Concessões em SP e Brasília atraem interessados pela alta rentabilidade

Compartilhe esse conteúdo

Lances mínimos revisados para cima não intimidam os pretendentes; investimentos chegam a R$ 21 bilhões

Os leilões programados para o início de 2012 para concessão dos aeroportos de Guarulhos (SP), Viracopos (SP) e Brasília (DF) provocam intensa mobilização no mercado, vistos como negócios com alto potencial na geração de receita e lucros — os três terminais juntos operam 30% dos passageiros, 57% das cargas e 19% das aeronaves em tráfego no país.
Mesmos com os valores dos lances mínimos revisados para cima — em Guarulhos, subiu de R$ 2,3 bilhões para R$ 3,4 bilhões; em Viracopos foi de R$ 521 milhões para R$ 1,5 bilhão; e em Brasília, elevou-se de R$ 75 milhões para R$ 761 milhões — as empresas interessadas no negócio se mantem firmes na disputa, que promete ser renhida, pois já detectaram o potencial de geração de caixa dos três aeroportos ao longo do período de concessão, de 20, 30 e 25 anos, respectivamente. Fontes ligadas às empresas que estudam esses empreendimentos há alguns meses, inclusive com a participação de operadoras de grandes aeroportos no Exterior, estimam que em Guarulhos, por exemplo, mesmo arcando com a reforma do Terminal 2 e a construção do Terminal 3, a concessionária poderá obter retorno da ordem de 50%.
As empresas interessadas não veem também problemas em aportar recursos próprios ou financiados para viabilizar os investimentos de pelo menos R$ 2,8 bilhões exigidos no prazo de dois anos, em razão da Copa do Mundo de 2014. Porém, as concessionárias poderão sofre multas “fortes e severas” se não cumprirem as obras para o Mundial de futebol, já avisou a Secretaria de Aviação Civil do Governo Federal. O montante total de investimentos pode chegar a mais de R$ 21 bilhões no prazo total das concessões.
O edital de concessão prevê que uma das empresas do consórcio concorrente tenha pelo menos cinco anos de experiência em administração de terminal aeroportuário com movimento maior que 5 milhões de passageiros. Como o setor privado brasileiro não possui know how em operação de aeroportos, a participação de players estrangeiros tornou-se obrigatória.
Valores anuais serão recolhidos dos consórcios vencedores dos três aeroportos para o Fundo Nacional de Aviação Civil. A medida visa garantir recursos para os demais aeroportos do sistema aeroportuário nacional.
A primeira concessão aeroportuária ao setor privado no Brasil foi homologada recentemente para o aeroporto de São Gonçalo do Amarante, perto de Natal (RN), cujo lance mínimo de R$ 3,7 milhões também foi alterado pelo TCU para R$ 51,7 milhões, o que não chegou a arrefecer a concorrência. Saiu vencedor o consórcio formado pela Engevix e o grupo argentino Corporación America, que opera aeroportos na Argentina, inclusive o de Buenos Aires. A proposta ganhadora teve ágio de quase 330% sobre o valor mínimo estipulado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
A previsão é que o investimento para construção do novo aeroporto potiguar fique em torno de R$ 650 milhões, em três anos de obras. O prazo para exploração do aeroporto pelo consórcio vencedor é de 25 anos, podendo ser renovado por mais cinco anos, no máximo. A previsão é que o aeroporto tenha movimento de 3 milhões de passageiros em 2014; 4,7 milhões em 2020; e 7,9 milhões em 2030.

PROGRAMA DE INVESTIMENTOS
As empresas que obtiverem a concessão dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília deverão realizar investimentos urgentes seguindo o cronograma básico de modernização e ampliação, estabelecido pela Infraero para os terminais aeroportuários relacionados às 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014. 
O de Guarulhos, por exemplo, prevê a ampliação e revitalização do sistema de pista e pátio, construção de pistas de táxi e de saída rápida, de terminal remoto para desembarque e check-in, e do terceiro terminal de passageiros (atualmente, somente obras de terraplanagem estão sendo executadas nesse item). Os investimentos serão de R$ 4,6 bilhões.
Já Viracopos, as ações previstas são de construção de novo terminal de passageiros e pátio, adequação do terminal existente e ampliação de sistemas de pistas e pátios, com investimentos chegando a R$ 8,7 bilhões. 
No que se refere ao aeroporto de Brasília, prevê-se reforma (esta já em andamento) e construção de terminal de passageiros, do sistema de pátios de aeronaves, e a execução de edificações complementares. Os investimentos na capital federal giram em torno de R$ 2,8 bilhões.

 

Fonte: Padrão


Compartilhe esse conteúdo

Deixe um comentário