Concedida em 2005, a rodovia recebeu pesados investimentos desde então
São Paulo e Rio sempre procuraram encurtar a distância que as separa. A ligação rodoviária entre as duas grandes cidades brasileiras estava decidida desde 1724, mas sua inauguração ocorreu apenas em 1928, pelo presidente Washington Luís, com a extensão de 508 km, sendo apenas oito dos quais pavimentados. A rodovia teve vários nomes ao longo dos anos, como Rio-São Paulo, BR-2, BR-116 e, finalmente, Presidente Dutra.
É que em 1949, o presidente Eurico Gaspar Dutra constituiu a Comissão Especial da Construção da Rio-São Paulo e, sob orientação do engenheiro Edmundo Régis Bittencourt, autorizou créditos e normas especiais para construí-la. Ainda em 1949, foi concluído e inaugurado trecho pavimentado entre São Miguel e Mogi das Cruzes e a denominação Presidente Dutra, indicada pelo Conselho Rodoviário Nacional, foi ratificada. A falta de recursos, porém, prejudicou suas características técnicas. Foram construídas apenas duas faixas, com exceção dos 46 km do limite do Rio de Janeiro ao pé da serra do Mar e dos 19 km que atravessavam os subúrbios industriais de São Paulo, que tiveram quatro faixas.
Seu primeiro trecho de duas pistas de 7 m cada separadas por um canteiro central entre Parada de Lucas (km 0) e Garganta da Viúva Graça (km 46), com doze trevos, pavimentadas em concreto asfáltico e macadame betuminoso, foi inaugurado em julho de 1950. Na travessia do Vale do Paraíba, onde o solo mostrou-se instável e um dos mais antigos, de cuja decomposição surgem argilas multicoloridas, foram usadas estacas de areia antes de se lançar os aterros.
No ano seguinte, o presidente Dutra inaugurava a rodovia com retificação do traçado, redução de 101 km de percurso e dois terços pavimentados. Nos trechos de alta densidade de tráfego, perto das capitais, e no ponto crítico da serra (8,2 km), foram construídas duas pistas adicionais nos anos de 1959 e 1960.
Em 1993, o DNER contratou a execução de mais 63 km de duplicação e no ano seguinte outros quatro contratos foram firmados, incluindo a construção de 80 obras-de-arte especiais e a restauração da pista velha com aplicação de 88 mil t de asfalto.
A privatização rodoviária foi o caminho encontrado para superar a falta de recursos do governo federal para investir em infraestrutura. Em 1995, a Nova Dutra, assinou o contrato de concessão por 25 anos para operar, manter e investir na rodovia. A empresa executou um amplo pacote de investimentos: de março de 1996 a dezembro de 2007 aplicou um total de R$ 6,349 bilhões, sendo R$ 2,105 bilhões em obras e equipamentos.
Fonte: Estadão