Obra concluída em agosto contou até com helicópteros para transporte
dos funcionários, alojados inclusive em balsas, por conta das
dificuldades de infraestrutura na região
O gás natural, fonte de energia ambientalmente limpa e de baixo custo, foi a solução mais viável para resolver a carência energética da região amazônica. As grandes reservas de gás natural encontradas na Província Petrolífera de Urucu determinaram a transformação das térmicas existentes e a construção de um gasoduto com 670 km, implantado pela Petrobras em plena selva. A obra foi dividida em três partes. O Consórcio Gasoduto Amazônia, do qual a Skanska fez parte, em conjunto com a Camargo Corrêa, foi responsável pela implantação do gasoduto Urucu-Manaus, trecho B2, entre Anamã-Manaus, concluído em agosto. Apesar das dificuldades enfrentadas – e foram muitas – o consórcio registrou 3,5 milhões de horas trabalhadas sem acidentes.
O contrato incluiu a execução de serviços de verificação e consolidação do projeto básico, projeto executivo, suprimento de materiais e equipamentos, testes, condicionamento, pré-operação e operação assistida. Para concluir a obra dentro do prazo, a Skanska precisou dar atenção especial à logística, para superar a carência de infraestrutura local: contava, por exemplo, apenas com os meios fluviais ou aéreo para transportar os profissionais que trabalharam na obra, os insumos e os equipamentos.
Foram implantados dutos em 186 km com 20" na linha tronco e 54 km de 3" nos ramais, atravessando cinco municípios do Amazonas até chegar a Manaus. Os números da obra são impressionantes e demonstram a grandiosidade que foi a construção: foram instalados 15.500 tubos de 20", utilizados mais de 240 equipamentos pesados, além de diversos tipos de veículos empregados no apoio.
Ao longo da obra, foram criadas seis clareiras de apoio e dois canteiros operacionais, o principal deles a 10 km de Manacapuru, e o segundo próximo a Caapiranga, acessível apenas por via fluvial ou helicóptero. Estes canteiros tinham a capacidade de alojar 480 pessoas cada um. Em plena selva, foram construídos cinco acampamentos avançados, e em locais de difícil acesso a solução foi utilizar três balsas alojamentos com capacidade para 350 profissionais. Foram utilizadas também nove balsas com capacidade de até 500 t para o transporte de equipamentos e tubos; três balsas depósito, com capacidade para estocar 150 mil l de combustível cada uma; além de empurradores e lanchas. Um helicóptero foi empregado no transporte dos funcionários, desempenhando papel fundamental na obra.
Foram realizadas mais de 250 travessias em lagos, rios e igarapés. A do lago Manacapuru, com 5.200 m de extensão e profundidade acima de 14 m, foi uma das mais complexas do projeto. Utilizando a técnica de furo direcional foram executadas inúmeras travessias, com até 900 m, como a do Lago Limão. Para as travessias de grandes rios, lagos e igarapés, foram projetadas e construídas balsas específicas para as operações de lançamento dos tubos.
Durante a obra, 70 % da mão-de-obra não especializada foi contratada na região, e para isso foram realizados diversos programas de capacitação e elevação de escolaridade, o que gerou benefícios econômicos e sociais. Carentes de informações, as comunidades ribeirinhas tiveram sistemáticas campanhas socioambientais realizadas pelas equipes de comunicação, visando minimizar os impactos decorrentes de uma obra deste porte. Além disso, foram realizadas campanhas de vacinação para funcionários e comunidades nas áreas de influência do gasoduto. A Skanska realizou suas atividades, focada no respeito à população local e ao meio ambiente, procurando não interferir na cultura e nos costumes locais.
Fonte: Estadão