Destinados R$2,89 BI para refinaria do nordeste

Compartilhe esse conteúdo

A Petrobras assinou no dia 19 de março cinco grandes contratos, no valor global de R$ 2,89 bilhões, para a construção da Refinaria Abreu e Lima (Refi naria do Nordeste). Um dos contratos, firmado com as empresas EIT e Engevix, no valor de R$ 591.324.229,09, e prazo de execução de 638 dias, prevê a construção de edifi cações como prédio administrativo, Centro Integrado de Controle, ofi cinas de manutenção e inspeção de equipamentos, almoxarifados, laboratório de qualidade de produtos, prédios da área de segurança, meio ambiente e saúde, telecomunicações e segurança industrial.
Outro contrato (Lote I), firmado com a Techint, Usiminas e Confab, garante a e instalação de 11 tanques, com capacidade total de 1 milhão de m3, para armazenamento de petróleo, produtos intermediários e produtos finais. O valor definido é de R$ 527,5 milhão e o prazo de execução é de 1115 dias. Os produtos intermediários são aqueles que saem de uma unidade e ainda serão tratados em outras até se tornarem produtos finais, tais como diesel, nafta, óleo combustível etc, que abastecerão os clientes da refi naria.
O lote II, prevê a instalação de outros 63 tanques, com capacidade total de 1 milhão de m3. Esse contrato foi assinado com as empresas Alusa, Queiroz Galvão e Tome, com prazo de 1145 dias e valor de R$ 730.750.000,00.
Os equipamentos elétricos das sub-estações da refinaria e de assistência técnica em todas as etapas da implantação fazem parte do Contrato Global de Elétrica, que foi assinado com a Orteng. Este contrato, no valor de R$ 269.536.530,12 e prazo de 1260 dias, além dos ganhos de escala que proporcionará, promoverá a padronização dos equipamentos elétricos da planta e permitirá, de acordo com representantes da Petrobrás, que o fornecedor incorpore o seu know-how ao projeto, melhorando a qualidade final e os custos e prazos parciais de implantação.
Outra obra contratada para a refi naria é a da construção da Estação de Tratamento de Água (ETA), com capacidade de processamento de 2 mil m3/hora de água filtrada e 400 ton/hora de água reprocessada para uso industrial. A obra, no valor de R$ 774 milhões e prazo de 819 dias, ficará a cargo das empresas Enfil e Veolia. O processo de tratamento da água bruta, recebida das represas que abastecem o pólo industrial de Suape e a refi naria, consiste em filtrar e tratar quimicamente a água recebida e que será disponibilizada com diferentes especificações de pureza:

  • Água industrial – apenas filtrada, que será usada basicamente nos serviços de manutenção.
  • A água clarificada – para uso nos sistemas de resfriamento das unidades de processo.
  • Água deionizada – a água pura, isenta de qualquer impureza, inclusive sais issolvidos, será usada na produção de vapor e nas unidades de geração de hidrogênioterligações das novas plantas com a torre de resfriamento e a casa de controle da refinaria.

O contrato, em regime de EPC, prevê a elaboração do projeto executivo, fornecimento de máquinas e equipamentos e os serviços de construção civil, montagem eletromecânica, condicionamento, pré-operação e operação assistida.
A unidade HDS terá capacidade para processar 4 mil m³/dia de nafta craqueada leve (gasolina rica). Todo o processo é feito para que haja a menor perda de octanagem possível. O produto que sai da planta é adequado posteriormente para comercialização. Já a unidade HDT terá capacidade para processamento de 3 mil m³/dia de nafta de coque, 1.310 m³/dia de nafta petroquímica, 560 m³/dia de nafta pesada para mistura no diesel e 1.050 m³/dia de nafta média para a unidade de reforma catalítica, que produz gasolina de alta octanagem. A planta de geração de hidrogênio, por sua vez, será capaz de purificar 300 mil m³/dia, obtido a partir de uma mistura de gás natural com 88% de metano, nafta leve (150 ppm), e hidrogênio produzido em outras áreas da refinaria. O hidrogênio sai com 99,9% de pureza.
No canteiro de obras estão sendo construídas também subestações provisórias, para rebaixamento da energia consumida pela refi naria.
Atualmente, a Regap tem capacidade de processamento de 151 mil barris/dia e produz gasolina, óleo diesel, querosene de aviação, GLP, aguarrás, asfaltos, coque e enxofre. Está prevista ainda a abertura de uma concorrência para instalações de unidades para reduzir o teor de enxofre também dodiesel, ainda sem data marcada. A meta é que elas entrem em operação em 2012, segundo o Plano de Negócios 2009-2013 da Petrobras.

