O engenheiro Olavo Alberto Prates Sachs, diretor técnico da AESabesp, explica que o crescente interesse internacional é também resultado de postura proativa da entidade, que visitou, nos últimos meses, as principais feiras mundiais do setor de saneamento ambiental, a WATEC, em Tel-Aviv (Israel), e a IFAT Entsorga, em Munique (Alemanha), e convidou expositores a também mostrar seus novos produtos e equipamentos por aqui. “Nós sabemos quais são as nossas necessidades no País, não há grandes novidades que a gente desconheça, mas sempre aparece uma coisinha nova no mercado”, confirma Olavo. A abertura ao mundo está hoje na base da filosofia da AESabesp, segundo o presidente da entidade, como possibilidade de aprendizado e conhecimento: “Nós queremos que a indústria nacional esteja no mesmo padrão da indústria internacional”.
Novas oportunidades
O interesse de empresas estrangeiras está relacionado também ao momento brasileiro geral na área de infraestrutura, com a retomada de projetos, e ao contexto específico do setor de saneamento, com a entrada em vigor do Plano Nacional de Saneamento Básico, o Plansab, por exemplo. O plano foi aprovado em dezembro de 2013 e estabelece diretrizes, metas e ações de saneamento básico para o País nos próximos 20 anos, de 2014 a 2033, com vistas à universalização (ou quase) dos serviços. Conforme dados do governo federal relativos a 2010, o abastecimento de água é precário ou inexistente para 40,7% da população brasileira; o serviço de esgotamento sanitário é falho ou ausente para 60,3% da população; e o manejo de resíduos sólidos é insuficiente ou indisponível para 41,4% dos brasileiros. Há, portanto, um longo trabalho pela frente.
Para que as metas do Plansab se tornem efetivamente realidade e coloquem o País num novo patamar de desenvolvimento socioeconômico, a participação privada também será essencial. “Hoje a informação é tão clara, o próprio sistema de informação do governo federal, o SNIS [Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento], indica que, se todo mundo investisse a capacidade máxima que tem, do jeito que está, ainda levaríamos 30 anos, 35 anos para universalizar”, pondera Reynaldo Young Ribeiro. Para defender, em seguida: “E não basta ter recursos, é preciso ter projeto e gente que faça. E nessa cadeia de gente que faça vão estar os profissionais da engenharia, as empresas prestadoras de serviços, os fornecedores de equipamentos, independentemente de se o contrato é com empresa pública ou privada”.
O presidente da AESabesp elogia a maior velocidade da iniciativa privada na formulação e execução de projetos, em comparação com o poder público, pois “não tem as amarras” dele. O engenheiro percebe avanço privado no saneamento básico no País, hoje em torno de 7%, 8% de participação. Segundo ele, empresas privadas de saneamento, com presença já marcante em municípios com menos de 50 mil habitantes, começam a cuidar também de serviços de localidades de maior porte, na faixa de 70 mil a 80 mil habitantes. “Elas estão crescendo, e isso é ótimo, o Brasil precisa.” (Guilherme Azevedo)
Fenasan 2014
(Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente)
Data: 30/7 a 1º/8/2014
Horário: 13h às 20h (visitação gratuita)
Congresso Técnico AESabesp
Data: 30/7 a 1º/8/2014 – Horário: 9h às18h
Local: Pavilhão Azul do Expocenter Norte
Endereço: Rua José Bernardo Pinto, 333,
Zona Norte de SP
Fonte: Revista O Empreiteiro