mil km das grandes capitais do País e de 75% da população do Brasil.
Falar do sucesso dos portos de Suape e Pecém como polos industriais ficou recorrente. Outras regiões estão embarcando neste novo ciclo industrial do Nordeste.
Goiana, a 63 km do Recife (PE), é um exemplo estimulante — pelo menos 100 empresas vão se instalar naquela cidade, ancoradas pelas fábricas da Fiat Automóveis e da Hemobrás, que produzirá hemoderivados até agora importados. Somente estes dois grandes complexos representam inversões de quase R$ 8 bilhões. Outra fábrica recém-entregue foi a da Vivix, que produzirá vidros planos, laminados e espelhos.
Um caso até curioso ocorreu em Alagoinhas (BA), cuja localização, a 100 km ao norte de Salvador e às margens da BR-101 e BR-110, atraiu a indústria de bebidas Schincariol em 1997, por causa do lençol freático de águas abundantes e de excelente qualidade. Chamada agora de Brasil Kirin, ela dobrou de tamanho em 2009 e criou 1.100 empregos diretos.
No ano passado, o grupo cervejeiro Petrópolis também abriu sua fábrica no município, com 1.200 postos de trabalho. Em negociação, estão uma fábrica de água da Coca-Cola e outra da Mais Sabor. Essas empresas do ramo de bebidas atraíram ainda fornecedores de embalagens, que também se instalaram ali.
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Ao norte do País, uma fronteira acostumada a associar desenvolvimento econômico com a atividade de mineração, desde o advento da Província Mineral de Carajás, no Pará, assiste à chegada de outros empreendimentos, como a Sinobras, uma siderúrgica que transforma o minério de ferro em produtos mais nobres e de maior valor.
Próximo à divisa de Maranhão, Tocantins e Pará, em Imperatriz (MA), nasceu um polo de celulose representado pela planta industrial da Suzano, já em produção, que ali investiu US$ 3 bilhões. A fábrica venceu o seu maior desafio, que foi o de formar a mão de obra na sua operação, 40% dos trabalhadores são da região e 60%, de fora. Na cidade, há pelo menos 20 empreendimentos imobiliários em construção, entre hotéis, prédios residenciais e comerciais.
No outro extremo do território brasileiro, em Santa Catarina, famosa por suas praias e gente hospitaleira de origem europeia, poucos sabem que lá, na região norte do Estado, estão as cidades médias que mais crescem no País, com Joinville como âncora.
A chegada mais comemorada foi a da fábrica de automóveis da BMW, em Araquari, com previsão de 1.300 empregos diretos. Mas antes já havia se instalado ali a sul-coreana LS Tractor, para produzir 5 mil tratores pequenos e médios por ano. Essa futura produção industrial, somada à de fábricas tradicionais que estão na região há décadas, desencadeou uma série de obras rodoviárias, inclusive na BR-101, e a ampliação dos portos de Itapoá e São Francisco do Sul.
Engenharia está estagnada há quatro anos
Examinando a série histórica que soma 19 anos, de 1995 até 2013, constatamos que o Ranking da Engenharia Brasileira, constituído pelos quatro segmentos de atividades, está virtualmente estagnado no quadriênio que se encerrou em 2013. Para ser mais preciso, as 190 empresas de engenharia que representam este universo evoluíram de uma receita consolidada de R$ 108.549 milhões em 2010 para R$ 111.269 milhões em 2013, em valores constantes — um avanço pífio de 1,5%. Talvez a melhor explicação seja o próprio PIB, que no período cresceu meros 6%.
No período de quatro anos, as 100 maiores construtoras melhoraram seu faturamento bruto conjunto em 1,32%; as 20 maiores empresas de montagem industrial viram a receita avançar 7,4%; as 40 principais firmas de projetos e consultoria estão com as vendas de serviços em queda há três anos — o total consolidado de 2013 é praticamente igual ao de 2010; e as 30 maiores empresas de serviços especiais de engenharia registraram um ganho de 10,64%.
Na comparação dos números de 2013 com o ano anterior, as 100 maiores construtoras elevaram em apenas 1,96% sua receita consolidada, enquanto as 10 maiores do setor avançaram 6,24% — um reflexo provável do ciclo de obras da Copa do Mundo, mesmo que limitado.
As 20 maiores firmas de montagem industrial perderam -2,28% do seu faturamento conjunto; e as 10 maiores caíram -7,51% na receita somada.
As 40 maiores projetistas também registraram queda de -2,77% em receita consolidada, ao passo que as 10 maiores do setor recuaram -2,30% no total de faturamento.
O setor de serviços especiais de engenharia foi o único que teve ganho mais expressivo: as 30 maiores empresas expandiram a receita somada em 4,04%, contra 5,93% de avanço das 10 maiores do ramo.