RAPIDEZ E EFICIÊNCIA

Segundo o gerente do projeto, engenheiro Mauro Faísca, da Andrade Gutierrez (líder do consórcio), as obras seguem em ritmo acelerado, se situando um mês à frente do cronograma previsto pela Petrobras. Em janeiro deste ano, mais de 44% do projeto total já havia sido executado, contra uma estimativa de 40,8%, previsto no cronograma oficial. Se fossem levadas em conta apenas as obras civis, o avanço nas obras era, naquele momento, de 80%.
Os pipe racks, bases para instalação de equipamentos e drenagens das unidades estão em fase de conclusão. Grande parte da montagem da tubulação dos pipe racks da UGH já está pronta e os primeiros equipamentos, tais como reatores de fornos, encontram-se em fase de montagem.
Atualmente, cerca de 1.600 oper&aa

cute;rios estão trabalhando no canteiro e a expectativa é de que esse efetivo seja elevado para 2.000 homens, no pico das atividades, a ser atingido no final de maio.
No início do ano, o consórcio Andrade Gutierrez/Mendes Júnior/KTY foi o grande vencedor, com esta obra, da 8ª. Edição do Prêmio Petrobras de Engenharia de Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde para Empresas Contratadas. O avançado sistema de gestão de pessoas, obra à frente do prazo estipulado e grande preocupação em segurança do trabalho e com a questão ambiental foram alguns dos diferenciais, reconhecidos pela contratante, para outorgar o prêmio.
Ao todo, o projeto, desenvolvido pela KTY e pela Projectus, exigiu a elaboração de mais de 1 mil documentos de engenharia e exigiu a instalação de 6 mil linhas de tubulação, 70 km de eletrodutos, 3 mil malhas de instrumentação e 16 mil m3 de concreto. As duas empresas são as responsáveis por todo o cálculo estrutural do empreendimento, especificação de materiais e detalhamento do projeto.
Para desempenhar estas atividades, as duas empresas montaram, em São Paulo, um escritório de projeto, em interface direta com engenheiros da Petrobras. Cerca de 130 pessoas, entre elas 70 engenheiros, estão desenvolvendo os projetos das unidades, com o auxílio de um softweare de modelagem PDMS, de 3D, que cria maquetes eletrônicas das plantas, inclusive das instalações underground, estaqueamentos etc.
A etapa das fundações, segundo Mauro Faísca, foi precedida de estudo de sondagem de solo que resultou na definição da tecnologia do estaqueamento a ser adotado. A opção foi pela utilização de estaca hélice contínua de concreto, moldada "in loco", em quase toda a área do empreendimento, com exceção de uma pequena faixa, onde o solo se revelou menos consistente, e foi adotado o uso de estaca raiz. No total, foram cravados 13 mil m de estacas.
Para assegurar rapidez na conclusão do projeto, todos os prédios estão sendo construídos com concreto pré-moldado, menos o prédio do HDS, que está sendo construído em concreto moldado in loco e estrutura reforçada. A mudança cumpre o objetivo de suportar o peso dos equipamentos de grande porte que o prédio abrigará.
Também para ganhar tempo, foi montado no canteiro um pipe shop, que oferece uma estrutura otimizada para a confecção dos tubos para as mais diversas necessidades do projeto. Estruturado para funcionar em linha, ele conta com processos semiautomáticos de solda, pontes rolantes para manuseio de materiais, serras automatizadas, vários niveladoras, uma central de distribuição e cabos de soldas suspensos em braços de metais.
Anexo ao pipe shop, o consórcio montou uma escola de capacitação de profissionais soldadores e lixadores. Há também uma unidade especial para o teste das 12 mil válvulas previstas no projeto. O objetivo é reduzir as margens de risco, emissão de resíduos e obter ganhos de produtividade.
Perto do local está o canteiro avançado, que abriga os engenheiros, técnicos e encarregados ligados mais diretamente à execução do projeto. Nesse canteiro avançado funcionam ainda a ouvidoria e as salas de treinamento.
Há ainda um refeitório, com cozinha industrial capaz de produzir 2.000 refeições/dia.

Qualidade premiada

Vários fatores contribuíram para que o Consórcio Andrade Gutierrez/Mendes Júnior/KTY fosse o grande vencedor do Prêmio Petrobras de Engenharia de Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde. Além de possuir as principais certificações internacionais, o consórcio também se preocupou com o planejamento consistente das atividades do contrato, desde a elaboração do projeto, suprimento dos materiais e equipamentos até a construção e montagem industrial.
A Petrobras destacou, entre as iniciativas apresentadas pelo consórcio, a sistemática de treinamento, a utilização de índice de aproveitamento de mão-de-obra local, escola de solda para os colaboradores e, no quesito ambiental, a reutilização de água e uso de hidrômetros nos canteiros.
Outro ponto de destaque é a capacidade de adaptação, a criatividade e a integração da equipe, juntamente com o agradável ambiente de trabalho e a boa estrutura do canteiro de obras. Tudo isso leva a uma baixa rotatividade dos trabalhadores e um número elevado de funcionários capacitados para os cargos desempenhados.
O projeto na Regap é o terceiro em uma refinaria no qual Andrade Gutierrez e Mendes Júnior trabalham juntas. O reconhecimento da Petrobras, através do prêmio, reforça o sucesso dessa parceria entre duas construtoras.


Fonte: Estadão


Compartilhe esse conteúdo

Deixe um comentário