Copel planeja investir R$ 2,57 bilhões em 2015, inclusive no Nordeste

Usina em Colíder (MT), uma das mais importantes em construção no País, terá capacidade para atender cidade de quase 1 milhão de habitantes. Projetos envolvem quatro complexos eólicos, duas novas hidrelétricas, exploração de gás natural no Paraná, sede da empresa, e expansão de braço de telecomunicações

Lúcio Mattos

 

A Copel (Companhia Paranaense de Energia) tem um plano de investimentos de R$ 2,576 bilhões para este ano, valor 7% maior que o volume aportado em 2014, que foi recorde para a empresa. Os recursos serão aplicados na construção de duas novas usinas hidrelétricas (no Paraná e no Mato Grosso), quatro complexos de geração eólica no Estado do Rio Grande do Norte, reforço e extensão das linhas de transmissão, exploração de gás natural no interior do Paraná e a expansão de seu braço de telecomunicações.

As duas hidrelétricas em construção receberão um total de R$ 503 milhões. A maior delas, a Baixo Iguaçu, fica no sudoeste do Paraná, entre os municípios de Capitão Leônidas Marques e Capanema, em uma área vizinha ao Parque Nacional do Iguaçu, próxima à fronteira com a Argentina. A planta, uma parceria entre a Copel (30%) e a Neoenergia (70%), receberá neste ano um aporte de R$ 158,5 milhões da Companhia Paranaense de Energia e quando ficar pronta terá capacidade de geração de 360 MW.

Ao final de junho a Usina de Baixo Iguaçu ainda estava com as obras paralisadas, situação que persiste desde junho do ano passado, um ano depois do início dos trabalhos, em julho de 2013. Uma decisão do TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região mandou que se interrompessem as obras, exigindo que o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) se manifestasse antes da emissão da licença de instalação. Com a paralisação, um novo cronograma de trabalhos será elaborado, uma vez que as obras não poderão obedecer ao prazo inicial de entrega, fixado em abril de 2016.

A outra hidrelétrica em construção fica em Colíder (MT), cidade de 30 mil habitantes a 630 km de Cuiabá. Quando completa, a usina terá capacidade de gerar 300 MW de energia, o suficiente para abastecer um município de 850 mil habitantes. O valor investido pela Copel nas obras em 2015 será de R$ 345,1 milhões. Até junho, 85% das obras já tinham sido realizadas e a barragem já havia sido concluída. A previsão de inauguração é abril do ano que vem.

Atualmente, a Copel tem 19 hidrelétricas próprias em funcionamento, todas no Paraná. No total, 89% de toda a capacidade de geração de energia da companhia (de um total de 5.455 MW) vem dessas usinas.

Parques eólicos

Ainda no segmento de geração, a companhia disponibilizará R$ 162 milhões neste ano para o desenvolvimento de parques eólicos no Estado do Rio Grande do Norte. O plano da Copel é ter 28 centrais em funcionamento no Estado até 2019, divididas em cinco complexos, um investimento total de R$ 3 bilhões que será capaz de disponibilizar 663 MW de energia, o equivalente a 12% de toda a capacidade de geração presente da empresa. Desse total, 331 MW estão programados para ser integrados à rede em 2015.

Investimentos da Copel em parques eólicos são crescentes
 

O maior aporte neste ano (R$ 90 milhões) será no Complexo Eólico Cutia, que terá sete centrais para transformar vento em eletricidade, com capacidade total de 129 MW, a ser completado em 2017. O segundo no ranking de investimentos é o Complexo Bento Miguel – com capacidade de gerar 136 MW, receberá R$ 50 milhões em 2015 e tem previsão de inauguração final em 2019.

Um terceiro empreendimento, o Complexo São Miguel do Gostoso, com capacidade de geração de 108 MW, receberá da Copel R$ 22,6 milhões neste ano – esse campo é administrado em parceria com a francesa Voltalia, que possui 51% no negócio.

Em fevereiro foi inaugurado o Complexo São Bento, com quatro parques de geração (94 MW). Até junho, três dos sete parques que o Complexo Brisa Potiguar terá já estavam prontos. Este é o maior de todos em construção (183,6 MW), com 68 aerogeradores de 2,7 MW cada. As torres chegam a 89 m de altura, com um diâmetro de rotor de 122 m.