Reunindo o faturamento dessas quatro atividades, o ganho em 2013 com relação ao ano anterior não foi além de 1,19%, no total de R$ 111.264 milhões.
Na série histórica que compreende 19 anos, cabe registrar que com a estabilidade econômica proporcionada pelo Plano Real, a partir de 2006, as atividades de Engenharia começaram a deslanchar nos quatro setores, alcançando um novo patamar em 2010. Nesse nível permaneceu relativamente inalterado até 2013 — na prática, um período de estagnação. O crescimento das atividades de engenharia somou 249% no extenso período coberto pela série de quase duas décadas, quatro vezes maior do que a expansão do PIB acumulada.
Ainda nesta série histórica, as 100 maiores construtoras acumularam uma alta de 220,8% no faturamento e uma taxa composta de crescimento médio anual (CAGR) de 6,69%; as 20 maiores empresas de montagem industrial alcançaram um total de 398,4% e CAGR de 9,33%; as 40 principais projetistas e gerenciadoras somaram 313,8% no crescimento da receita conjunta e um CAGR de 8,21%; e as 30 maiores firmas de serviços especiais de engenharia ampliaram em 346,4% a receita conjunta e um CAGR de 8,67%.
Pesquisa exclusiva envolve 3 mil empresas
O Ranking da Engenharia Brasileira publicado nesta edição é resultado de uma pesquisa exclusiva conduzida anualmente pela revista
O Empreiteiro desde 1971. Ao completar 53 anos de circulação, O Empreiteiro continua sendo a única revista especializada do mercado de infraestrutura e construção que realiza esse tipo de estudo, que serve de referência às principais participantes da indústria, seja fabricante de equipamentos ou materiais, seja empresa de engenharia, ou ainda contratante público ou privado.
O questionário do Ranking da Engenharia Brasileira é enviado a cerca de três mil empresas que prestam serviços nos segmentos de construção, projetos e consultoria, montagem mecânica e elétrica, e serviços especiais de engenharia. O universo de leitores qualificados da revista O Empreiteiro é composto de 19 mil profissionais de engenharia e atividades correlatas que militam nas empresas desses quatro segmentos, agências públicas dos três níveis de governo que atuam em infraestrutura de transportes, energia, saneamento, habitação social; concessionárias privadas que operam nesses segmentos; além dos setores de construção industrial e comercial envolvendo as 1.000 maiores empresas do País. Na esfera municipal, a revista circula nas secretarias de obras dos 500 maiores municípios do País, conforme valor do PIB apurado pelo IBGE.
A série histórica tem os seus valores atualizados pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) com refêrencia a 30 de dezembro de 2013, ano em que acumulou um índice de 5,56%, segundo a Fundação Getulio Vargas.
A receita consolidada das 190 maiores empresas dos quatro setores somou R$ 111,264 bilhões. Este valor serve de amostragem representativa do faturamento das 370 empresas de engenharia incluídas nos quatro rankings setoriais, compondo o Ranking da Engenharia Brasileira.
Nesta pesquisa, a revista O Empreiteiro
permite que as empresas de engenharia que cumprem contratos de administração de obras possam apresentar um parecer de auditor independente para atestar o faturamento bruto equivalente à produção total realizada no ano de 2013, além dos demonstrativos financeiros e contábeis.
No ranking geral dos quatro setores está consignada a variação percentual do faturamento bruto da empresa de 2012 para 2013, a participação percentual dos contratantes públicos e privados na receita, a posição ocupada no ranking do ano anterior, e as atividades de engenharia exercidas que são representadas por letras e explicitadas no rodapé da página.
A pesquisa da revista O Empreiteiro também se valeu de balanços publicados na imprensa. Informações enviadas fora do prazo ou empresas que não incluíram o balanço contábil foram excluídas do Ranking da Engenharia Brasileira.
Empresas que desejam participar desta pesquisa em 2015 podem se inscrever desde já pelo e-mail pesquisa500@revistaoempreiteiro.com.br
Construtoras avançaram apenas 1,96%
As 100 construtoras com maior receita bruta no ano de 2013 não mostraram ganhos significativos com relação ao ano anterior — o faturamento consolidado foi somente 1,96% acima, no total de R$ 80,812 bilhões. Entretanto, as 10 maiores construtoras cravaram +6,24%, totalizando R$ 42,963 bilhões — que pode ser reflexo do ciclo de obras da Copa do Mundo.
Ao grupo das 10 maiores construtoras, liderado pela Norberto Odebrecht, retornaram a Racional, em 9º, e a A.R.G., em 10º. Andrade Gutierrez está em 2º, OAS em 3º, Camargo Corrêa em 4º, Queiroz Galvão em 5º. Galvão Engenharia, Construcap e MRV ocupam respectivamente 6ª, 7ª e 8ª posições.
