A Fiems assumiu a articulação à realização de investimentos para exploração das potencialidades da Hidrovia Paraná-Tietê. O compromisso partiu do presidente Sérgio Longen em resposta a solicitação do diretor geral do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT), Luiz Antonio Pagot, durante seminário que discutiu o assunto com representantes de cinco Estados – São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Goiás e Minais Gerais mais o Governo Federal (G5 +1).
“A hidrovia Paraná-Tietê é um estratégico caminho para o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul, com menor custo de logística, maior investimento das empresas, mais produção e oportunidades. Por isso, assumimos o compromisso de atuar juntos às nossas bancadas estadual e federal e junto às outras Federações e a Confederação Nacional da Indústria para junto com o Governo Federal articular um movimento que garanta recursos necessários à viabilização do modal hidroviário”, ressaltou Longen.
O governador André Puccinelli destacou que investir no aprimoramento da hidrovia Paraná-Tietê significa apostar no desenvolvimento de Mato Grosso do Sul, que precisa expandir suas capacidade de transporte em função da estratégica posição dentro do Mercosul. “Integrar a hidrovia aos estados e países do sul do continente, e assim atingir de forma competitiva mercados como o uruguaio e o argentino, será de extrema importância para a consolidação do Mercosul e de Mato Grosso do Sul como epicentro da integração comercial e social”, analisou.
Prioridade
O diretor-geral do DNIT destacou que a exploração da potencialidade do transporte hidroviário é uma prioridade para o Governo Federal e que entre essas prioridades de investimento, duas beneficiam e impactam diretamente a logística de Mato Grosso do Sul. “Tanto a hidrovia Paraná-Tietê e a Paraná-Paraguai estão entre as prioridades nacionais e que envolve inclusive rios aqui do Estado, como o Ivinhema que tem cerca de 200 quilômetros de potencial de navegação”, declarou Pagot.
Ele ainda acrescentou que entre as vantagens da modalidade hidroviária está principalmente o custo. “O transporte pelo modal hidroviário é muito mais econômico, equivalendo a 10% do transporte rodoviário e 60% do transporte ferroviário representando redução de custos e ampliação do potencial transportado passando de cinco milhões de toneladas de cargas para 30 milhões de cargas transportadas”, pontuou o diretor geral do DNIT.
Ainda segundo ele, entre os investimentos previstos o trecho que menos demandaria recursos está localizado no sul do Estado. “A hidrovia Paraguai-Paraná que liga Corumbá a Porto Murtinho é uma obra que demanda investimentos de cerca de R$ 150 milhões e isso é muito pouco pela geração de empregos e desenvolvimento da região que vai gerar”, considerou acrescentando que os investimentos no modal hidroviário contribuem ainda para recuperar as condições dos rios que estão cada vez mais largos e rasos.
Menos poluente
O gerente de Desenvolvimento e Regulação da Navegação Interior da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Adalberto Tokarski, ressaltou que o modal hidroviário é também o menos poluente de todos as modalidades de transporte. De acordo com ele, o sistema rodoviário emite 116 quilos de gás carbônico a cada mil toneladas por quilômetro útil (TKU). Já nas ferrovias, esse número é de 34 quilos. No sistema hidroviário, é de 20 quilos. “É um transporte ecologicamente muito melhor, porque conserva os rios e desafoga o tráfego nas rodovias”, pontuou.
O secretário estadual de Obras Públicas e de Transportes, Edson Giroto, apresentou a visão do Governo do Estado sobre a ampliação e utilização da hidrovia. Segundo ele 81% da produção de Mato Grosso do Sul é transportado pelas rodovias e apenas 10% pelas hidrovias e o restante, 9% é transportado pelas ferrovias.
“O frete é decisivo na nossa economia, somos totalmente dependentes da logística de transportes, para que nossos produtos possam ter preços competitivos nos mercados a que se destinam. No outro sentido, dependemos de logística de transportes para baratear os insumos necessários à nossa produção e, baratear o que consumimos”, pontuou acrescentando que a Paraná-Tietê é uma hidrovia de interior que possibilita acesso dos produtos sul-mato-grossenses ao maior mercado consumidor da América Latina, o Estado de São Paulo.
“A hidrovia possibilitará também acesso ao porto de Santos e a refinaria Replan em Paulínia. A hidrovia do Paraguai é um promissor canal de exportação que o Estado vem utilizando e tem muito a desenvolver-se, sem precisar depender dos portos dos estados vizinhos e futuramente poderá se integrar com a hidrovia Paraná-Tiête e outros modais de transporte”, colocou, acrescentado que é preciso dotar a hidrovia Paraná-Tietê de terminais dedicados para o etanol e açúcar os municípios de Naviraí e Paranaíba.
O superintendente do DNIT, Marcelo Miranda, completou que com os investimentos em transporte hidroviário vão desafogar as rodovias do Estado. “Com a utilização do transporte hidroviário é possível que tenhamos uma proporção mais razoável de utilização dos últimos modais, principalmente o rodoviário, e é importante que tenhamos essa proporção mais equilibrada, ou seja, cerca de 33%”, finalizou.
Fonte: Estadão