A solução mais tradicional de reforço estrutural é o uso do concreto com chapas de aço.Porém, o reforço com fibra de carbono tem conquistado seu espaço.
Adotada no exterior há várias décadas, no Brasil a utilização das primeiras fibras de carbono para reforço e recuperação de estruturas de concreto armado foi há cerca de 20 anos, segundo a Retrofit Engenharia, empresa especializada no uso da solução.
A fibra de carbono é uma mistura de dois materiais: os fios de fibra e a resina. O resultado é um produto com baixíssimo coeficiente de dilatação e alta rigidez, com resistência a todos os tipos de ataque químico, não sendo afetada pela corrosão, pois o carbono é inerte.
Além disso, aguenta cargas cíclicas e tem bom comportamento sob deformações impostas. A solução também se destaca pela leveza (peso específico da ordem de 18 KN/m3, que se traduz na rapidez de aplicação).
De acordo com Paulo Murgel, diretor da S&P Reinforcement, a utilização da fibra de carbono reduz entre 60% e 70% o tempo da realização de uma obra.
“Após a aplicação, a fibra de carbono chega a 100% da sua resistência em 7 dias. Já o concreto precisa de 30 dias e, portanto, aumenta consideravelmente o tempo da obra”, explica. Segundo o especialista, a fibra de carbono é mais resistente à tração que o aço: “Além disso, é muito leve, prática, fácil de aplicar e ainda mais limpa”, acrescenta.
Para Marcus Dantas, diretor técnico da Retrofit Engenharia, o produto é caracterizado por uma combinação de baixo peso, alta resistência e grande rigidez. O seu alto módulo de elasticidade e, de certo modo, alta resistência, dependem do grau de orientação das fibras, ou seja, do paralelismo entre os eixos das fibras. “Por isso, a aplicação do produto exige a contratação de empresa especializada; caso contrário, o seu desempenho pode não ser o esperado”, adverte.
Entre os casos de aplicação de fibra de carbono estão o Viaduto Santo Amaro, em São Paulo, e no estádio do Maracanã, no Rio.