Guilherme Azevedo
A principal novidade da FPT Industrial na feira de máquinas e equipamentos M&T 2015 foi reservada à dimensão humana dos negócios: a apresentação do seu novo presidente para a América Latina, o brasileiro Marco Aurélio Rangel. Um sujeito discreto, magro, de altura mediana, óculos retangulares e cabelo levemente grisalho, formado originalmente engenheiro mecânico. Sua missão, claro, é expandir os negócios de uma das empresas líderes na fabricação de motores, eixos e transmissões para os setores automotivo, agrícola e de construção.
Uma das principais estratégias se pauta pela ampliação da independência de negócios em relação ao grupo ao qual pertence, o CNH Industrial, de marcas reconhecidas nos segmentos agrícola e construtivo, como a Case e a New Holland. Os motores que movimentam essas máquinas são FPT. Hoje, globalmente, a FPT contabiliza 47% dos seus negócios fora do grupo, ao passo que, regionalmente, na América Latina, esse número cai para apenas 7%.
Contudo equipar a concorrência com os mesmos motores, eixos e transmissões de suas máquinas não seria fortalecê-la, ou reduzir o diferencial de suas próprias marcas? Pragmático, Marco Aurélio Rangel tem outra avaliação: “Na nossa visão, não alimenta a concorrência. Alimenta a posição da marca CNH no mercado. Se eu não oferecer o motor para um cliente, ele vai adquiri-lo de outro competidor e eu perco a oportunidade”.
A FPT está hoje presente na América Latina com duas unidades produtivas: as fábricas de Córdoba, na Argentina, e de Sete Lagoas (MG). A capacidade de produzir do grupo na Argentina é de 40 mil motores/ano e no Brasil de 70 mil motores/ano. No Brasil ainda há margem para crescimento da produção, uma vez que a capacidade utilizada hoje é de 80%. “Por isso vamos direcionar nossos investimentos para novas aplicações”, explicou o novo presidente. No ano passado, a unidade brasileira fabricou 60 mil motores e a expectativa é de que a produção se reduza, ao fim deste ano, para 54 mil motores fabricados.
Outra iniciativa anunciada por Rangel para a FPT será a de produzir, nos próximos anos, 49 novas versões de motores já existentes, destinadas ao setor de construção e agrícola. Outra linha de atuação será a de fortalecer o pós-venda da marca, com a possibilidade, ainda embrionária, de lançamento de rede de atendimento própria.
Fonte: Revista O Empreiteiro