Começa uma nova era. Bem-vindos novos players!

Estão contados os dias das filas intermináveis no check-in, nos banheiros sujos com descargas inoperantes, sala de desembarque internacional sem ventilação nem ar condicionado, demora na restituição das bagagens e o monopólio do táxi especial. Com a chegada dos novos operadores em Guarulhos, Viracopos e Brasília, os passageiros frequentes começam a ver uma luz no final do túnel.
A chegada de novos players no mercado de concessões areja também este setor. A alegação de que falta solidez financeira a um dos consórcios vencedores não prospera perante os fatos. A presença do grupo UTC, cuja empresa de montagem industrial lidera o ranking nesse campo de atividades há anos, conforme o Ranking da Engenharia Brasileira, da revista O Empreiteiro, é uma garantia cabal de competência empresarial. 
Quem trabalha com a Petrobras há décadas tem um currículo que resiste a chuvas e trovoadas. A UTC traz, aliás, uma experiência de gestão de projetos na indústria do petróleo, com padrões rigorosos de qualidade, prazos e segurança, que será benéfica para o cronograma das novas obras no aeroporto de Viracopos.
O consórcio vencedor em Guarulhos tem o peso político dos fundos das empresas estatais, mais a calejada experiência da OAS em empreendimentos de engenharia. E o vencedor em Brasília, liderada pela Engevix, há décadas investe em empreendimentos de energia elétrica com sucesso. Gerir o aeroporto da capital federal está à altura das suas múltiplas competências.
Aos novos operadores cabem grandes responsabilidades e desafios. Um deles é abrir o projeto arquitetônico dos novos terminais via um concurso de âmbito nacional aos arquitetos brasileiros. É preciso aproveitar esta oportunidade para transformar esses terminais em edifícios ícones, que possam simbolizar suas respectivas cidades.  Vamos nos inspirar no famoso terminal da TWA, no aeroporto JFK em Nova York. A arquitetura brasileira dará, sem dúvidas, soluções notáveis.
O sucesso dos novos operadores trará benefícios ao público usuário do transporte aéreo.  E – quem sabe? – poderá até mudar a mentalidade política do governo a favor de uma abertura franca às concessões e investidores privados na infraestrutura, cuja modernização não pode depender somente de recursos públicos, devido à baixa capacidade de poupança da economia brasileira e à notória dificuldade do governo em estabilizar os seus gastos – não estamos sequer falando em reduzi-los – e elevar o volume de investimentos com relação ao PIB.

 

Joseph Young

Fonte: Padrão

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