O grupo franco-alemão Vallourec & Mannesmann e o japonês Sumitomo Metals anunciaram, em abril, a construção de uma nova siderúrgica no pequeno município de Jeceaba, na região central de Minas Gerais. O projeto estimado em US$ 1,6 bilhão terá capacidade para 1 milhão t/ano, das quais 700 mil utilizadas na produção de 600 mil t de tubos sem costura, destinados às áreas de óleo e gás, e deve estar concluído em três anos. A decisão pelo Brasil deve-se à localização geográfica do País, que facilita a exportação para os mercados da América do Norte, África e Oriente Médio. Outro fator decisivo é a presença da Vallourec no Brasil, por meio da V&M do Brasil e o conhecimento da realidade brasileira. Associam-se ainda a proximidade com a mina Pau Branco, jazida de minério da Vallourec a alternativa de utilizar a Ferrovia do Aço, administrada pela MRS Logística e a oferta local de minério de ferro. O projeto conta com o apoio do governo estadual, que se comprometeu a criar a infra-estrutura necessária para o escoamento da produção. Atualmente, o Estado já conta com cinco pólos produtivos: Belo Horizonte, João Monlevade, Ipatinga, Ouro Branco e Juiz de Fora. A notícia ainda está sendo assimilada pela população do município, de pouco mais 6 mil habitantes. Ele foi escolhido dentre outras locais estudados na Venezuela, França, Índia, China, Irã, etc. A prefeitura já se movimenta para limitar o crescimento populacional e garantir os empregos para os moradores da região. A tarefa é grande: segundo dados de 2000, a maior parte da população adulta de Jeceaba não concluiu o primeiro grau e quase a metade não concluiu o ensino fundamental. A renda per capita média é de R$ 146,78 mensais. A maior parte da população sobrevive da agricultura familiar, enquanto a falta de emprego obriga os jovens a deixar a cidade em busca de oportunidades. (M.R.S)
Fonte: Estadão