Inaugurada, em maio, a primeira etapa da Linha Verde, conjunto de obras viárias com 35,4 km de extensão que permitirá sensível melhoria no fluxo do tráfego na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG) e facilitará o acesso do centro para o Aeroporto Tancredo Neves. O projeto, um investimento de R$ 40 milhões do governo do Estado de Minas Gerais, intervém nas avenidas Andradas, do Contorno (Boulevard Arrudas), e Cristiano Machado, e na rodovia MG 010, passando por 10 municípios e 100 bairros, atingindo mais de três milhões de pessoas que vivem no entorno. O empreendimento deverá requalificar a área próxima à estação rodoviária e ao parque municipal, melhorando a articulação viária e de transporte da capital com Ribeirão das Neves, São José da Lapa, Santa Luzia, Pedro Leopoldo, Vespasiano e Lagoa Santa. E criará ainda um novo corredor de desenvolvimento para o Estado, tanto do ponto de vista industrial, ao facilitar o escoamento das mercadorias, quanto do ponto de vista imobiliário. A Linha Verde permitirá a consolidação do Aeroporto Tancredo Neves como ponto de escoamento industrial da região, auxiliando o desenvolvimento do comércio exterior. Com ela pode ocorrer uma nova fase de crescimento no sentido Norte da Região Metropolitana, uma vez que tende a atrair novas empresas e gerar empregos. Calcula-se que o tempo de duração do percurso entre o centro da capital e o aeroporto seja reduzido de uma hora para 30 minutos. Nos momentos de rush, essa redução será de 15 minutos. O empreendimento foi dividido em três trechos: o Boulevard Arrudas, que ficou a cargo da Mendes Júnior Trading/Construtora Mendes Júnior; a avenida Cristiano Machado, a cargo da Construtora Camargo Correa, e a MG 010, a cargo do Consórcio Cowan/Barbosa Mello. O Boulevard Arrudas, trecho já concluído pela Mendes Junior, está situado nos quarteirões entre a alameda Ezequiel Dias e a avenida do Contorno, no cruzamento com a rua Rio de Janeiro, numa extensão de 1,4 km. O trecho se desenvolve ao longo do parque municipal e envolveu, principalmente, a cobertura do ribeirão Arrudas, entre a alameda Ezequiel Dias e o complexo de viadutos da Lagoinha, na região central. A cargo da construtora ficou também a restauração da praça Rui Barbosa – importante ponto de referência urbana inserido no complexo. A fim de atender ao cronograma e reduzir ao mínimo os transtornos à população, a Mendes Júnior perseguiu a meta de fabricar e montar 25 vigas de concreto por semana. O projeto estrutural previu e empregou de pré-laje a vigas pré-moldadas, utilizando concreto estrutural com microsílica, que possibilita alta resistência inicial (24 MPa em 24 h). Segundo o departamento de engenharia da construtora, o planejamento foi uma etapa essencial para permitir o desenvolvimento dos trabalhos em área de tráfego elevado e com grande fluxo de pedestres. O trânsito precisou ser interrompido diversas vezes e desvios de tráfego tiveram de ser feitos. A cobertura do ribeirão permitiu o aumento da faixa de tráfego para veículos e alargamento das calçadas já existentes. O trecho recebeu tratamento urbano e paisagismo especial, com plantio de espécies como ipê, magnólia, pau-brasil, sibipiruna e quaresmeira, além da construção de jardineiras no canteiro central da avenida e a restauração da praça, que volta a ser um cartão-postal para a cidade. Reunificada, a praça Rui Barbosa transformou-se em uma alameda, com novos pisos e calçadas, lixeiras e bancos, duas fontes com jatos d´água, postes e luminárias. Seu traçado original foi recuperado, sendo agora contornada por cerca de 90 árvores. A praça ganhou as réplicas das estátuas e esculturas originais, tombadas pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA): duas ninfas, quatro deusas, que representam as quatro estações, dois tigres e dois leões. A pavimentação da via foi feita com asfalto Ecoflex, com 18% de borracha reciclada de pneus em sua composição, totalizando 12 mil t de material. Por sua vez, o pavimento do boulevard empregou 20 mil m² de pisos em calçada portuguesa e piso podotátil (painéis com relevos que permitem percepção ao deficiente visual).
Fonte: Estadão