Outra medida que a Ecorodovias está estudando e testando, em parceria com o governo paulista, se refere ao emprego de novos sistemas de medição da velocidade dos veículos. Hoje, a legislação brasileira permite a fiscalização pontual de velocidade, por intermédio de radar fixo ou móvel. Desta forma, se o veículo é flagrado com excesso de velocidade, naquele ponto específico, o sistema fotografa e emite uma multa correspondente à infração.
“Nós estamos desenvolvendo um sistema de fiscalização que leva em conta a velocidade média de cada veículo. A medição é feita em dois pontos da rodovia, utilizando-se mecanismos eletrônicos que identificam a placa do veículo. O sistema calcula a média a velocidade dentro do trecho percorrido, que é de 6 km entre dois pórticos de aferição, com um radar fixo de fiscalização no meio desse percurso”, explica o engenheiro.
O teste, que ainda não tem validade para autuação, está sendo realizado na rodovia Ayrton Senna, da Ecopistas, com a finalidade de elaborar uma estatística para compor o estudo. Dados preliminares indicam que 35% dos veículos observados apresentam médias acima da velocidade permitida naquela rodovia (120 km/h), mas nenhum deles é flagrado pelas câmeras atuais. “Isso porque o motorista, em geral, freia o veículo a tempo, antes de passar pelo radar”, explica Botto.
Esse comportamento, segundo ele, é muito comum nas rodovias brasileiras, na presença de câmeras e radares, o que ocasiona um grave risco para os usuários do sistema. A frenagem brusca e repentina de um veículo compromete significativamente a segurança da estrada, na medida em que, muitas vezes, pode provocar uma colisão com o veículo que vem logo atrás.
Esse tipo de controle de velocidade já funciona, com sucesso, na Europa, na Ásia e em outros continentes, informa o engenheiro. Segundo ele, na Itália, por exemplo, foi possível obter-se uma diminuição de 40% no número de mortes em estradas: “Na Ecovias, registra-se perto de 110 mortes por ano. Levando-se em conta a estatística italiana, seriam poupadas 44 vidas, com o emprego desse sistema. Só depende, entretanto, de uma mudança na legislação, permitindo o controle pelo sistema de média de velocidade e não mais pontual, como é feito hoje”.
“A aferição da velocidade média é justa, correta, tira qualquer possibilidade de burlar o sistema e é extremamente segura. Uma vez aprovada, essa tecnologia poderá ser estendida para as demais rodovias administradas pela Ecorodovias”, define o vice-presidente do grupo.
Fonte: Padrão
