De Trípoli à Luanda

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A Construtora Norberto Odebrecht vem prospectando o setor de infraestrutura da Líbia, desde 2002. Em 2006, ela iniciou negociações diretas com o governo local, com o objetivo de participar do programa de investimentos em infraestrutura para acelerar o crescimento do país. Ao final de 2007, a CNO conquistou dois novos contratos: os Novos Terminais de Passageiros do Aeroporto Internacional de Trípoli (TIA), para a Secretaria de Telecomunicações e dos Transportes, e o Terceiro Anel Viário de Trípoli (TRR), cujo cliente é a Secretaria da Habitação e da Infraestrutura – Jihaz, representada pelo House and Infrastructure Board – HIB.
Para realizar as obras, a empresa conta com equipes multiculturais experientes. A meta da empresa, em parceria com o governo líbio e os sócios, é realizar benfeitorias estruturais no país, promovendo a qualificação profissional da mão-de-obra. Os dois novos terminais do aeroporto terão uma área construída de 400 mil m2, capacidade para receber 64 aeronaves simultâneas e 20 milhões de passageiros por ano. Além disso, as pistas de acesso e o estacionamento poderão acomodar 4.400 carros e haverá 156 posições para check-in, além de 32 portões, cada um com duas saídas para embarque. O projeto visa a suportar o incremento do turismo e dos negócios no país, além de servir como porta de entrada para a África e agilizar as viagens para os demais continentes.
Esta obra foi contratada por 970 milhões de euros pela Secretaria de Telecomunicação e Transportes e está sendo conduzida por uma joint venture constituída pela CNO, líder com 50%, a empresa turca TAV, com 25%, e a empresa libanesa CCC, com 25%. Conta com mais de 3.500 trabalhadores no canteiro – no pico serão 5.500, de 26 diferentes nacionalidades, e cerca de 500 equipamentos pesados em operação. A construção do primeiro terminal está com as subestruturas quase finalizadas e em um ano já consumiu mais de 200.000 m³ de concreto.
O Terceiro Anel Viário de Trípoli terá uma extensão de 24 km. É composto de dez pistas, sendo que cada sentido de fluxo terá três pistas centrais e duas laterais (pistas de serviço). Haverá também 21 passagens de pedestres, 7 km de viadutos divididos em 13 intercâmbios viários e 14 passagens em desnível. O objetivo da obra é desafogar o trânisto do centro de Trípoli, criando uma via expressa no sentido leste-oeste. Contratada por 250 milhões de euros, a obra deve ser entregue em 42 meses, a contar de novembro de 2007.
Para viabilizar o empreendimento, foi criada uma empresa líbia (Joint Stock Company), a Libyan Brasilian Construction and Development – LBCD, da qual a CNO (líder) tem uma participação de 60% e a Urban Development Holding Company – UDHC, 40%. A construção começou em fevereiro de 2008. Atualmente a obra conta com mais de 1500 trabalhadores, dos quais 50% são líbios e os demais de 22 nacionalidades distintas. No pico dos trabalhos deverá ser atingida a marca de 2.500 trabalhadores.

Também em Miami

A CNO é responsável pela a ampliação do terminal norte e também foi responsável pelas obras do terminal sul do Aeroporto Internacional de Miami – primeiro aeroporto dos Estados Unidos e o oitavo do mundo em movimentação de carga internacional. Também está à frente da construção do MIA Mover, veículo automatizado sobre trilhos que conectará o aeroporto ao Miami Intermodal Center (MIC), terminal que oferece diferentes serviços de transporte. Outro projeto em andamento é a expansão de uma linha do metrô (Metrorails MIC Earligton Heights Connector) que ligará o aeroporto ao centro de Miami. Em 2008, a Odebrecht foi eleita Construtora do Ano pelo Instituto Americano de Arquitetura, Capítulo Miami, na 54ª edição do Prêmio Anual de Design. A empresa, presente desde 1990 nos EUA, construiu ícones da arquitetura da cidade, como o Centro de Artes Adrienne Arsht, a American Airlines Arena, o Golden Glades Interchange e o Estádio Internacional da Flórida.

