Cymi assume saneamento em 27 cidades de Alagoas e prevê expandir no segmento

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Com a previsão de R$ 1 bilhão de investimentos no contrato, a Cymi,Brasil acaba de assumir oficialmente a operação de saneamento básico em 27 municípios em Alagoas, em parceria com a Aviva Ambiental. O contrato prevê universalizar os serviços em um prazo de até 11 anos. Essa estreia no mercado de saneamento começou em dezembro de 2021, quando, junto com a Aviva, arrematou o Bloco C pelo valor de R$ 430 milhões, e um ágio de 1.227% no Leilão da B3 da Concorrência Pública promovida pelo Governo do Estado de Alagoas e a Companhia de Saneamento do Estado de Alagoas (CASAL). O bloco é formado por cidades da região litorânea e da Zona da Mata, totalizando os 27 municípios que irá atender com abastecimento de água em cinco anos e levar a rede de esgoto para 90% da população.

“Este projeto em Alagoas é a semente para os próximos”. A frase é do diretor de saneamento da Cymi, Leandro Reis, em entrevista ao jornal Valor Econômico, onde anunciou não somente o início do contrato em Alagoas, mas a previsão da companhia expandir no segmento. 

“Estamos avaliando outras possibilidades, concessões, PPPs e eventuais privatizações que surgirem no setor de saneamento. Não há um perfil pré-definido. Buscamos vetores de risco aceitáveis, segurança jurídica e viabilidade no médio e longo prazo”, diz ele.

Entre os ativos analisados pela empresa, segundo Leandro Reis, está a privatização da Corsan (Companhia Riograndense de Saneamento) – que, no entanto, ainda não tem data para o leilão e tem sofrido com as incertezas eleitorais. 

Até o fim de 2021, a Cymi era parte da empresa espanhol a ACS, e foi incorporada neste ano ao grupo francês Vinci, após uma operação de venda em âmbito global. No Brasil, a companhia é conhecida por sua forte atuação no segmento de linhas de transmissão. Desde 2014, foram conquistados 11 concessões no setor, entre leilões e aquisições, que, juntos, somaram R$ 16 bilhões em investimentos (parte deles feitos com sócios).

A empresa passou a estudar seu ingresso no setor de saneamento básico a partir de 2020, com a aprovação da nova lei do setor e da estruturação de grandes projetos pelo BNDES.

Reis explicou que o modelo de negócios para saneamento será diferente daquele usado no negócio de energia. Nas linhas de transmissão, a Cymi atua como desenvolvedora do empreendimento, com um braço de engenharia e construção. Já em água e esgoto, o foco será na operação em si:  “Não quer dizer que a empresa não possa a ter futuramente uma atuação em engenharia e ter isso como diferencial”, disse.

De acordo com o diretor, ainda não há uma definição sobre a criação de uma plataforma de saneamento no país, e tampouco há uma meta de crescimento. Os contratos serão analisados caso a caso, diz ele. “A ideia é que o negócio de saneamento tenha vida própria. Estamos começando por Alagoas, somos muito disciplinados e, no momento certo, possivelmente em conjunto com sócios, podemos ter uma holding, mas não temos nada pré-definido quanto a isso”, afirma Reis.


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