Com a força das ondas favoráveis

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A metáfora do surfista, que nunca deixa passar a oportunidade para pegar a onda favorável, continua válida para explicar o sucesso atual de uma empresa que, desde os seus primórdios, na década de 1970 do século passado, vem agregando valor aos empreendimentos que constrói. Na escalada de sua evolução, ela não conta apenas com a onda favorável: cria mecanismos para agarrar as oportunidades. Foi com essa visão que ela repensou a estrutura anterior e criou uma nova, que consiste na organização de unidades de negócios, montadas e equipadas para atender a segmentos específicos do mercado da construção. A montagem dessas unidades ocorreu na medida em que a empresa foi identificando os nichos que vinham obtendo grande crescimento. O resultado, em números, é o seguinte: em 2006, a Método Engenharia cresceu 90% em relação a 2005 e, em 2007, a perspectiva é de um crescimento da ordem de 70% em relação ao ano anterior. Justificou-se, assim, a presença da empresa dentre as construtoras que conquistaram boa colocação no Ranking da Engenharia Brasileira, edição 500 Grandes da Construção da revista O Empreiteiro de julho último. O faturamento registrado em 2006 foi da ordem de R$ 300 milhões.

A NOVA ORGANIZAÇÃO

Hugo Marques da Rosa, presidente da empresa, diz que hoje a Método funciona com as seguintes unidades de negócios: Edificações imobiliárias. A construção de edifícios residenciais e de escritórios é o segmento em que a empresa historicamente mais tem atuado. Atualmente ela realiza, dentre outros projetos, dois de grande porte:no Rio de Janeiro, o Ventura Towers, projetado pelo escritório Aflalo & Gasperini e que terá área construída de 169.411,40 m². Trata-se de obra da Tishman Speyer, em execução mediante consórcio com a Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário. O outro empreendimento, também projeto do mesmo escritório de arquitetura, é o Rochaverá Plaza, que está sendo construído em São Paulo. Ele é apontado como o primeiro empreendimento do gênero, no Brasil, a reunir conceitos de green building. Essa obra, com 224.600 m², está sendo realizada apenas com a Tishman. Hotelaria e hospitais. No segmento de hotelaria são várias obras em andamento. A empresa conclui empreendimento em Porto de Galinhas, PE, para a cadeia portuguesa Enotel, originária da Ilha da Madeira e desenvolve outros dois empreendimentos: um resort da CVC em Aracaju (SE) e a ampliação do Rio Quente Resort, em Caldas Novas, hoje Rio Quente, em Goiás. A hotelaria é segmento em que a Método acumula notável experiência. Ela construiu, em São Paulo (SP), o Unique, avançado projeto arquitetônico de Ruy Ohtake, e o Hotel Grand Hyatt, com projeto de arquitetura dos escritórios Lohan Associates (Estados Unidos) e Júlio Neves. O Hyatt foi o primeiro hotel da cadeia norte-americana construído na América Latina. O presidente da Método vê com muito otimismo o atual momento vivido pelo País no campo do turismo, em especial no Nordeste. O número de turistas europeus que para ali está confluindo é considerado enorme. Natal (RGN), por exemplo, recebeu, em janeiro de 2003, 20 vôos internacionais. Em janeiro de 2007, recebeu 200, dez vezes mais, portanto, em um período de apenas quatro anos. Além desse aumento significativo do turismo externo, o turismo interno também apresenta índices crescentes na região. Indústria. A unidade da Método voltada para a construção de indústrias participa da nova fase do projeto de papel e celulose da Votorantim Celulose e Papel (VCP), em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul. E constrói uma unidades industrial da Perdigão no Estado de São Paulo e outra na região de Rio Verde, Goiás. O aumento de obras, nessa área, resulta do fato de que o País passou longo período sem construir unidades industriais novas. A indústria vinha recorrendo, para ampliar suas atividades, à otimização de instalações originais, procurando ganhos de produtividade com ampliações e substituições de equipamentos. Hoje, com o nível de ociosidade, em diversos segmentos industriais, chegando literalmente a zero, o jeito é projetar e implementar a construção de novas plantas. Atenta a esse aspecto, a Método mantém uma unidade de negócios exclusivamente para atender ao segmento dos negócios no varejo: shoppings centers, supermercados e centros de distribuição. Paralelamente há a Método Fast, que atua na construção de postos de combustíveis, agências bancárias, lojas de fast food, lojas de departamento etc. – “São obras pequenas, mas construídas para grandes clientes, responsáveis por uma enorme rede de centenas de lojas. É nesse segmento que a unidade Método Fast vem obtendo sucesso”, diz Hugo da Rosa.

AGREGANDO VALOR

Outro dado que ilustra o sucesso da empresa é que ela deixou de ser o que se poderia chamar de “construtora pura” – que recebe um projeto pronto e trata de executá-lo. Ela tem maiores condições de agregar valor à obra contratada, quando pode participar de todas as fases do empreendimento, desde a concepção do projeto. “E, em razão de nossa história e experiência, os clientes, na maior parte dos casos, permitem que a nossa participação ocorra do projeto, à etapa final, ”, diz o presidente da Método. Ele diz que, quando isso acontecem, há tempo para análise, diálogo e introdução de eventuais melhorias que impliquem agregação de valor, com resultados benéficos na qualidade e até no custo final. A experiência da Método está em um número elevado de obras, dentre as quais se destacam a Torre Faria Lima, que abriga o Instituto Tomie Ohtake; o centro administrativo da Philips, que passou a abrigar a sede da Nestlé; o Sesc Pompéia; o Centro Cultural São Paulo; o Centro Empresarial do Aço e várias outras que já são história, na história da arquitetura e da construção.

Fonte: Estadão


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