Infraestrutura em Luanda

São inúmeros os projetos para melhoria do trânsito na capital de Angola, Luanda, que incluem não somente a construção de estradas e avenidas, mas a urbanização de bairros, obras saneamento, drenagem, coleta de lixo, paisagismo, sinalização, iluminação pública, educação no trânsito entre outros. O projeto Vias, de Luanda, iniciada em abril de 2008 e a cargo da Odebrecht, constitui-se de 36 km de restauração. Passa pelas Avenidas Deolinda Rodrigues, Ho Chi Minh, Samba, Amilcar Cabral e Revolução de Outubro.
Inclui trabalhos de pavimentação, instalação de calçadas, jardins, valas para drenagem, sinalização e redes subterrâneas (esgoto, água, energia elétrica e telefonia). Avenidas e praças foram revitalizadas com paisagismo, calçadas, quadras esportivas e caramanchões projetados pelo escritório do arquiteto brasileiro Jaime Lerner. Elementos típicos do país foram adotados como referência para a decoração dos passeios com mosaicos de pedras inspirados nas tapeçarias de sisal de Angola.
O trabalho de engenharia foi acompanhado pelo Programa Bem-me-Quer, de educação para o trânsito e cidadania, voltado para a utilização dos novos equipamentos e sua conservação. Além de ações nos locais das obras, uma campanha de TV foi veiculada para envolver a população e sensibilizá-la sobre a importância do Vias de Luanda, que também prevê atividades de limpeza pública.
Marcos Rabello, Diretor do Contrato, destaca que o diferencial deste projeto é o caráter estético e as atividades de comunicação, educação e manutenção encomendadas pelo Governo Provincial de Luanda. Há também uma nova frente de trabalho voltada para o desenvolvimento turístico da Avenida Mortala Mohamed, na Ilha de Luanda. Com forte potencial para a exploração turística e vista para o Atlântico de um lado e para o centro da capital do outro, a região receberá uma via revitalizada com passeios e ciclovias arborizadas, equipamentos de segurança, lazer, esportes e estacionamentos. Uma pequena floresta será restaurada e transformada no jardim bot&ac

irc;nico da cidade.
As Avenidas da Samba e 21 de Janeiro, que fazem a ligação do sul da capital à região central e ao Aeroporto Internacional 4 de Julho respectivamente, fazem parte do Programa de Saneamento Básico de Luanda, contratado pela Direção Nacional de Infraestruturas Públicas, do Ministério de Obras Públicas. Uma inovação para os padrões locais é a implantação de redes técnicas de dutos para a instalação de cabos telefônicos e elétricos e condutas de água sob as calçadas. Isso fará com que as concessionárias públicas não danifiquem os serviços executados para instalar as suas futuras redes.
Em outra frente de atuação, está o projeto Vias Expressas, que prevê a construção de corredores viários em regiões periféricas de Luanda, os quais servirão para agilizar o transporte das riquezas geradas pela reconstrução do país. São seis vias, com um total de 68 km, fruto de um investimento de US$ 900 milhões e contratadas pelo Instituto de Estradas de Angola, órgão ligado ao Ministério de Obras Públicas. A maior delas já está em fase final de execução: a Autoestrada Periférica de Luanda, que, com 33 km, cruza outras três rodovias radiais e facilita o acesso à capital.
A dificuldade do projeto é a logística, pois todos os materiais precisam ser importados, como ferro, asfalto, postes, luminárias, cabos elétricos, peças de equipamentos e até cimento, o que exige um planejamento maior dos estoques além dos custos mais elevados. A empresa implantou um moderno sistema de monitoramento, importado dos Estados Unidos e instalado no canteiro central de Camama, o equipamento de rastreamento via satélite acompanha os 130 caminhões que diariamente trazem brita da central de Britagem de Cabuledo, a 120 km de Luanda.

Fonte: Estadão


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