José Augusto de Castro*
País que possui empresas exportadoras de serviço de engenharia é país privilegiado. Poucos países no mundo têm esse privilégio. E o Brasil é um deles.
Os países desenvolvidos dominam este mercado, mas nações emergentes como a China estão conquistando importantes espaços, graças às generosas condições de financiamento oferecidas, onde o pano de fundo é abrir mercados para seus produtos.
Este cenário tem se mostrado visível na América do Sul, região ocupada por empresas de diferentes países, mercado em que o Brasil tem participação ao redor de 5%. Situação similar ocorre na África, mas nossa participação é ainda menor.
E o que precisa para o Brasil aumentar sua participação? Que os diferentes órgãos governamentais envolvidos tenham conhecimentos uniformes sobre as peculiaridades da exportação de serviço de engenharia e não criem mitos antiexportação, por exemplo, exportar serviço de engenharia é criar empregos no exterior, ou ainda, por que financiar obras no exterior se existe carência no Brasil ? E, reduzir o prazo para análise das concessões de financiamento, que demandam entre 150 e até 570 dias.
Exportar serviço de engenharia não é uma tarefa simples, ao contrário, é complexa, mesmo para empresas com elevada competência técnica, adequado suporte administrativo-operacional, agressividade comercial, criativa engenharia financeira e o governo disponibilizando competitivo financiamento a longo prazo.
Em realidade, a exportação de serviço de engenharia deveria ser considerada instrumento de política de comércio exterior, pois abre e/ou amplia mercados externos para produtos brasileiros e permite a inserção internacional indireta de centenas de micro, pequenas e médias empresas.
Por unanimidade, todos países consideram a exportação de serviços de engenharia o melhor canal de comercialização para expansão de suas vendas externas de produtos industrializados.
Se os países desenvolvidos e as nações emergentes buscam agressivamente viabilizar exportações de serviços de engenharia, símbolo de status para qualquer país, por que o Brasil pensa diferente?
Exportar serviço de engenharia não é para quem quer, mas para quem pode. E o Brasil e suas empresas podem.
*José Augusto de Castro é presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB)
Fonte: Revista O Empreiteiro