Estrutura de shopping em Juiz de Fora (MG) é concretada in loco

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Processo chama a atenção pelo fato de os pré-moldados dominarem a construção desse tipo de empreendimento

Augusto Diniz – Juiz de Fora (MG)

 

O Shopping Jardim Norte, em Juiz de Fora (MG), que será o segundo centro de compras de grande porte da cidade, irá atender a região norte, a mais populosa do principal município da Zona da Mata mineira. Os investimentos somam cerca de R$ 120 milhões e os empreendedores são a ABX Participações, Grupo SFA e Traituba Empreendimentos.

 

As obras se iniciaram em fevereiro do ano passado e estão previstas para terminarem em março de 2016. Os avanços dos trabalhos já ultrapassam 60%, com a priorização hoje nos serviços de instalações elétricas e hidráulicas. Atualmente, o canteiro conta com cerca de 350 trabalhadores e quase 20 máquinas de grande porte em operação.

 

O terreno onde está sendo construído o Shopping Jardim Norte possui 80 mil m², com área bruta locável (ABL) de 25 mil m² – uma loja de departamentos e um supermercado funcionam no mesmo terreno, ladeando o shopping, mas possuem estruturas independentes do centro de compras. No terreno, existia uma antiga fábrica de papelão, que virou depois centro de exposição, mas acabou demolido para dar lugar ao comércio.

 

Moldado in loco

Paulo César Lourenço, sócio da Lourenço Sarmento Arquitetos, explica que na concepção do projeto não foi feito nenhum tipo de determinação de metodologia de estrutura de concreto a ser adotada. “Mas, depois, quando começou o desenvolvimento do projeto, tivemos algumas reflexões com os envolvidos, e optou-se pela moldagem in loco”, conta o arquiteto responsável pelo projeto do Shopping Jardim Norte.

 

Ele acredita que os empreendedores concordaram com a proposta por conta do custo. “Há uma característica da região de se optar por construções de estruturas de concreto moldadas in loco”, afirma. Segundo Paulo César, sua empresa, com 18 anos de existência e atuação em empreendimentos industriais, só agora participa de uma obra feita com pré-fabricado. O trabalho com pré-fabricado é realizado justamente no outro shopping da cidade, o Independência, que realiza obras de ampliação – o empreendimento é da BRMalls.

 

Moldagem in loco oferece mobilidade ao concreto

 

De acordo com o engenheiro Jalber de Alcântara Santos, da MCA Engenharia, empresa responsável pelo gerenciamento da construção, a modelagem in loco da estrutura representou a utilização de 22 mil m³ de concreto.

 

“Foi um desafio, pois executar estrutura in loco mobiliza muita gente, e tem que coordenar muito bem todo o pessoal”, explica Jalber. “Porém, a metodologia dá mobilidade à estrutura de concreto”.

 

De fato, o formato do shopping em prisma, com “várias decomposições e não em placas únicas”, como define o arquiteto Paulo César as suas fachadas, teve mais possibilidade de realização com a concretagem in loco.

 

A concretagem da estrutura de lajes, pilares e vigas foi feita com auxílio de bomba-lança de 36 m sobre caminhão, com uma máquina reserva, em caso de emergência, com as mesmas dimensões. A obra se procedeu em módulos de 800 m² de concretagem, com execução média em quatro dias cada um.

 

“A laje nervurada in loco venceu grandes vãos, de até 13 m”, relata o engenheiro. Nas laterais, a estrutura tem vigas de borda. No centro, não foram usadas vigas. No fechamento da estrutura foram gastos 350 mil blocos de concreto.

 

O engenheiro Jalber avalia que, pela geometria do shopping, com moldagem in loco foi mais fácil executar o empreendimento. Porém, ele ressalta que teve que se criar uma logística cuidadosa para chegada de concreto à obra. A usina localiza-se a cerca de 25 km do empreendimento.

 

O centro de compras possui três pisos. A entrada principal do shopping é pelo piso central, que teve aterro de 9 mil m³ em sua área de acesso, para nivelá-la com a via que passa em frente. No piso debaixo, se localiza o estacionamento coberto, cujo acesso principal é pela via pública atrás do shopping – esta via encontra-se em um nível mais baixo do que a da frente do empreendimento. Aduelas pré-fabricadas foram colocadas nesse piso do estacionamento, para contenção e drenagem do trecho aterrado na frente do shopping.

 

Na cobertura do shopping foi usada 300 t de material metálico. Ele possui desnível, cujo vão será preenchido com vidro na vertical para entrada de iluminação natural, na área de circulação do shopping. Já a fachada principal terá detalhes em ACM com pele de vidro.

 

Perspectiva da entrada do shopping, que sofreu aterro para nivelar-se com a via pública
 

O tanque térmico, com reserva para uso dos bombeiros, de 2,5 milhões de litros de água, apresenta uma novidade. Para economizar eletricidade, três horas ao dia, no momento de pico, o resfriador de água, que consome 30% de energia de um empreendimento desse porte e atende a climatização do ambiente, será desligado.

 

É que o tanque foi dimensionado para manter a temperatura da água por cerca de três horas. O tanque é de chapa estrutural e isolante térmico. Vale destacar que, mesmo com desligamento do resfriador, as bombas continuarão operando para abastecer o sistema de climatização.

 

 

Ficha Técnica – Shopping Jardim Norte em Juiz de Fora (MG)

 

Administradora: ABX

Projetos básico e executivo: Lourenço Sarmento Arquitetos

Gerenciamento: MCA Engenharia

Formas de laje e viga: Rental Form

Instalação hidráulica: Excel

Instalações elétrica e telecomunicações: VPC

Ar-condicionado: Tuma

Estrutura metálica e montagem: Ilusa

Usina de concreto: Brasmix

Fonte: Revista O Empreiteiro


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