Dona de 48 usinas (17 hidrelétricas, 1 térmica e 30 eólicas) a Companhia Paranaense de Energia (Copel) irá ampliar ainda mais seu portfólio. A companhia comprou os complexos eólicos Aventura e Santa Rosa & Mundo Novo, da EDP Renováveis, por R$ 1,8 bilhão. Ao todo, são nove parques eólicos em operação, nos municípios de Touros e São Tomé, no Rio Grande do Norte, com 260,4 megawatts (MW) de capacidade instalada. A notícia foi divulgada nesta semana no jornal Valor Econômico, na entrevista do presidente da companhia, Daniel Slaviero.
A maior parte da energia gerada (76,5%) foi contratada em leilões no ambiente regulado (ACR), outra parcela de 13,7% da energia é comercializada no mercado livre. Restam ainda 9,8% para novos contratos.
Agora, a Copel totaliza um parque gerador de 6,7 GW de capacidade instalada, entre usinas hidrelétricas, térmicas, eólicas e solares. A operação será realizada pela Copel GeT, subsidiária da companhia.
Daniel Slaviero destacou a estratégia localização dos parques e a importância de aquisição de um ativo operacional para os negócios. Segundo ele, a empresa consolida a presença no Rio Grande do Norte e aumenta a capacidade de geração eólica em 28%, chegando a 1,2 GW.
“A aquisição atinge um objetivo estratégico, que é recompor o Ebitda com a venda da Copel Telecom para focar no negócio de energia. O maior plano de investimentos é na Copel Distribuição, mas a companhia tem musculatura para fazer estas aquisições na parte de geração (…) e traz o que mais importa, que é um retorno de dois dígitos”, explica.
O diretor de Desenvolvimento de Negócios da Copel, Cássio Santana da Silva, acrescenta que o parque tem comportamento de geração híbrida, quando mais de uma fonte pode gerar no mesmo local.
“Estão operacionais os parques eólicos, mas eles têm 10 MW de projetos solar que a Copel vai executar no momento adequado”, diz Silva.
O próximo desinvestimento será a venda de 51% da Compagás, distribuidora de gás canalizado do Paraná. A Copel tem previsão de vender também o controle da hidrelétrica Foz do Areia, no último trimestre de 2023. Essa é uma exigência para que a concessão para que a concessão seja renovada e não vá a leilão.
Já a EDP coloca em prática sua política de rotação de ativos que facilita a monetização dos parques geradores antes de chegarem ao fim da sua vida útil.
“A estratégia para o período 2021-2025 é acelerar o crescimento em energias renováveis para 20 GW, embora também preveja a continuação do programa de rotação de ativos da EDPR com meta de € 8 bilhões no mesmo período. A transação assinada com a Copel é um bom exemplo da estratégia de rotação de ativos”, disse o head de investimentos e M&A para Europa e América Latina, Guillermo Frances.