Duplicação da BR-163/MS em dez lotes descontínuos

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Execuções movimentam cerca de 1,5 miltrabalhadores e 20 empreiteiras

Guilherme Azevedo

 

No Mato Grosso do Sul, onde se localiza 65% do total da área do Pantanal, patrimônio natural mundial, questões ambientais são mais agudas e exigem cuidados e procedimentos específicos na hora de executar obras rodoviárias. É o que determina as portarias interministeriais 288 e 289, de 2013, que instituíram o programa de Rodovias Federais Ambientalmente Sustentáveis e definiram procedimentos para o licenciamento ambiental de rodovias e a regularização ambiental de rodovias federais.

No caso dos 80,6 km de duplicação inicial da BR-163 no Estado, como é formalmente proibida uma obra nas condições locais ultrapassar 25 km de extensão ou atingir áreas de proteção permanente, entre outras restrições, as execuções foram desmembradas em dez lotes e abrangem sete municípios. “O ideal para nós seria concentrar a construção em poucos trechos, nas regiões de maior volume de tráfego, mas, para atender às exigências, a única solução foi dividir”, justifica Henrique Rubião do Val, diretor de engenharia da MSVia, concessionária do grupo CCR que administra, desde abril de 2014, os 845,4 km da BR-163 em solo sul-mato-grossense.

A MSVia formalizou o compromisso de duplicar 806 km da rodovia num prazo de até cinco anos (hoje a BR-163 opera apenas com uma pista de cada lado), conservar e recuperar a estrutura existente. Os investimentos estimados nos primeiros cinco anos totalizam R$ 3,5 bilhões. Em troca, a concessionária cobrará pedágio em nove praças, mas a cobrança está condicionada à entrega do primeiro trecho duplicado, de 80,6 km, prevista para outubro deste ano.

A BR-163 no MS tem extensão total de 845,4 km, cruzando o Estado de norte a sul. Na imagem, em verde, as futuras nove praças de pedágio

Embora os cuidados com o meio ambiente sejam severos e exijam métodos construtivos, técnicas de engenharia e materiais condizentes, os principais obstáculos ao avanço das obras são de outra natureza: os prazos e os quantitativos de construção. “Temos como meta final duplicar mais de 800 km de rodovia em apenas quatro anos e meio. Esse é um desafio enorme”, aponta o diretor de engenharia da MSVia.

Conforme o cronograma de duplicações especificado em contrato, 129 km terão de ser duplicados até o final do segundo ano de concessão (incluindo os 80,6 km iniciais, ora em obras); 193,5 km, no terceiro ano; 274,1 km, no quarto ano; e 209,7 km, no quinto ano.

Melhorias imediatas

Paralelamente às obras de duplicação, uma série de outras melhorias tomou lugar, de modo a melhorar imediatamente as condições de tráfego e segurança da BR-163 no Mato Grosso do Sul. No primeiro ano da concessão, mais de 400 km de pavimento foram recuperados, com o emprego de 275 mil t de massa asfáltica. Foram implantados 4 mil m² de sinalização vertical (placas), revitalizados 255 mil m² da sinalização horizontal (faixas, tachas refletivas e balizadores) e instalados 330 km de cercas e 11 km de defensas metálicas (guardrails). Também foram capinados e roçados cerca de 7 mil km e limpos 1,3 mil km do sistema de drenagem. Além disso, estão em construção as 17 bases operacionais definitivas do Serviço de Atendimento ao Usuário. “Esses números dão a dimensão do desafio que foi vencido nessa primeira etapa da concessão, que chegou a Mato Grosso do Sul para transformar a BR-163/MS na Rodovia da Vida”, promete Fausto Camilotti, gestor de atendimento da MSVia e responsável pelos trabalhos iniciais de melhorias.

A concessionária, que administrará a BR-163/MS por 30 anos, hoje emprega diretamente 500 colaboradores, entre operação, engenharia e administração, e mais de 1.500 trabalhadores nas cerca de 20 empreiteiras contratadas para obras e serviços.

As dez frentes de duplicação na BR-163/MS

Fonte: Revista O Empreiteiro


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