Usina em Colíder (MT), uma das mais importantes em construção no País, terá capacidade para atender cidade de quase 1 milhão de habitantes. Projetos envolvem quatro complexos eólicos, duas novas hidrelétricas, exploração de gás natural no Paraná, sede da empresa, e expansão de braço de telecomunicações
Lúcio Mattos
As duas hidrelétricas em construção receberão um total de R$ 503 milhões. A maior delas, a Baixo Iguaçu, fica no sudoeste do Paraná, entre os municípios de Capitão Leônidas Marques e Capanema, em uma área vizinha ao Parque Nacional do Iguaçu, próxima à fronteira com a Argentina. A planta, uma parceria entre a Copel (30%) e a Neoenergia (70%), receberá neste ano um aporte de R$ 158,5 milhões da Companhia Paranaense de Energia e quando ficar pronta terá capacidade de geração de 360 MW.
Ao final de junho a Usina de Baixo Iguaçu ainda estava com as obras paralisadas, situação que persiste desde junho do ano passado, um ano depois do início dos trabalhos, em julho de 2013. Uma decisão do TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região mandou que se interrompessem as obras, exigindo que o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) se manifestasse antes da emissão da licença de instalação. Com a paralisação, um novo cronograma de trabalhos será elaborado, uma vez que as obras não poderão obedecer ao prazo inicial de entrega, fixado em abril de 2016.
A outra hidrelétrica em construção fica em Colíder (MT), cidade de 30 mil habitantes a 630 km de Cuiabá. Quando completa, a usina terá capacidade de gerar 300 MW de energia, o suficiente para abastecer um município de 850 mil habitantes. O valor investido pela Copel nas obras em 2015 será de R$ 345,1 milhões. Até junho, 85% das obras já tinham sido realizadas e a barragem já havia sido concluída. A previsão de inauguração é abril do ano que vem.
Atualmente, a Copel tem 19 hidrelétricas próprias em funcionamento, todas no Paraná. No total, 89% de toda a capacidade de geração de energia da companhia (de um total de 5.455 MW) vem dessas usinas.
Parques eólicos
Ainda no segmento de geração, a companhia disponibilizará R$ 162 milhões neste ano para o desenvolvimento de parques eólicos no Estado do Rio Grande do Norte. O plano da Copel é ter 28 centrais em funcionamento no Estado até 2019, divididas em cinco complexos, um investimento total de R$ 3 bilhões que será capaz de disponibilizar 663 MW de energia, o equivalente a 12% de toda a capacidade de geração presente da empresa. Desse total, 331 MW estão programados para ser integrados à rede em 2015.
O maior aporte neste ano (R$ 90 milhões) será no Complexo Eólico Cutia, que terá sete centrais para transformar vento em eletricidade, com capacidade total de 129 MW, a ser completado em 2017. O segundo no ranking de investimentos é o Complexo Bento Miguel – com capacidade de gerar 136 MW, receberá R$ 50 milhões em 2015 e tem previsão de inauguração final em 2019.
Um terceiro empreendimento, o Complexo São Miguel do Gostoso, com capacidade de geração de 108 MW, receberá da Copel R$ 22,6 milhões neste ano – esse campo é administrado em parceria com a francesa Voltalia, que possui 51% no negócio.
Em fevereiro foi inaugurado o Complexo São Bento, com quatro parques de geração (94 MW). Até junho, três dos sete parques que o Complexo Brisa Potiguar terá já estavam prontos. Este é o maior de todos em construção (183,6 MW), com 68 aerogeradores de 2,7 MW cada. As torres chegam a 89 m de altura, com um diâmetro de rotor de 122 m.
“No segundo semestre começam a operar os quatro parques restantes do Complexo Brisa Potiguar (108 MW) e os quatro do Complexo São Miguel do Gostoso (54 MW da Copel)”, afirma o diretor da Copel Renováveis, Ricardo Dosso.
Transmissão
A Copel vai destinar R$ 532 milhões à sua rede de transmissão, espalhada por nove Estados. Parte dos recursos será distribuída pelas cinco linhas de transmissão próprias: Araraquara-Taubaté (R$ 144 milhões), Bateias-Curitiba Norte (R$ 42 milhões), Assis-Londrina (R$ 19,7 milhões), Foz do Chopim-Realeza (R$ 17,5 milhões) e Figueira-Londrina/Foz do Chopim Osório (R$ 10,5 milhões).
Outras quatro sociedades de propósito específico para distribuição receberão R$ 257,9 milhões, incluindo SPE Matrinchã Transmissora de Energia (R$ 104,9 milhões), SPE Guaraciaba Transmissora de Energia (R$ 96,9 milhões), SPE Cantareira Transmissora de Energia (R$ 45,3 milhões) e SPE Mata de Santa Genebra Transmissão (R$ 10,8 milhões). A Subestação Paraguaçu Paulista, no interior de São Paulo, receberá R$ 40,2 milhões.
Gás natural
Em conjunto com outros três sócios (Bayar Empreendimentos e Participações, Petra Energia e Tucumann Engenharia e Empreendimentos), a Copel criou em setembro de 2014 a Paraná Gás, uma empresa para exploração e produção de gás natural na Bacia do Paraná, na região oeste do Estado – a participação da Copel no negócio é de 30%.
O início dos levantamentos para a prospecção está previsto para o segundo semestre, o que deve envolver parte dos R$ 100 milhões que a Companhia Paranaense de Energia reservou para investir na empresa neste ano. Desde sua criação, foi investido R$ 1,7 bilhão no negócio.
Telecomunicações
O braço de telecomunicações da empresa, a Copel Telecom, planeja investir R$ 107,7 milhões neste ano, na ampliação de sua rede de serviços. Em 2014 a companhia triplicou sua participação de mercado, atingindo 22 mil clientes servidos por transmissão de dados residencial e corporativa em fibra óptica.
Plano de investimentos Copel 2015
Segmento |
Empreendimentos |
Geração |
Hidrelétricas – R$ 503 milhões |
|
Usina Colíder (MT) – R$ 345 milhões |
|
Usina Baixo Iguaçu (PR) – R$ 158 milhões |
|
Parques Eólicos – R$ 162 milhões |
|
Complexo Eólico Cutia (RN) – R$ 90 milhões |
|
Complexo Bento Miguel (RN) – R$ 50 milhões |
|
Complexo São Miguel do Gostoso (RN) – R$ 22 milhões |
Transmissão |
R$ 532 milhões |
|
Linha de Transmissão Araraquara-Taubaté – R$ 144 milhões |
|
Linha de Transmissão Bateias-Curitiba Norte – R$ 42 milhões |
|
Linha de Transmissão Assis-Londrina – R$ 19,7 milhões |
|
Linha de Transmissão Foz do Chopim-Realeza – R$ 17,5 milhões |
|
Linha de Transmissão Figueira-Londrina/Foz do Chopim Osório – R$ 10,5 milhões |
|
SPE Matrinchã Transmissora de Energia – R$ 104,9 milhões |
|
SPE Guaraciaba Transmissora de Energia – R$ 96,9 milhões |
|
SPE Cantareira Transmissora de Energia – R$ 45,3 milhões |
|
SPE Mata de Santa Genebra Transmissão – R$ 10,8 milhões |
Subestação Paraguaçu Paulista |
R$ 40,2 milhões |
Copel Distribuição |
R$ 784,7 milhões |
Paraná Gás |
R$ 100 milhões |
Copel Telecomunicações |
R$ 107,7 milhões |
Total |
R$ 2,576 bilhões |
Fonte: Copel (Companhia Paranaense de Energia)
Fonte: Redação OE