De 25 a 29 deste mês (novembro) o Nordeste sediará, pela primeira vez, a Conferência Nuclear Internacional do Atlântico (Inac), promovida pela Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben). Realizada no Recife, no Centro de Convenções, a sexta edição do evento terá como tema “Os benefícios da tecnologia nuclear para a inclusão social”.
Além da contribuição econômica, através da receita e dos empregos gerados pelas usinas nucleares e de outras áreas interligadas ao segmento, a Conferência quer mostrar que a energia nuclear pode ser aplicada no controle e na monitoração da poluição de lagos, rios, mares e ar, bem como pode controlar pragas e melhorar a produção agrícola, evitando o uso de herbicidas”, afirma o diretor da Aben e coordenador geral do Inac 2013, Edson Kuramoto. .
Ele informa que Pernambuco tem se tornado um polo da tecnologia na região, principalmente com a inauguração do Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste (CRCN-NE) há alguns anos. “Futuramente ele poderá também tornar-se um irradiador de alimentos, de modo a permitir, a partir de Pernambuco, a exportação de frutas de melhor qualidade e a um preço mais competitivo, beneficiando toda a região do Vale do São Francisco”.
Apesar de apresentar um crescimento lento, porém constante, a energia nuclear brasileira possui hoje cinco institutos de pesquisa, sendo um deles o CRCN-NE, que atende às regiões N/NE do País. A construção de duas usinas nucleares no território nordestino também fomentará o setor, com a instalação de outras indústrias periféricas e a formação de recursos humanos de alto nível.
O Nordeste também atraiu a instalação de um escritório da Eletronuclear, situado no Recife, destinado a envolver a implantação de usinas nucleares na região, tendo em vista o esgotamento dos recursos hidrelétricos internos e a necessidade de energia de base para assegurar o atendimento da demanda.
A programação do Inac 2013 contará com três encontros técnicos paralelos, todos com palestras empresariais, painéis e mesas redondas. São eles: o XVIII Encontro de Física de Reatores e Termo Hidráulica – ENFIR, o XI Encontro sobre Aplicações Nucleares – ENAN; e o III Encontro Nacional da Indústria Nuclear – ENIN.
Outro momento que poderá ser marcante na conferência é a mesa-redonda composta pelos presidentes das empresas do setor nuclear brasileiro, em que se discutirá o estágio atual e a perspectiva futura do programa nuclear do País. “As grandes projetistas de reatores do mundo apresentarão também os seus respectivos reatores de terceira geração e suas atividades no planeta. Uma delas é a nipo-americana Westinghouse, que falará sobre seus novos reatores AP1000, que deverão começar a produzir energia elétrica na China, em 2014, e apresentará também seus projetos na área de mini-reatores para a produção de eletricidade”, adianta. Outra mesa redonda ainda debaterá as salvaguardas que garantem a pesquisa nuclear para fins pacíficos no mundo.
A francesa AREVA Renewables também estará presente, explanando sobre o mercado mundial de urânio e os novos reatores que está desenvolvendo (ATMEA1). Outra empresa que dará palestra é a estatal Amazul – é dela o projeto do primeiro submarino nuclear brasileiro, que está sendo construído em Itaguaí (RJ).
Nos cinco dias de conferência, 450 trabalhos científicos devem ser apresentados (116 orais e 334 posters), com a participação de mais de 1.000 inscritos e a visitação de cerca de 3.000 pessoas na ExpoINAC.
Serviço:
VI Conferência Nuclear Internacional do Atlântico
De 25 a 29/10/2013, a partir das 9h
No Centro de Convenções de Pernambuco – Recife
Informações: aben@aben.com.br / (21) 2266-0480 / (21) 2203-0577
Fonte: Redação OE