“O mercado hoje estima um crescimento entre 3% e 3,5% em 2010. Nós somos um pouquinho mais otimistas e achamos que podemos crescer entre 3,5% a 4%, revelando então a capacidade de o Brasil se descolar da crise.
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O Brasil vai poder crescer muito acima da média mundial nos próximos anos”, afirmou.
Coutinho disse que a economia brasileira já dá sinais de recuperação. Como exemplo, ele citou os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que teve saldo positivo de 106.205 vagas em abril, e as vendas no varejo – em março, as vendas do comércio varejista ampliado, que incluem veículos e motos e material de construção, registraram crescimento de 2% ante fevereiro e de 6,5% ante março do, acumulando expansão de 3,7% no primeiro trimestre.
“O mercado interno brasileiro mostra bastante firmeza e vai ajudar muito a segurar a crise. As vendas no varejo têm demonstrado o vigor do mercado interno. O emprego e a massa salarial voltaram a crescer.
O Brasil foi um dos primeiros países a reverter a queda do emprego”, disse.
Na avaliação dele, a retomada do consumo interno vai permitir que a indústria reduza a ociosidade e retome um Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) acima de 80% no início de 2010. Coutinho admitiu que os investimentos que dependem da demanda caíram durante o processo de ajuste da produção e dos estoques, mas disse que eles serão retomados.
“Os planos de investimento foram postergados, não cancelados. Eu tenho confiança em que à medida que o mercado interno volte a sustentar um ritmo de crescimento mais firme, a utilização da indústria voltará a subir e a ociosidade a desaparecer.
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Isso vai produzir novas decisões de investimentos e os projetos serão retomados”, afirmou.
Coutinho afirmou ainda que metade dos investimentos da economia brasileira se mantêm em um nível elevado – os que visam o longo prazo, como nas áreas de infraestrutura de forma geral, energia elétrica, agronegócio, logística e telecomunicações, além dos previstos pela Petrobrás.
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“Esse componente autônomo dos investimentos têm se revelado muito robusto no caso brasileiro, aqueles que não dependem da demanda de curto prazo”, comentou. “Esses investimentos têm uma taxa de retorno muito alta.”
Fonte: Estadão