No bloco seguinte, destacam-se a Método Engenharia, 14º, +94% de receita com relação ao ano anterior; Constran, 17º, mostrando sua recuperação com +183% em faturamento; Rio Verde Engenharia, 23º, +233%; e S.A. Paulista, 26º, +99%, subindo 22 posições no ranking.
A seguir, sobressaem Marquise, 35º, melhorando sete pontos; Cowan, 39º, com +54%; Pacaembu Empreendimentos e Construções, 44º, que ingressa no ranking; A. Yoshii Engenharia, 45º, +87%; Patrimar, 46º, +99%; e Construtora Sucesso, 53º, que ganhou sete postos na classificação.
Considerando apenas os rankings regionais de construtoras, dos quais não participam as 25 maiores construtoras do ranking geral, o de São Paulo é encabeçado por S.A. Paulista; Sudeste tem Paranasa no topo; Sul é liderado por THÁ Engenharia; o ranking do Norte/Nordeste aponta Marquise como líder; e no do Centro-Oeste figura EMSA na ponta.
Na tabela de variação de receita bruta, 95 construtoras tiveram avanço positivo de 2012 para 2013.
Montagem Industrial recuou -2,28%
Após o avanço expressivo de +15,05% no ano de 2012, as 20 maiores empresas de construção mecânica e elétrica tiveram variação negativa no faturamento conjunto em 2013, de -2,28%. As 10 primeiras firmas desse ranking perderam o dobro em receita somada: -7,51%.
No grupo das 10 maiores neste segmento, com UTC na liderança e Alusa em 2º, as novidades são a Niplan em 4º, Potencial Engenharia em 6º, com +186% de alta na receita; Milplan Engenharia em 7º, MIP em 12º, com +113% de aumento no faturamento; e IMC Saste em 15º. Todas essas empresas avançaram de forma significativa no ranking setorial.
No grupo seguinte, destacam-se a Tabocas, 16º; GTEL, 19º, com expansão de +98% na venda de serviços e subindo 6 posições; e a Milplan Eimisa em 20º, +450% na receita e ganhando 14 pontos na classificação.
Projetos e Consultoria declinou -2,77%
Na sequência de oito anos de alta consecutiva no faturamento bruto dos projetistas e gerenciadoras, a queda iniciada em 2012 continuou no ano seguinte, quando as 40 maiores empresas do setor recuaram -2,77% na receita somada.
Engevix manteve a liderança e a Concremat o 2º lugar, com Arcadis Logos avançando para 3º. Promon é o 4º colocado, CNEC Worley Parsons o 5º, Progen o 6º e ATP o 7º. Ductor subiu quatro postos para 8º, Chemtech ficou em 9º e L.A. Falcão Bauer em 10º.
Planave ganhou cinco pontos no ranking e chegou ao 12º; Sondotécnica subiu seis posições, com +43% na receita, e está em 14º; SNC-Lavalin Marte cresceu quase isso no faturamento e ocupa o 16º; Intertechne chegou ao 17º; Planservi avançou doze pontos e ficou em 20º.
No bloco que segue, as projetistas que melhoraram de forma sensível suas posições no ranking são: Themag, 26º; Prosul, 28º; Vetec Engenharia, 29º; Qualidados, 30º; e LBR, 32º.
Serviços Especiais de Engenharia teve o melhor desempenho
Dos quatro setores de atividades analisados pelo Ranking da Engenharia Brasileira, o de serviços especiais se sobressaiu com seu desempenho e cravou expansão de +4,04% em 2013, considerando as 30 maiores firmas, e aos +5,93% obtidos pelas 10 primeiras. Estas firmas prestam serviços altamente especializados, cujas soluções contribuem para o bom andamento de obras complexas. A gestão de resíduos sólidos é uma atividade à parte mas igualmente relevante para a preservação do meio ambiente e da saúde pública.
As três empresas no topo desse ranking se mantiveram inalteradas: Mills, que se dedica à locação de equipamentos, 1º lugar; Medabil, fabricante de estruturas metálicas, 2º; e RIP, especializada em revestimento refratário, em 3º. A Vital, 4º, lidera o segmento de resíduos sólidos; Isoeste, 9º, está na ponta na atividade de edificações pré-fabricadas; Concrejato, 12º, destaca-se em recuperação de estruturas; Rohr, 18º, tem o maior faturamento no setor de estruturas tubulares; SH Formas, 14º, desponta em formas para concreto; Brasfond, 15º, está na dianteira da atividade de fundações; Progeo, 21º, encabeça o segmento dedicado à Geotecnia; e Álamo Engenharia, 22º, é a empresa líder em manutenção de instalações.
Fonte: Revista O Empreiteiro