O governo do Rio Grande do Sul deve lançar ainda nesta semana a consulta pública da concessão do Bloco 2 de rodovias, que compreende trechos afetados pelas enchentes de 2024. No total, o projeto prevê investimentos de R$ 6,7 bilhões, com aporte de R$ 1,3 bilhão do fundo de reconstrução.
No lote selecionado pelo Estado estão 415 km de estradas, que compreendem o trecho de Erechim até Venâncio Aires, passando por Passo Fundo, Muçum e Lajeado, na região do Vale do Taquari, uma das mais afetadas pelas chuvas do ano passado. O projeto prevê 16 pontes com cota mais elevada e obras de drenagem, visando justamente a prevenção de novos desastres naturais. Durante as chuvas, vários trechos rodoviários foram afetados por deslizamento de encostas, por bueiros e galerias antigos e pequenos, que não suportaram a quantidade de água.
O Rio Grande do Sul vai aportar R$ 1,3 bilhão no projeto, sendo que os recursos virão do Fundo do Plano Rio Grande, criado para a reconstrução do Estado após o desastre climático. “A grande preocupação no projeto é garantir que, caso os eventos voltem a acontecer, as comunidades não fiquem isoladas, como ficaram no ano passado”, afirmou ao Valor o secretário de Reconstrução Gaúcha e responsável pela área de concessões do Estado, Pedro Capeluppi.
O contrato de concessão prevê uma taxa interna de retorno real de 11,02% ao ano, em linha com as concessões do governo federal, segundo o secretário. O sistema de cobrança deverá ser do tipo free flow, em que o pagamento é feito de forma automática, sem a necessidade de parar em cancelas de pedágio. Nos estudos, a cobrança deverá ser de R$ 0,23 por km.
Enquanto o Bloco 2 já está encaminhando, o governo gaúcho estrutura o Bloco 1, que inclui estradas na região metropolitana da capital e na região litorânea. A ideia é fazer o leilão dos dois blocos no segundo semestre, sendo que o Bloco 1 ainda passa por revisão, para incorporar o cenário pós-desastre. Ambos os lotes são desenhados com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