“No segundo semestre começam a operar os quatro parques restantes do Complexo Brisa Potiguar (108 MW) e os quatro do Complexo São Miguel do Gostoso (54 MW da Copel)”, afirma o diretor da Copel Renováveis, Ricardo Dosso.

Transmissão

A Copel vai destinar R$ 532 milhões à sua rede de transmissão, espalhada por nove Estados. Parte dos recursos será distribuída pelas cinco linhas de transmissão próprias: Araraquara-Taubaté (R$ 144 milhões), Bateias-Curitiba Norte (R$ 42 milhões), Assis-Londrina (R$ 19,7 milhões), Foz do Chopim-Realeza (R$ 17,5 milhões) e Figueira-Londrina/Foz do Chopim Osório (R$ 10,5 milhões).

Outras quatro sociedades de propósito específico para distribuição receberão R$ 257,9 milhões, incluindo SPE Matrinchã Transmissora de Energia (R$ 104,9 milhões), SPE Guaraciaba Transmissora de Energia (R$ 96,9 milhões), SPE Cantareira Transmissora de Energia (R$ 45,3 milhões) e SPE Mata de Santa Genebra Transmissão (R$ 10,8 milhões). A Subestação Paraguaçu Paulista, no interior de São Paulo, receberá R$ 40,2 milhões.

Investimentos de R$ 532 milhões em transmissão
 

Gás natural

Em conjunto com outros três sócios (Bayar Empreendimentos e Participações, Petra Energia e Tucumann Engenharia e Empreendimentos), a Copel criou em setembro de 2014 a Paraná Gás, uma empresa para exploração e produção de gás natural na Bacia do Paraná, na região oeste do Estado – a participação da Copel no negócio é de 30%.

O início dos levantamentos para a prospecção está previsto para o segundo semestre, o que deve envolver parte dos R$ 100 milhões que a Companhia Paranaense de Energia reservou para investir na empresa neste ano. Desde sua criação, foi investido R$ 1,7 bilhão no negócio.

Telecomunicações

O braço de telecomunicações da empresa, a Copel Telecom, planeja investir R$ 107,7 milhões neste ano, na ampliação de sua rede de serviços. Em 2014 a companhia triplicou sua participação de mercado, atingindo 22 mil clientes servidos por transmissão de dados residencial e corporativa em fibra óptica.

Plano de investimentos Copel 2015

Segmento

Empreendimentos

Geração

Hidrelétricas – R$ 503 milhões

 

Usina Colíder (MT) – R$ 345 milhões

 

Usina Baixo Iguaçu (PR) – R$ 158 milhões

 

Parques Eólicos – R$ 162 milhões

 

Complexo Eólico Cutia (RN) – R$ 90 milhões

 

Complexo Bento Miguel (RN) – R$ 50 milhões

 

Complexo São Miguel do Gostoso (RN) – R$ 22 milhões

Transmissão

R$ 532 milhões

 

Linha de Transmissão Araraquara-Taubaté – R$ 144 milhões

 

Linha de Transmissão Bateias-Curitiba Norte – R$ 42 milhões

 

Linha de Transmissão Assis-Londrina – R$ 19,7 milhões

 

Linha de Transmissão Foz do Chopim-Realeza – R$ 17,5 milhões

 

Linha de Transmissão Figueira-Londrina/Foz do Chopim Osório – R$ 10,5 milhões

 

SPE Matrinchã Transmissora de Energia – R$ 104,9 milhões

 

SPE Guaraciaba Transmissora de Energia – R$ 96,9 milhões

 

SPE Cantareira Transmissora de Energia – R$ 45,3 milhões

 

SPE Mata de Santa Genebra Transmissão – R$ 10,8 milhões

Subestação Paraguaçu Paulista

R$ 40,2 milhões

Copel Distribuição

R$ 784,7 milhões

Paraná Gás

R$ 100 milhões

Copel Telecomunicações

R$ 107,7 milhões

Total

R$ 2,576 bilhões

 

Fonte: Copel (Companhia Paranaense de Energia)

 

Fonte: Redação OE

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