Cobertura das grandes obras da década de 1960

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O impacto das primeiras obras que abriram caminho para o metrô paulistano.
E os estudos que delinearam o metrô do Rio de Janeiro

Em edição de fevereiro de 1969, ela enfocava dois trechos da linha Norte-Sul, do metrô de São Paulo.

O trecho 3, Prestes Maia-Largo 7 de Setembro, cujo detalhamento esteve a cargo da Promon Engenharia S. A., constitui indubitavelmente um dos trechos de maior complexidade do ponto de vista da engenharia para a sua execução. Nele, os empreiteiros nacionais terão seu primeiro contato com o equipamento de escavação conhecido como "shield" ou escudo, inédito no Brasil, e largamente empregado na Europa e EUA em obras de metrô e galerias subterrâneas especiais. – Uma técnica que exige equipamento sofisticado e pessoal especializado.

A utilização do escudo estava inicialmente prevista no subtrecho Pátio do Colégio-Clóvis Bevilácqua-7 de Setembro. Posteriormente, em vista das dificuldades com as quais se defrontariam as escavações a céu aberto, na rua Boa Vista, em virtude de pouca largura daquela via, das construções de grande porte e sua proximidade, das atividades bancárias e comerciais daquela área, que ficariam sensivelmente prejudicadas, a escavação com "shield" foi estendida do longo da rua Boa Vista à travessia sob o Mosteiro São Bento.

A matéria seguia, assim, com a cor local da época, historiando o que, então, constituía a maior novidade do ponto de vista da engenharia. O metrô do Rio de Janeiro, no entanto, ainda estava em projeto.

O projeto do metrô do Rio de Janeiro, elaborado pelo consórcio Cia. Construtora Nacional Hochtief – Deconsult, prevê 3 linhas num total de 70 km, uma malha cobrindo toda a área metropolitana do Rio de Janeiro, atingindo ainda os municípios fluminenses de Niterói, São Gonçalo e São João de Meriti. A linha considerada prioritária é a que se inicia em Saens Peña, na Tijuca, passando por Botafogo e Copacabana, indo até a praça N. S. da Paz.

Notícias que ganharam as páginas da revista nos primeiros meses daquele ano:

Instituída a taxa rodoviária nacional. Advinda de um decreto-lei presidencial, a cobrança se fará na base de 0,5% sobre o valor do veículo, afixado pelo DNER. Quem não pagar sua respectiva quota anual sofrerá multa de NCr$ 100,00, excluindo-se os veículos de propriedade do governo, de instituições de caridade, de turistas estrangeiros, de cônsules de carreira. Ambulâncias, máquinas agrícolas e de terraplenagem, que estão isentos de taxas.

Ferrovias – novo plano. O Parque Ferroviário do País vai ser reestruturado. Para tanto, serão investidos NCr$ 97 milhões no maior programa de construções ferroviárias dos últimos anos.

Túnel Rio-Niterói orçado. Custará NCr$ 250 milhões o túnel ferroviário ligando o Rio de Janeiro a Niterói e depende de um financiamento externo a viabilidade econômica da obra, visto que a Guanabara e o Estado do Rio não possuem condições para construí-la.

Em abril de 1969 a revista publicou a matéria Conexpo 69 – o fantástico road show – com a qual iniciava o acompanhamento, que se tornou tradicional, das grandes feiras de máquinas aqui e no mundo.

Piaçaguera-Guarujá. Prosseguem, em ritmo lento, a construção da rodovia que em 1970 permitirá atingir-se o município de Guarujá sem o incômodo das filas dos "ferry-boats". O trecho Piaçaguera-Guarujá atravessa uma extensa faixa de mangue, onde o solo não oferece nenhuma condição para base rodoviária. Para contornar a situação, o DER utiliza três dragas que abrem caminho, para o trabalho das máquinas. Elas escavam um canal de 7 a 8 m de largura, com 3 ou 4 de profundidade, que é preenchido com areia. Em seguida, é feito o aterro.

Madeira-Mamoré. O governo vai extinguir a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, tão logo sejam concluídos os trabalhos de construção da nova rodovia que fará a ligação entre as duas localidades.

Rodobrás dinamiza Belém-Brasília. Prosseguem os estudos para o entrosamento da Rodobrás com o Ministério dos Transportes para a continuidade da Belém-Brasília e execução de obras em outras rodovias.

Fonte: Estadão


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