Explosão desvia Rio Tibagi para obra da Usina Mauá

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A detonação de uma carga de 1.400 quilos de explosivos marcou nesta terça-feira (1º) o início do processo de desvio do Rio Tibagi para a construção da barragem da Usina Hidrelétrica Mauá.

A abertura dos túneis pelos quais o rio passará a correr foi acompanhada pelo governador Roberto Requião, pelo presidente da Copel, Rubens Ghilardi, e outras autoridades no canteiro de obras da usina, em Telêmaco Borba.

O evento simboliza a conclusão da primeira etapa da instalação da usina, maior empreendimento do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal em construção no Paraná.

A hidrelétrica, que tem investimentos estimados da ordem de R$ 1,2 bilhão, pertence ao Consórcio Energético Cruzeiro do Sul, parceria entre a Copel (majoritária com 51% de participação) e a Eletrosul, estatal federal do grupo Eletrobrás, com 49%.

A Melhor – “Não tenho nenhuma dúvida, como brasileiro e como paranaense, que a Copel é hoje a melhor companhia de geração, transmissão e distribuição do país”, afirmou o governador Requião, destacando a cooperação que a empresa dá ao sistema elétrico nacional, ao gerar energia por um custo baixíssimo.

“Nós temos usinas antigas, amortizadas, a famosa energia velha, que custa quase nada. Mas o Governo Federal criou um pool, onde nós somos obrigados a vender a energia, colaborando para a redução do seu preço no Brasil”, disse o governador.

Não fosse por isso, lembrou Requião, “o Paraná certamente estaria vivendo o maior surto de crescimento e de desenvolvimento de sua história, impulsionado pela energia da Copel, que já é a mais barata do Brasil e poderia ser ainda menor”.

O governador também anunciou que obteve do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, a informação de que as concessões das usinas de Segredo, Salto Caxias, Derivação do Rio Jordão e Cavernoso serão renovadas. “É um reconhecimento do Ministério ao trabalho eficiente, zeloso e produtivo que a Copel vem fazendo na gestão das suas instalações elétricas”, disse Requião.

Investimentos – Localizada entre Telêmaco Borba e Ortigueira, a instalação do empreendimento vai permitir um grande salto no processo de crescimento da região. O governador Requião destacou que toda a área próxima do canteiro de obras de Mauá vem recebendo grandes investimentos do Estado e da iniciativa privada.

“Telêmaco Borba está em uma nova fase”, disse o governador. “A cidade está crescendo, a Klabin está investindo muito aqui, estamos construindo um novo hospital com 160 leitos. Esta é uma nova fase para a cidade e para o Paraná – somos o segundo Estado em desenvolvimento do Brasil, o primeiro em saúde pública, e temos um crescimento fantástico na educação”, comparou.

Energia Limpa – O presidente da Copel saudou a conclusão da primeira etapa da construção da Usina Mauá, que vai gerar energia limpa para o parque energético brasileiro.

“A Copel foi concebida há meio século para alavancar o desenvolvimento o Estado do Paraná e o faz com uma energia de fonte renovável e não poluente, ao contrário do que vem ocorrendo na matriz energética brasileira, cada vez mais suja com a inserção de termelétricas para atender à demanda”, afirmou Rubens Ghilardi.

O Brasil só utiliza 30% do potencial de geração representado por fontes renováveis como as hidrelétricas, segundo o representante do Ministério de Minas e Energia, engenheiro Márcio Zimermann, que informou que o Governo Federal tem a intenção de elevar esse percentual a 70% até 2050.

“O investimento de Copel e Eletrosul, com apoio do Governo do Paraná, na Usina Hidrelétrica de Mauá espelha o retorno do Brasil ao aproveitamento do potencial energético que ainda resta na Região Sul e, principalmente, nas regiões Norte e Nordeste do país”, observou Zimermann.

Empregos – Além de se constituir no maior empreendimento individual do Governo Requião, a obra de Mauá também é a primeira hidrelétrica de grande porte construída pela Copel após 1999, quando começou a operar a Usina de Salto Caxias, no rio Iguaçu, com 1.240 MW.

Em 2005 e 2006, a Copel construiu e colocou em operação, também, as usinas de Santa Clara e Fundão, com 120 MW cada, localizadas no rio Jordão. Atualmente, a empresa responde por cerca de 7% de toda energia elétrica gerada no Brasil.

Com o processo de desvio temporário do Rio Tibagi, será possível iniciar as obras para adequação do leito original para a construção da barragem e a formação do reservatório da usina, que acontecerá no final de 2010.

A Usina Mauá deve entrar em operação comercial em 2011 com potência instalada de 361 megawatts, o suficiente para abastecer uma cidade com 1 milhão de habitantes. Sua construção permitiu a criação, até o momento, de 1.800 empregos diretos e 3 mil empregos indiretos, principalmente para trabalhadores provenientes das cidades de Telêmaco Borba e Ortigueira.

Desvio – Depois da abertura dos túneis de desvio, parte das águas do Tibagi continua correndo pelo leito normal e parte segue para os dois conductos escavados em rocha na margem direita – um com 314 metros de extensão e outro com 360 metros. Dentro de alguns meses, quando as ensecadeiras de montante e jusante estiverem prontas, toda a água passará através dos túneis de desvio.

Realizado de modo temporário, esse procedimento é necessário para que se faça a limpeza, escavação e regularização do trecho do leito do rio onde será erguida a barragem. A estrutura terá 725 metros de comprimento na crista e 85 metros de altura máxima e nela serão empregados cerca de 630 mil m³ de concreto compactado com rolo, volume suficiente para construir dez estádios como o Maracanã.

O barramento ficará na região do Salto Mauá – 600 metros rio acima da já existente Usina Presidente Vargas – e vai permitir a formação de um reservatório com quase 80 km de extensão e 84 km² de superfície. No final de 2010, os túneis de desvio serão fechados por comportas para que ocorra o enchimento do reservatório.

Fonte: Estadão


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